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É ouro, é prata, é bronze...

Champagne - Vecstock/Freepick

Depois de longa ausência – lhe dei uma boa folga, leitor – estou de volta. Pensou que tinha se livrado, mas como disse Zagallo, “vocês vão ter que me aguentar!”.

Um viva às olimpíadas de Paris, que encerram amanhã. Que abertura, amigo! Um espetáculo de história, arquitetura e cultura geral. Cada cena, cada momento expressando um significado, do passado ou presente, descrito em detalhes, às claras ou nas entrelinhas. Tudo com sensibilidade e plasticidade emocionantes. Também, Paris como fundo... E Celine Dion? Demais! Nunca vi e acho muito difícil que venha a ver show semelhante na vida. Tá bom, nem tudo é perfeito. Algumas cenas foram longas demais. Sem falar da polêmica gerada por aquela cena da
“grande ceia” com drag queens. Que, em sendo uma paródia do famoso quadro de Leonardo da Vinci, expressaria um desnecessário e imenso desrespeito aos cristãos. Tão sem sentido, que me inclino a crer na versão da organização do evento. De fato, a cena em tudo replica o quadro Festa dos Deuses, de Jan Harmensz van Bijlert, dos idos de 1635 e mantido em museu de Dijon. Pintura que dá destaque a Dionísio, deus grego do vinho, da fertilidade, do teatro e das festividades. Conhecido dos romanos como Baco. Olhe ele aí, amigo! Nosso Baco e cia.

Que me leva de volta às olimpíadas. Da era antiga. Cujas provas atléticas aconteciam a cada quatro anos em Olimpia, Grécia, de 776 a.C. a 393 d.C. Na época, antes do empoderamento feminino (vou apanhar!!), só competiam homens. Horrível, né? Fosse hoje, não teríamos nossas Rebeca e Bia. Ou Rayssa, Tatiana, as jogadoras do vôlei, as nossas “peladeiras” de futebol (a quem desejo boa sorte, mais tarde), enfim, tantas atletas que honram o Brasil. A tal ponto que Lula quis pegar uma carona na popularidade da Bia. Deixa pra lá, ele é assim mesmo.

Enquanto isso, os homens... o que está havendo, minha gente? Na era antiga, as olimpíadas eram dedicadas a Zeus, rei dos deuses gregos. Segundo as boas línguas, degustar vinho era uma prática ritualística muito presente nos jogos. Mas não consta disputa pra medalhista de levantamento de copos!!! Deveria, né? Mesmo sem disputa, os atletas tinham o bom gosto de comemorar com vinho. Li recente entrevista da Daiane dos Santos, nossa premiada ginasta. Fiel aos princípios olímpicos, depois que se aposentou das quadras, se converteu em amante do vinho. Segundo ela, ainda está aprendendo, mas já tem uma adega em casa. Um bom começo. Você já tem a sua? Pra lhe sugerir, procurei muito, muito mesmo um vinho da predileção do Barão de Coubertin, francês pai dos jogos olímpicos da era moderna. Acho que o Barão era abstêmio, leitor. Mas pra não ficar sem dar medalha, vou eleger regiões de vinho da França, sede das olimpíadas. Ouro, para os tintos de Bordeaux; prata para os brancos da Bourgogne e bronze para os rosés de Provence. Êita, e Champagne? Hors-concours, amigo. E como amanhã é dia dos pais, comemore com uma. Sugiro a Roederer Brut Collection 243 ou 244 (DiaWine 99259-2744). Seu pai merece, mas a grana está curta, os impostos levam tudo? Então Château Francs Magnus, tinto bordalês, fará um belo papel (World Wine 987980086). Tim, tim, brinde à vida. E aos pais (o meu, brindando lá no céu), grandes campeões olímpicos. De ouro!
 

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