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Quinta do Portal e COVID

Quinta do Portal e COVID - Arte: Hugo Carvalho/Folha de Pernambuco

Você me questiona, caro leitor: o que uma coisa tem a ver com a outra? Nada. E tudo! Nada, que lá nas vinícolas do Douro o coronavírus parece não estar correndo solto, portanto... Mas tudo, pois esse maldito vírus vai me tirar de uma degustação com vinhos da Quinta do Portal, aqui em Recife, daqui a dois dias. Como assim? Amigo, apesar das negativas governamentais - por que, hein? - há um nítido crescimento de novos casos da COVID em Recife e não vou dar brecha para ela. Mas logo você, me perguntaram, que acompanha pacientes com a doença, em hospitais e UTI? Pois é. Naquele ambiente insalubre me paramento com máscaras, protetor facial, jaleco, luva, etc. Já na degustação, estaria de “guarda baixa”. Pena. Seria tão bom reencontrar o Pedro Branco, sócio e administrador do Portal, degustando os bons vinhos que ele produz. Além do que, nesse momento de proibição de viagens internacionais, me reportaria à bela quinta onde nos hospedamos, em 2011. Melhor, sem o custo da passagem aérea. Ah, viruzinho desgraçado! Na época, leitor, lhe relatei o que transcrevo a seguir. 

“Chegamos à Casa das Pipas, parte do complexo enoturístico da Quinta do Portal, clássico produtor de vinho do Porto e, mais recentemente, de Moscatel e vinhos secos. Que bela pousada, amigo. Tudo de bom gosto e com todo conforto que se possa exigir. Aliás, é um ponto que merece destaque no atual cenário enológico da "terrinha". Todas as vinícolas visitadas estão estruturadas, ou em processo de estruturação, para este novo nicho do mercado vinífero, o enoturismo. Pousadas e restaurantes de alto nível, sob orientação de renomados chefes de cozinha, se juntam às visitas das adegas e às degustações dos vinhos. Além de agregar uma outra fonte de renda, presta-se à divulgação dos produtos, que quase sempre incluem azeites, outra mania culinária. Na Casa das Pipas fomos gentilmente recepcionados pela Patrícia, que nos transportou à adega e à degustação, conduzida pela Filipa. Aliás, ô lugarzinho, esse Douro, para ter Patrícias e Filipas! Curioso: ambas nasceram e moraram na França, o que conferia à Filipa um sotaque português mais carregado. Que fazia sessenta nos soar como cento, “inflacionando” o preço dos vinhos!  Provamos e aprovamos a degustação, com destaque para os Porto envelhecidos. E o Moscatel - preferi o jovem ao reserva - que é um vinho branco adocicado, ideal para sobremesa. Os vinhos secos da linha Quinta do Portal, tanto o branco, bem elegante, como os tintos reserva e grande reserva, também agradaram. Pena que não nos deram a degustar (percebeu meu português de Portugal?) o Auru, premiado tinto, top de linha da vinícola, só elaborado em anos especiais.” Meu Deus, como fui injusto. Diante de uma recepção de altíssimo nível como aquela, ainda ter a ousadia de relatar essa ausência do Auru... Desculpa, Pedro, foi (muito) mal! Em compensação, adquiri umas garrafas dele que bebi com imenso prazer, aqui em Recife. Excelente vinho. Só restando desejar que a degustação desta segunda-feira seja o esperado sucesso. Com a devida ausência do “corona”. Tim, tim, brinde à vida.

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