Conhece Hidromel?

Favus Hidromel, de Vitória de Santo Antão - Favus Hidromel/Divulgação

Eu conheci há pouco! Bebida tão antiga... Santa ignorância, né? Sendo bem sincero, gente. Aliás, o mundo seria muito melhor se esse sentimento - hoje em dia conhecido como transparência - fosse mais disseminado. Amigo, pense nas nossas autoridades falando (só) verdade, em lugar das narrativas falaciosas. Sonho, ficção? Acho que sim. Mas quem sabe... afinal, Deus existe. Embora ninguém mais caia naquela conversa que Ele é brasileiro! Brincadeira, gente, sei que ele é onipresente.

Voltando ao hidromel, tomei conhecimento dele através de uma grande amiga, ao me presentear uma garrafa, produzida em Pernambuco. O que incitou essa pesquisa. Trata-se de uma mistura de açúcar e água, por vezes enriquecida com leveduras, para acelerar sua fermentação. Que gera álcool em concentrações variadas (3,5° a 20,5°). Consequentemente variando também sua concentração residual de açúcar, do doce ao mais seco. Há evidências arqueológicas indicando ser a mais antiga bebida alcoólica da humanidade - e eu que pensava ser cerveja!

Sua origem remonta à era neolítica (10.000 a 2.000 anos aC), pois há vestígios dela na China, 7 milênios antes da era cristã. Depois se alastrou para a Grécia antiga e Roma, com marcante presença na mitologia. Bebidas alcoólicas feitas de mel eram comuns entre os antigos da Escandinávia (Vikings), Gália, Europa Teutônica, Grécia e na Idade Média, particularmente nos países do norte, onde as videiras não florescem bem. O hidromel (“mead” em inglês), também pode ter acréscimo de especiarias, como gengibre, cravo, tomilho, manjericão, etc., quando é chamado de “metheglin” - do galês “meddyglyn”, que vem de meddyg ("médico, curandeiro") + llyn ("licor"), pela crença em seu poder de cura. Olha a medicina “curandeira” aí, amigo! Já hidromel com acréscimo de frutas é chamado de melomel. O termo vinho de mel às vezes é usado como sinônimo de hidromel, algo inadequado, pois o vinho é produto de uvas fermentadas, muito raramente de outras frutas. Entre as várias antigas lendas sobre o poder do hidromel, inclui-se a tradição dos recém-casados consumirem a bebida durante o primeiro ciclo lunar, após as bodas. Desta forma, nasceria um filho varão! Há quem credite a essa lorota o termo “lua de mel”. Será?

Faltando falar do meu hidromel. Criada pelo casal Ariadne e Paulo Cezar, em um sítio de Vitória de Santo Antão, a Favus (www.favushidromel.com.br) iniciou atividade em 2018. Ela oferece algumas opções de hidromel e de melomel (veja no site). Meu presente, o Tradicional Seco, tem gradação alcoólica de 13%, semelhante ao vinho. O mel de abelha usado é originário da zona da mata. Fiquei intrigado, leitor. Será que o sabor do néctar das abelhas, tal qual as uvas, varia com o “terroir”? Assunto para uma longa conversa de botequim, aquela que nunca acaba! E nada conclui! A presença do mel é sentida desde a olfação. O paladar é bem peculiar e concordei com a orientação da Favus: importante ser bebido entre 6° e 10°C. Leitor, gostei de ter acrescentado essa experiência ao meu incipiente conhecimento no mundo dos sabores. Que venham outros! Tim... Espera lá. Antes do meu usual fechamento da coluna, faço um brinde especial: ao impeachment do Xandão, que já aparece no horizonte. Que venham outros! Agora sim, tim, tim, brinde à vida.

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