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Tinto e branco: o que está por trás das cores dos vinhos?

Vinho é a única bebida classificada por sua tonalidade de cor

Vinho - Foto: Pixabay

... do vinho. Vinho é a única bebida classificada por sua tonalidade de cor. Tá bom, a gente chama a cerveja de loura, mas o nome oficial é Lager, Pilsen, IPA, etc. Tem a escura ou preta, mas o nome certo é Bock ou Stout. Voltando aos tipos de vinho, o branco, de branco mesmo não tem nada. De fato, vai do amarelo pálido ao dourado, às vezes com nuances esverdeadas. Porém, lá no passado, sem o processo de filtragem, o aspecto era leitoso. O termo é unânime e o branco é assim chamado em todas as línguas: blanc (francesa), white (inglesa), bianco (italiana), weiss (alemã), blanco (espanhola)... Já o tinto, só as línguas portuguesa e espanhola usam este termo. Tentei encontrar o motivo, sem sucesso. Seria medo do vermelho e seu significado político? Desconfio que pode ser a antiga mania dos patrícios de darem nomes diferentes e peculiares às palavras consagradas. Pois o tinto é vermelho nas outras línguas: rouge, red, rosso, rot... Portanto, devíamos dizer vinhos vermelho e branco. Alvirrubro, série C? Huuuuum... Mas nem só de tintos (vermelhos) e brancos vivem as cores do vinho, leitor. Sabia que na região do Jura, ao leste da França, existe um “vin jaune” (vinho amarelo)? Que é feito a partir de uma uva chamada Savagnin e maturado em barris sobre uma “cama” de leveduras durante seis anos e três meses. Isso mesmo. Depois é envasado em uma garrafa bojuda de 625 ml. E ainda há quem diga que o inglês gosta de ser diferente! O francês faz ainda um “vin gris” (vinho cinzento), que também é produzido na Califórnia e em alguns poucos países. Não se assustem - seria de muito mau gosto se a cor fosse mesmo cinzenta - pois este é um vinho rosé bem pálido. Por que o chamam assim? Quando descobrir lhe conto. E falando no rosado, eis uma bela cor de vinho. Que pode ser também muito gostoso. Lembrando que o vinho rosé não é uma mistura de tintos e brancos, embora produtores pouco qualificados o elaborem assim. Ë feito como o tinto, porém o líquido fica muito pouco tempo em contato com o mosto (cascas). Há também vinho azul. Originalmente criado por um grupo de jovens espanhóis com o nome GIK, foi depois copiado por outros produtores. Dos quais, só conheço o Casal Mendes Blue, da Bacalhôa. Adocicado, com uma vida toda azul! 


Faltando criar o vinho verde. Brincadeira, lógico que ele já existe, lá pelas bandas do Minho, em Portugal! Embora o líquido tenha cor amarelo pálido. Pois bem, deixando o vermelho de fora (só politicamente falando, viu?), temos verde, amarelo, azul e branco. Nossa bandeira. O que me lembra uma prece. Meu Deus, desde criança ouço que o Senhor é brasileiro! Então bote em prática seu bairrismo e pelo amor do Senhor mesmo, tire a gente desse abismo. Tim, tim, brinde à vida.

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