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PÃO

No dia 21 de março, comemora-se o dia do pão francês; saiba mais

Um dos ingredientes mais comuns na américa do sul e que faz parte do dia a dia de qualquer brasileiro

Pão Pão  - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Pão francês, marraqueta, pão cacetinho, pão de sal, pão de trigo, pão de água, aguado, carioquinha, filão, careca ou jacó. Todo mundo usa uma denominação diferente, mas uma coisa não muda: seu lugar na mesa dos brasileiros. E nesta terça-feira (21), ele tem um dia para chamar de seu no calendário gastronômico.

Campeão de Consumo
De acordo com um levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), no ano de 2019 a média de consumo do pão francês no Brasil foi de 704,7 toneladas por mês. E ele não para de crescer, como aponta a pesquisa mais recente, que mostra um aumento de 19,50% no número de vendas de 2022 comparado com o ano de 2021. A explicação dessa popularidade é a sua acessibilidade e versatilidade, já que ele vai bem com diversos recheios, como mortadela, presunto, requeijão, ovo, doce de leite, banana, carne, linguiça, entre outros. 

Ao longo da história
No Brasil, o produto já foi até artigo de luxo, inclusive muito consumido pelo imperador D. Pedro II. Mas hoje em dia, é um produto muito mais popular, já que durante muito tempo era garantia de sobrevivência para os mais vulneráveis. 

Já o “pão francês” de hoje, das padarias brasileiras, não tem tanto a ver com os pães feitos na europa. “Ele é chamado assim, mas esse tipo de pão não existe lá. Talvez ele seja o pão mais brasileiro que existe”, explica Paulo Pereira, presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado de Pernambuco (Sindipão) e vice da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip).

Estima-se que a receita data o início do século 20, depois de vários brasileiros voltarem de Paris e as padarias locais tentaram reproduzir a fórmula com uma massa curta, com miolo macio e casca dourada, que eventualmente viria a se tornar uma das bases da nossa panificação. “Como a França possui uma tradição de qualidade nesse aspecto e conta com uma base forte no que cerne as técnicas culinárias, esse pode ter sido um dos motivos para essa contribuição do nome "francês" ao nosso pãozinho”, explica Rô Gonzaga, professora de gastronomia. 

Saudável ou não?
Recentemente o alimento virou o inimigo das dietas. E, de fato, ele está presente em refeições não tão saudáveis como hambúrgueres, pão de alho e pão de queijo, que podem engordar, caso sejam ingeridos com frequência. Mas ele tem valor nutricional importante, como explica a nutricionista Luciana Leocadio.

“O pão passou a ser vilão a partir do momento que dietas com alto teor de proteínas e baixo teor de carboidratos encontraram suporte em alguns estudos epidemiológicos na década de 1970, que diziam que não era mais a gordura que nos engordava, mas sim os carboidratos. O pão não deve ser cortado da sua alimentação, como todas as comidas, ele tem espaço em uma alimentação variada e equilibrada”, confirma.

Além do mais, existem formas mais saudáveis de consumir pão francês, como produzir o seu próprio em casa. Entretanto, caso a pessoa não esteja disposta a pôr a mão na massa, “é sempre melhor, quando possível, optar pelos pães de fermentação natural ou da sua padaria mais próxima do que os pães industrializados, que na sua composição podem possuir facilmente mais de 10 ingredientes, entre estabilizantes, emulsificantes, conservantes e melhoradores de farinha”, conclui Luciana.

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