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Saiba mais sobre uma das bebidas destiladas mais consumidas ao redor do mundo

gin - Ed Machado

Já lhe falei aqui sobre esse delicioso destilado, cujo nome deriva do francês genièvre e do holandês jenever, ambos significando zimbro, componente básico e obrigatório do gin, que lhe confere o aroma típico. Colunas de abril de 2016 e junho de 2020 (você leu, não foi?). 

Predileto da rainha Elizabeth II (Lilibeth, para os íntimos), da rainha-mãe, de outros reais e de plebeus – entre os quais me incluo – tem sido cada vez mais consumido, mundo afora. Entre esses grandes apreciadores, um saudoso primo, Fernando Cavalcanti, que se encantou recentemente.

 Quem consegue entender a razão de ser da “angústia de quem vive”, sua antítese, a inexorável morte? Se dependesse de mim, a humanidade (só os bons, viu?) seria feita de cópias de Matusalém, que teria vivido quase 1.000 anos. Desde que sem demência e dores articulares, claro! Já sei, já sei... não haveria comida para todo mundo e o sistema previdenciário quebraria, não é? Mas pra que previdência, se os velhinhos teriam saúde e disposição, como Matusalém? A comida... bem, pra que desbravamos a lua? E Marte? Tá bom, estou passeando nas nuvens, mas que morrer é ruim, é! Foi justamente isso que sentimos com a partida de Fernando (ou Nando, como o chamávamos). Gosto ruim! Médico dedicado a seus pacientes, professor deveras estudioso, familiar de belos sentimentos, desde jovem teve que conviver com a doença coronariana que o vitimou. Ah, maldita aterosclerose genética! Se alternativamente Nando tivesse se devotado ao futebol, teria sido um excelente jogador profissional. Acredite leitor: ganharia muito dinheiro e daria muitas glórias ao Sport, nosso clube de coração.

 Pensando bem, birrento e resmungão em campo, como era, os árbitros não o perdoariam. Viva! Ganharam a medicina e seus pacientes. Embora bem menos gorda ficou sua conta bancária. Que estranhamente a sociedade valoriza muito mais os malandros, como Neymar, que os bons médicos e professores. Triste! Desde rapaz, como era de costume na época, encontrava Nando nas festas consumindo cerveja ou uísque. Um belo dia, eis que ele se revela um aficionado pelo gin. Como bom Cavalcanti, gin e só gin. Radicalmente. Sem concessões a outras bebidas. Vinho? Para ele era bebida de... vou nem falar essa palavra, amigo, pra não ser acusado de homofobia. 

Nunca apuramos a razão dessa opção, mas talvez tenha a ver com sua passagem pela Inglaterra, estudando medicina. Também gostava de fazer referência a uma parente em comum, tia Maria Lia, igualmente fã da bebida de “Lilibeth”. Faltando registrar mais um detalhe. Simples nos gostos e nos hábitos, se satisfazia plenamente com as marcas básicas (Tanqueray, Gordon’s e Beefeater) e certamente chamaria de “frescura” uma proposta de algo mais apurado no paladar. Deixou saudades, sempre sinal de uma vida que marcou.

 Concluo com uma informação, que é de fato uma prestação de serviços ao abstêmio (por opção ou compulsório). Já existe gin zero álcool. Tanqueray e Gordon’s, para falar só das marcas mais conhecidas, podem ser encontrados em alguns países europeus. Tenho certeza, em breve no Brasil, onde o segmento “zero álcool” vem crescendo. Para minha estranheza, não encontrei na França. Também, leitor, deferência do francês ao inglês é algo muito difícil de se ver, não é? Tim, tim, brinde à vida. Enquanto ela existe (não consigo esquecer Matusalém!).
 

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