Dá pra rir e pra chorar
Leitor, se você, como eu, aprecia textos curtos, vai gostar desse. Deve ser o mais suscinto de toda minha já longa série de colunas. Culpa do que “dá pra chorar”, a Covid. Que continua bombando, com os pacientes sempre precisando de muita atenção e eu, claro, dando. Em consequência, me falta tempo. Pelo lado do público, além da doença física, há também a ansiedade, tanto pelo medo de contraí-la, como pelo angustiante isolamento. Daí para um maior consumo domiciliar de coisas “anti-estresse” é um pulo. Entre eles, o saboroso vinho! Acarretando um aumento nas vendas, como se observou em 2020. Conforme fontes abalizadas, no Brasil pulamos de um consumo médio anual per capita de 1,8 l (2019) para 2,37 l (2020). Já as importações de vinhos aumentaram 78% nesse período. Um número muito expressivo, não é amigo? Trazendo sorrisos para importadores e produtores nacionais. Não deveria, mas o mundo é assim!
Do outro lado do Atlântico, uma severa geada em abril devastou os vinhedos em várias regiões vinícolas europeias, com esperado alto impacto negativo na produção. Para angústia dos viticultores. Lembrando que a tragédia humana não se resume ao âmbito microbiológico. Mas, quem sabe, menor produção vai despertar aquela famigerada lei do mercado e aí... Vôtes, lá vem vinho caro, a conta sempre recaindo no nosso bolso, o sofrido consumidor!
Mas amanhã teremos um bom motivo para rir, com a comemoração do dia das mães. Mesmo com o isolamento social, certamente haverá muita festa e muito amor. Quer dizer, pra quem perdeu recentemente sua mãe para esse vírus, vai ter choro! É, tem jeito não. Tudo que dá pra rir, dá pra chorar, amigo.
Vou precisar voltar aos meus “covidianos”. Deixando aqui meu carinho para todas as mães, as que ainda estão entre nós e as que já se foram. A elas, tim, tim, brinde à vida.