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Bebida alcoólica sem álcool

Não, não é suco de uva

Drinque com bebida sem álcool - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Não, amigo, isso não é resultado de nenhum curso de “dilmês”. Nem estou fazendo zombaria com os queridos amigos lusitanos. Gosto muito de todos! Mas você já deve saber que isso existe, embora talvez desconheça o acelerado passo desse mercado.

Essa semana se deu o lançamento do gin Tanqueray 0.0%, que me inspirou a escrever sobre o tema. Ainda que algo martele meu juízo, alertando já ter abordado o assunto nesse espaço. Pior, não estou com paciência de procurar nos meus artigos anteriores e se estiver sendo repetitivo, me perdoe, leitor. 

Os motivos para existência de tal tipo de bebida podem estar claros pra você. O principal deles, o grande número de pessoas com doenças hepáticas, impossibilitadas de consumir álcool, mas que apreciam o gosto das bebidas alcoólicas. Hoje em dia, com as famigeradas blitzes caça-níquel - saudade da minha juventude - poder frequentar um bar e restaurante, consumir seu drinque favorito e voltar para casa sem ser preso, é outra grande vantagem.

Há ainda os que não se dão com o etanol, alguns por alergia, outros porque ficam insuportáveis quando bebem (o problema é esse cidadão se “enxergar”!). Nesse último caso, restando a confiança no cônjuge e amigos para abrir o olho do “bebo chato”! Livrar-se da ressaca do dia seguinte vai entusiasmar muita gente. Por fim - se brincar, vai terminar sendo o maior motivo para as senhoras - retirando o álcool, a bebida fica bem menos calórica. Portanto, não se discute o benefício.

A grande questão era encontrar a similaridade no sabor.

Mas o avanço tecnológico consegue tudo. Quer dizer, quase tudo. Veja o exemplo acima do “bebo chato”, que até hoje não tem antídoto. O fato é que estamos no (bom) caminho. Até onde eu sei, tudo começou com as cervejas. Já há várias no mercado e há algum tempo. Alertando que nem todas são realmente “zero”, algumas apenas tendo álcool residual abaixo de 1%.

Rafa, expert no assunto, já me mostrou louras (as engarrafadas, viu, que a mulher dele é braba!) que são praticamente iguais às alcoolizadas. Deixando-me ansioso quanto ao que vem aí pelas mãos da Ekäut. Ele afirma que cada dia mais amigos aderem a este consumo. Infelizmente, os restaurantes locais ainda não perceberam esse nicho de mercado. Lojas especializadas em bebidas “zero” já são bem atuantes. Bebidas destiladas, como o gin, estão sendo lançadas. Aliás, antes do Tanqueray 0.0%, já havíamos descoberto o Seedlip, bebida aromatizada não alcoólica, com sabor que muito se assemelha ao gin. Se é que já não existem - não tive muito tempo para pesquisar - em breve teremos outros exemplares de destilados.

Você pode estar se questionando por que não falo do vinho. Bem, o não alcoólico já existe. Não, não é suco de uva, amigo. O processo é diferente, pois, ao contrário do vinho, o suco não é fermentado. Assim, a técnica consiste em retirar o álcool da bebida vinificada, preservando todos os demais ingredientes. Quer saber se eu já provei? Por enquanto, pra mim é sacrilégio.

Desrespeito com Jesus Cristo, que tomou vinho alcoólico na última ceia. Que se Ele quisesse, tinha feito essa alquimia! Mas quem sabe um dia, bem mais velho... Nesse momento, com leves evidências apontando pro benefício do vinho contra o corona, mantenho alcoolizado meu tim, tim, brinde à vida.

 

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