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Torneiras abertas

Vanessa Lins - Felipe Ribeiro

Cá estou eu novamente substituindo, não à altura, óbvio, o nosso querido Murilo, especialista em bom vinho e outros combustíveis etílicos, que declarou férias e, desconfio, deve estar curtindo ótimos goles ao redor do mundo. Aproveite, caro colunista, mas volte logo que essa vida de beber não é comigo! Vou tentar não decepcionar. Começo minha modesta colaboração não falando de vinho, mas de cerveja artesanal - assunto tendência quando o terreno são alcoólicos nacionais.

Participei da 1ª edição do projeto “Experimente E­käut”, quando visitei a fábrica da cervejaria pernambucana Ekäut, pilotada pelos amigos André Turton, Bruno Paes e Diogo Chiaradia há menos de um ano, e já bastante comentada pela qualidade dos rótulos made in Recife. Há um ano, quem me conhece, nunca imaginaria que eu começaria a simpatizar com a tal loira gelada, mas aconteceu.

Um animado grupo de 26 pessoas desfrutou das torneiras abertas do chope da casa. Tirou dúvidas sobre temperatura, tipos de lúpulo, e constatou que a complexidade da bebida não tem a ver necessariamente com tecnologia de ponta, mas sobretudo com insumos de alta qualidade e o dom da alquimia de um cervejeiro experiente. A marca elabora quatro rótulos: munich helles, czech pilsener, american pale ale 1817 e american ipa. O ponto alto do tour, entretanto, foi um ótimo almoço harmonizado, assinado pela chef Luciana Sultanum (Modigliani Bistrô) com a escolta preciosa de Gisele Marins e orientações do beer sommelier Edson Freitas. Com transfer de ida e volta para dois pontos de encontro no Recife, a experiência gastro-cervejeira saiu por R$ 200. Pela empolgação dos confrades de almoço e pela sede por informação dos recifenses sobre o nicho de cerveja artesanal, digo sem dúvida que a ideia vai vingar e provar por ‘a+b’ que cerveja pode combinar com comida, sim. Mas esqueça aquele latão mazelado da beira de praia.

Tendência

Diogo, o sócio alquimista do trio Ekäut, adianta que uma ampliação da unidade fabril é prevista para cinco anos, bem como a produção, hoje de 10 mil litros por mês. E quis saber mais sobre a formação de uma possível escola cervejeira no Brasil. O especialista acredita que o terroir da cerveja nacional tende a se consolidar pela criatividade. Frutas, meles, ingredientes impensados na conservadora Alemanha, por exemplo, devem se misturar a malte e lúpulo e render bons casamentos tropicais. Apontou também o uso de barril de madeira para injetar personalidade às brejas. Mas o momento ainda é de experimentação, de erro e acerto, é prudente aguardar os próximos anos para saber quem fica e quem vai.

Quer saber mais sobre as visitas à cervejaria Ekäut? Vai lá no site ekaut.com.br.

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