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Economia

Energia eólica gerada em Pernambuco já abastece 60% do Nordeste

Oitavo País do mundo em potência eólica, o Brasil está recebendo recursos vultosos em projetos de expansão do segmento

O ano de 2020 será 'crucial' para as políticas de biocombustíveis ao redor do mundo O ano de 2020 será 'crucial' para as políticas de biocombustíveis ao redor do mundo  - Foto: Aluísio Moreira/SEI

Em um País onde a matriz de geração de eletricidade é diversificada, a energia renovável eólica está se destacando pela ótima qualidade dos ventos e pelos fortes investimentos. Hoje, o Brasil tem uma capacidade eólica instalada de 13 Gigawatts (GW) e, em fevereiro deste ano, a participação da fonte na matriz alcançou 8,3%, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Nesse cenário, Pernambuco representa uma parcela importante para o setor no Nordeste, já que chega a abastecer mais de 60% da região. E, de olho no futuro, empresas preparam a instalação de novos projetos no Estado. Hoje, o Brasil já é o oitavo País do mundo em potência de energia eólica.

Após vencer o leilão de energia A-6 realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em dezembro do ano passado, a empresa Eólica Tecnologia vai investir em três empreendimentos em Pernambuco, com aporte total de R$ 400 milhões e 82 Megawatts (MW) de capacidade. Dois parques eólicos vão ser instalados no município de Poção, no Agreste, e o outro na cidade de Macaparana, na Zona da Mata Norte. “O Estado é área de interesse pela pouca turbulência e alta intensidade dos ventos e pela qualidade do combustível. Realizamos a medição dos ventos dessas cidades e confirmamos que eles favorecem a instalação dos empreendimentos”, destacou o presidente da Eólica Tecnologia, Everaldo Feitosa, informando que a previsão do início de construção das usinas é em torno de três anos.

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Do ponto de vista do potencial, a maior força dos ventos em Pernambuco está em áreas do interior do Estado, foi o que constatou a Casa dos Ventos, companhia investidora da fonte no Brasil. Com forte atuação no Nordeste, a empresa está em fase de estudos para novos projetos na região. De acordo com o diretor de novos negócios da companhia, Lucas Araripe, “Pernambuco apresenta vantagens logísticas para implantação de parques eólicos”, principalmente pela presença do Porto de Suape. “A empresa está realizando a medição de ventos em propriedades arrendadas ao longo de cinco anos. E estão previstos dois projetos na Chapada do Araripe, sendo um deles de 300 MW de potência localizado na divisa entre Pernambuco e o Piauí”, disse Lucas Araripe, ao complementar que o outro projeto é de 90 MW.

Ao acreditar que a energia eólica vai alavancar o crescimento do Brasil nos próximos anos, o grupo Votorantim Energia também está investindo no setor na região Nordeste como um todo. Em janeiro deste ano, entrou em operação o parque eólico Ventos do Piauí I, na região do Araripe, que teve investimento de R$ 1,1 bilhão. “No fim do ano passado, nos juntamos a um fundo canadense e adquirimos o parque eólico Ventos do Araripe III, com potência instalada de 359 MW. O empreendimento está localizado uma parte no Piauí e outra parte em Pernambuco”, contou Leonardo Gomes, gerente geral comercial da Votorantim Energia, adiantando que a empresa estuda novos pontos de investimento e Pernambuco está nas áreas de pesquisa.

No ano passado, foram investidos R$ 11,5 bilhões no setor eólico no Brasil, representando 58% dos investimentos realizados nas fontes renováveis (solar, biomassa, biocombustíveis e outras). “Os cálculos de investimentos do setor são feitos pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF) e consideram os valores investidos em toda a cadeia produtiva até os parques. De forma geral, todos os Estados do Nordeste acompanharam o desenvolvimento da energia eólica, já que é na região que estão os melhores ventos do País. Mais de 80% da geração de energia eólica do Brasil vem do Nordeste”, destacou a presidente da ABEEólica, Elbia Gannoum.

Como no Nordeste a geração eólica é maior no inverno, a matriz energética brasileira foi abastecida pela fonte eólica em dois meses do ano com dois dígitos, sendo 10% em agosto e 11% em setembro. “O potencial de energia eólica no Brasil é de cerca de 500 GW, muito mais do que o País consome atualmente. Importante mencionar que o Ministério de Minas e Energia vem declarando, em várias ocasiões, que a expansão da matriz se dará pelas fontes renováveis, como eólica, de forma que enxergamos um brilhante futuro para a energia eólica”, enfatizou Elbia.

Atualmente, com a potência eólica de 13 GW e 518 parques eólicos presentes no País, sendo 34 em Pernambuco com 781,99 MW de potência no Estado, o Brasil deverá ter mais 213 parques até 2023, num total de mais de 4,8 GW que estão em construção ou já contratados. Esses dados incluem os dois leilões realizados em dezembro do ano passado. “O Nordeste tem o melhor combustível vento e projetos concentrados para a região. É importante porque os empreendimentos geram renda, emprego e desenvolvimento econômico para as cidades, principalmente durante a construção civil”, destacou Feitosa.

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