Brasil na cabeceira
Não, não falo no ranking de corrução política. Ou da ilegalidade dos tribunais superiores. Bem, nada estranho se nesses tópicos estivermos no topo, não é amigo? Mas o assunto é outro. Futebol? Saudade de um tempo em que éramos, sim, cabeceira do mundo. Hoje, nem da América do Sul! Vou parar o suspense e matar a charada, leitor. Falo de um cultuadíssimo vinho português, que o Brasil ocupa o primeiro lugar na sua lista de exportação. A frente de países europeus, da América do Norte e da Ásia. Há quatro meses escrevi aqui sobre o mítico Pêra-Manca. “Há boas razões para acreditar que Pêra-Manca foi o vinho trazido por Pedro Álvares Cabral em sua expedição”, relatei. Talvez daí essa relação tão forte entre o Brasil e a Adega Cartuxa, vinícola alentejana onde esse tinto é produzido.
O fato é que atingimos a marca de maior importador deste vinho – ao lado do Cartuxa Reserva tinto – há cerca de dois anos, desde lá nos mantendo no primeiro ou segundo lugar. “Nos últimos cinco anos, o Brasil tem sido um fenómeno de crescimento para os vinhos portugueses. Em 2019, o mercado brasileiro representou cerca de três milhões de Euros da faturação da Adega Cartuxa. Já para 2024, a previsão é de encerrar o ano acima dos 7,5 milhões”, publicou o canal português SIC Notícias. Fato que se reveste de ainda maior importância diante da tendência global de redução de consumo de vinhos. Acha o nosso país na contramão, amigo? Ah, se todo viés brasileiro fosse desse tipo... que maravilha seria viver aqui! Voltando ao Pêra-Manca, em face desses números, a vinícola decidiu, de maneira inédita, fazer o lançamento da safra 2018, a mais recente do vinho, na feira ProWein São Paulo. Que aconteceu dias atrás com estrondoso sucesso, colocando-a como maior feira profissional de vinhos e destilados das Américas.
Ano que vem vou arrumar um tempinho para visitá-la. Vamos? Mas nem tudo são notícias alvissareiras, amigo. Como já antecipei no artigo de junho passado, o preço do Pêra-Manca é elevadíssimo. Uma garrafa custando na faixa dos 4 mil reais, no Brasil! O que me faz refletir: como pode nós sermos o maior comprador de um produto tão caro? Deve ser que nosso povo, tal qual o país, é rico. Ou tem mentalidade de rico! Perguntaria você, e o propalado desequilíbrio social? É verdade, infelizmente ele existe. Grande! Mas a iniciativa privada é pujante. Se o governo não atrapalhasse, poderíamos ser uma grande nação, com pleno emprego e sem pobreza. Acorda Murilo! A (triste) realidade aqui embaixo é outra. Os políticos metem o dedo e...Hoje vou falar pouco (vantagem sua!). Comecei em cima da hora, leitor, que a semana foi pesada. Um bom motivo para eu relaxar com uma taça de... um vinho português mais em conta! Tim, tim, brinde à vida.