De quantas revoltas é feito Pernambuco
O fim da rebelião se dá em 1848 e em 1851 o governo concede a Anistia aos líderes revolucionários presos
Invasão Holandesa (1624-1654)
Os holandeses chegaram em Pernambuco em 1630, e daqui controlaram todo o Nordeste por 24 anos. O objetivo principal era a comercialização do açúcar para a Europa. Por deter o maior cultivo da Região, o Estado foi o alvo principal dos batavos por anos. Entretanto, os imigrantes sofreram resistência das milícias dos “descalços”, guerrilheiros que faziam oposição para proteger os engenhos. O conde Maurício de Nassau, um militar alemão, desembarcou em 1637 para consolidar o domínio holandês.
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Insurreição Pernambucana (1645-1654)
Foi um movimento de resistência à permanência holandesa em Pernambuco, comandado por parte dos lusos que detinham engenhos. Liderado por João Fernandes Vieira, os portugueses contaram com o auxilio de africanos libertos e índios potiguares para expulsar os holandeses, que intensificaram a cobrança de impostos e empréstimos por meio de seus bancos. A Batalha dos Guararapes foi um dos principais episódios que resultou na expulsão.
Conjuração de “Nosso Pai” (1666)
Também conhecida por Revolta contra Mendonça Furtado, a Conjuração foi uma das primeiras revoltas nativistas e ocorreu em Pernambuco. A Capitania buscava reconstruir as suas principais cidade, Recife e Olinda, após a invasão holandesa. Por terem ajudado a expulsar os holandeses, os senhores de engenho queriam mais reconhecimento da Coroa Portuguesa. Enquanto isso, Portugal nomeou Jerônimo de Mendonça Furtado para administrar a região, o que gerou a ira dos pernambucanos.
Guerra dos Mascates (1710-1711)
Conflito marcado entre os senhores de engenho de Olinda, à época sede do poder político do Estado, e os comerciantes recifenses, a grande maioria portugueses. Conforme Recife crescia, os mercadores começaram a querer se libertar de Olinda e da autoridade de sua Câmara Municipal e isso causou o conflito entre pernambucanos. Somente após a intervenção colonial é que as lutas foram suspensas. Em 1711, Recife garantiu sua igualdade perante Olinda.
Conspiração dos Suassunas (1801)
Movimento que tinha como intuito emancipar Pernambuco das mãos dos colonizadores portugueses. Influenciado pelo iluminismo e a Revolução Francesa, o padre Arruda Câmara fundou em 1798 uma sociedade secreta parecida com a maçonaria, intitulada loja maçônica Areópago. Desse grupo conspiratório nenhum europeu poderia participar. Ao longo dos anos, o grupo se fundamentou em oposição ao domínio português. Daí tem-se fortemente a busca pela emancipação de Pernambuco com a ajuda de Napoleão Bonaparte.
Liderava esse movimento os irmãos Luís Francisco de Paula, José de Paula Cavalcante de Albuquerque e Francisco de Paula. Este último era o dono do engenho Suassuna. Em 1801, os três foram presos - e mais tarde absolvidos - após serem traídos pelos aliados e denunciados sobre os planos de emancipação que tinham. Esse foi o primeiro movimento de independência que terminou por influenciar a Revolução de 1817.
Revolução Pernambucana (1817)
A revolução pernambucana foi um movimento dos proprietários de terras e brancos livres pobres contra a coroa Portuguesa., que também contou com forte apoio da Igreja e da maçonaria, a exemplo dos fundadores do Areópago de Itambé (detalhe). Tudo começou com a chegada da família real portuguesa, em 1808, ao Brasil. Os ideais iluministas se propagavam na elite da época. Diante da insatisfação, proprietários de terras e brancos livres pobres se organizaram num movimento que eclodiu em março de 1817. Juntos, instalaram um governo provisório. Formaram ainda um grupo para difundir o movimento pelas outras capitanias do País e na Europa. Os líderes foram presos e posteriormente executados, o que levou Portugal a reestabelecer sua hegemonia na região.
Confederação do Equador (1824)
Em essência, a Confederação tinha como objetivo questionar a Constituição de 1824 que, na visão dos revoltosos, centralizava o poder, apesar do seu aparente liberalismo. A centralização que a Constituição impunha levou a uma onda de insatisfação de representantes políticos do período contra o governo de Dom Pedro I. Desde 1817, um grupo de habitantes pernambucanos iniciou um movimento antimonarquista, que tomou corpo com as recorrentes crises da economia regional e as cargas tributárias.
O autoritarismo de D. Pedro I , ao depor o então governador escolhidos pelos pernambucanos, Manuel de Carvalho Paes de Andrade, foi o estopim para eclodir a Confederação, nome dado pela proximidade da região com a linha do Equador. Liderado por populares pernambucanos, o movimento teve adesão de outros estados do Nordeste. Os revoltosos buscaram criar uma Constituição Republicana e liberalista.
Além disso, queriam diminuir a influência do governo federal nos assuntos regionais, acabar com o tráfico de escravos, organizar forças de resistências populares contra o Império e formar um governo independente. Seus maiores expoentes foram Frei Caneca, Cipriano Barata e Emiliano Munducuru que defendiam a ampliação dos direitos políticos e reformas sociais. Enquanto isso, o governo imperial adotou medidas contra os separatistas entre elas a contratação de mercenários ingleses para lutarem contra os revoltosos. A Confederação teve o seu fim com a pressão imperial e seus integrantes foram executados.
Revolução Praieira (1848-1850)
Conflito ocorrido durante o período imperial brasileiro. Foi um evento de caráter liberal e federalista. À época, a política pernambucana era dominada pelos membros da família Cavalcanti e os Rego de Barros. Tranquila e centrada, a divergência ganhou contornos institucionais quando os Cavalcanti se alinharam ao Partido Liberal, e a família Rego de Barros se fez representar pelo Partido Conservador.
A disputa girava em torno do controle da região. Juntas, elas se revezavam, gerando frequentes acordos com facilidade. O conflito só adquire novos contornos quando eles recorrem à imprensa. Cada núcleo familiar cria um jornal, no qual defende suas narrativas e pontos de vista e ataca o outro. Os Conservadores, chamados “guabirus” (ratos) criam o Diário de Pernambuco enquanto os Liberais, chamados “Praieiros” (em virtude da sede ficar na rua da Praia) criaram o chamado Diário Novo.
O Partido da Praia cresce e elege deputados da Assembleia Legislativa Provincial. Chegando ao poder, os praieiros demitem funcionários ligados aos conservadores, o que gerou um grande problema administrativo. Com a instabilidade política, somada à retomada conservadora no governo central no Rio de Janeiro e ao novo governo de Pernambuco, que foi eleito com o objetivo de suprimir manifestações contrárias ao poder vigente, as condições eram favoráveis ao início da revolta praieira. Em 1849, os praieiros entram em Recife e sob a liderança de Pedro Ivo realizam alguns ataques. No entanto, as forças rebeldes sem poder e apoio para sustentar o combate, sofreram uma rápida rendição. O fim da rebelião se dá em 1848 e em 1851 o governo concede a Anistia aos líderes revolucionários presos.