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Mero é capturado acidentalmente na praia de Tamandaré

Espécie ameaçada e protegida, o peixe já subiu morto na rede de pesca. Carne será doada a uma creche-escola do município

Peixe mede cerca de 2,3 metros de comprimento e pesa aproximadamente 200 quilosPeixe mede cerca de 2,3 metros de comprimento e pesa aproximadamente 200 quilos - Foto: Divulgação

Espécie ameaçada de extinção e protegida por lei federal, um mero (Epinephelus itajara) foi pescado acidentalmente, nesta segunda-feira (23), por uma rede de arrasto a duas milhas da costa da praia de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco. O peixe, de cerca de 2,3 metros de comprimento e pesando aproximadamente 200 kg, já subiu morto devido às consequências que esse tipo de pesca predatória causa.

Isso porque quando a rede é arrastada pelo fundo, todos os animais que ali estão são capturados, inclusive, peixes menores que não atingiram o tamanho ideal para a sua pesca. Porém, segundo o Ibama esse método de pesca é permitido quando o barco é motorizado e está acima de uma milha náutica, ou seja, condiz com a situação do mero.

De acordo com o coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene), Leonardo Messias, o contato dos pescadores foi imediato.

"O pescador nos avisou que o mero havia ficado preso na rede e estava bastante preocupado porque os pescadores daqui sabem que se trata de um peixe ameaçado. Recolhemos o material biológico para termos uma estimativa da idade do animal. Mas, foi muito consciente da parte dele (do pescador) em nos avisar", reforça.

A carne do mero será doada à creche-escola situada no município, a Associação Padre Enzo, que atende cerca de 200 crianças.

Características
Esse gigante dos mares, mais conhecido como "Senhor das Pedras", pode medir até três metros de comprimento e apresenta um comportamento inofensivo. Mas, mesmo assim, corre risco de extinção devido à ação de pescadores que desrespeitam leis ambientais vigentes no Brasil.

Inclusive, este temperamento é o que facilita sua captura e também é o principal motivo da criação, em 2002, de uma norma interministerial que proíbe sua caça pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Crime ambiental, a captura da espécie é sujeita à multa que pode variar de R$ 700 a R$ 1 mil, além de R$ 20 pelo quilo do pescado e R$ 40 se for constatada a comercialização ilegal. O responsável ainda pode ser condenado a três anos de detenção e perder todas as licenças e cadastros de atividade. A exceção é apenas para casos acidentais.

 

 

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