Polifenóis
Nome feio assim, você deve estar pensando que é purgante (lembrou do óleo de rícino?!). Ou até outro tipo de remédio. Nesse momento, reconheça, lhe acendeu a esperança de uma solução farmacológica para Covid-19. Quem dera, amigo, quem dera. De fato, o responsável por esse tema foi Zé Paulinho Cavalcanti, que de médico e alquimista tem tudo de grande advogado! Earticulista. Por outro lado, tem sido contumaz encaminhador de bons materiaissobre o mundo de Baco (confio que um dia ainda vai se converter de fé, da coca-cola ao vinho!). Um desses materiais mostra interessante reportagem audiovisualsobre a célebre região da Bourgogne, dando conta que seu clima úmido propicia osurgimento de fungo nas videiras – verdade também para muitos outros vegetais eregiões. Do que se defende a planta, produzindo os polifenóis. Que depois de exercer esse papel imunizante agrícola, permanece nas uvas e no vinho, passandoa nos proteger de doenças. Várias delas. Mas antes, que são polifenóis? São estruturas químicas naturais, sintéticas e orgânicas, com forte ação antioxidante, presentes em muitas frutas, legumes, cereais e grãos, como café echá. Uva, maçã, pera e frutas vermelhas estão entre as fontes mais ricas e os manufaturados a partir delas preservam suas qualidades. Tal qual o vinho. Você já deve ter ouvido falar de tanino, que confere um sabor tão expressivo aos tintos. Pois trata-se de um tipo de polifenol. Como também é o famoso resveratrol, cientificamente associado a múltiplos benefícios para nossa saúde, sobre o qualjá lhe falei no passado. Há muitos polifenóis, mas destaco ainda a Quercetina (previne catarata) e antocianina, que combate o envelhecimento. Pode crer!
Dizem ainda que faz bem à pele e às unhas, entre outros efeitos cosméticos. Cara leitora, faz favor, não se afogue no vinho tinto por conta disso. Você morre decirrose, jovem e linda! Isso lembrando que todo produto benéfico tem efeitoscolaterais. “O que dá pra rir, dá pra chorar”, amigo. Mas há muito estudosério, inclusive da Universidade da Borgonha, respaldando os efeitos positivosdos polifenóis para doenças cardiovasculares, demenciais e câncer. Ainda que não saibamos, ao certo, as doses ideais. Mas, nesse momento, vale sobretudo ressaltaro reforço da imunidade (lembra que eles protegem as plantas de microrganismos?). Eles inibem a ligação de vírus às células humanas, mecanismo primordial para replicaçãodo maldito. Tenho fé que as minhas duas taças diárias de vinho tinto – leitora,leitora vaidosa, falei duas taças – ajudam a me manter livre desse coronavírus. Oxalá! O que me reporta ao purgante do início do texto. Será que os polifenóis também nos purgam de gente ruim? Quando arrumar um tempinho extra, vou fazer um estudo testando essa hipótese, leitor! Vai ver que dá certo! Mas, por agora, continuarei consumindo resveratrol, antocianinas e taninos para cultivar apenas o bem. Tim,tim, brinde à vida.