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Independência ou morte!

Independência ou morte - Arte: Hugo Carvalho/Folha de Pernambuco

 Comemoramos nossa data maior essa semana. Pela primeira vez, desde que me entendo de gente, sem pompa nem circunstância. Ah, virusinho danado. Sou do tempo em que a “Parada de 7 de setembro” era um grande e bonito evento. Tropas militares e alunos de escolas, envergando belos uniformes, desfilavam feericamente nas maiores avenidas do Brasil. Aqui, na Av. Guararapes. Onde, nos idos de 50 e 60, papai tinha seu escritório de advocacia. De cujas janelas se descortinava o desfile, acompanhado por toda a família. Lembranças duradoras de infância, de um tempo lúdico, com valores bem diferentes dos atuais. Como você aprendeu, leitor, festividade que celebra o “grito do Ipiranga” de 1822, heroicamente proclamado, naquele instante, por Pedro de Alcântara, nosso Príncipe Regente. Tudo eternizado por Pedro Américo que, só 46 anos depois, pintou o famoso quadro “Independência ou Morte”, em boa parte responsável pela glamorosa ideia que temos desse momento histórico. Cuja versão mais verossímil indica a grande imprecisão que o envolve, em tudo forjando o caráter nacional. O ato de independência foi obra da princesa Maria Leopoldina e de José Bonifácio, que enviaram carta nesse sentido para Pedro; o seu belo cavalo era de fato uma mula; e D. Pedro estava com uma bruta diarreia (dizem as más línguas, existentes desde aquele tempo, que ele evacuara no riacho Ipiranga), nada garantindo que ele bradou as célebres palavras. Pois é, amigo, a nação brasileira nasceu da m.... O que explica muito dos males que nos afligem. Mas deixa pra lá, manda a boa prática que a gente comemore as datas históricas. Como ainda estamos na Semana da Pátria, brindemos com alguns produtos brasileiros. Começando por um espumante, elaborado há anos pela Casa Valduga. No passado fui um grande fã, mas fazia tempo que não o encontrava nas prateleiras. Esse ano ele tirou a medalha de ouro no prestigioso concurso Vinalies Internationales, que tem lugar anualmente na França. Trazendo-o de volta a nosso consumo. Já sabe qual é esse espumante, leitor? Acertou se disse Casa Valduga 130. Segundo os jurados do Vinalies, “suas finas borbulhas iluminam um corpo amarelo pálido com reflexos verdes; o nariz oferece uma gama aromática rica e complexa, com notas de nozes e flor de laranjeira, bolo de baunilha e torta de amêndoas. Na boca é fresco e redondo, com açúcar bem equilibrado”. Acredite, companheiro, tem tudo isso lá dentro da garrafa! Já se você é dos tintos, uma grande opção brasileira é o Testardi Syrah 2018, da linha Sete Legendários da Miolo. Produto nordestino, oriundo do Vale do São Francisco, tem uma cor violácea profunda, aroma de fruta vermelha madura, com noz moscada e defumado. Na boca, é denso, untuoso, com boa acidez e persistente. Já está bom para beber, depois de bem aerado, mas ainda tem longa capacidade de guarda. Em 2012 o Testardi já despontava, ganhando título de melhor tinto nacional. 

Concluo, leitor, deixando essas duas sugestões para você fechar as comemorações da Semana da Pátria. Esperando ela que nos traga sorte e leve o Brasil a momentos mais auspiciosos. Que Deus intervenha – sem Ele estamos fritos! – modificando a cabeça dos nossos políticos. Amém! Tim, tim, brinde à vida.

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