Vinho gluglu, fresco, frutado, leve, fácil de beber.
Não, não é vinho para harmonizar com peru! Ainda que o período natalino se aproxime e essa ave se prepare para brilhar nas nossas mesas. Aliás, nunca entendi por que comida tão saborosa só seja consumida nessa época. Não concorda? Acha a carne sem gosto e seca? Ah, nunca teve acesso à receita de D. Ana Christina, na minha casa! Vou ver se ela ensina. Bem, se puxou a uma tia dela (saravá tia Gracita), não vai passar certo. Então, é melhor ficar devendo, leitor.
O tema gluglu se refere a um tipo de vinho que tomou conta do consumo no meu entorno familiar, especialmente do lado feminino (será que eu ainda posso usar esse conceito, amigo?). Penso que deriva do francês glouglou, que expressa, além do canto do peru, o borbulhar do líquido descendo por um recipiente. Portanto, um borbulhante.
Mas não é esse o significado que o termo incorporou. De fato, se refere a um vinho fresco, frutado, leve, fácil de beber. O oposto de um tinto amadeirado, tânico e encorpado. Deixando claro que essas últimas características, quando bem equilibradas, compõem as melhores garrafas do nosso mundo baquiano.
O gluglu, seja branco, tinto ou rosé – falam até em cerveja com esse sabor – deve descer “redondo”, como naquela propaganda. Não tem aquela pegada de boca, como dizemos, nós os enófilos. Mas, por outro lado, taninos e acidez não estimulam nossos receptores sensoriais da língua e bochecha. Que costumam atiçar uma sensação de adstringência, desejada, quando bem dosada. É quase um suquinho. Mas com álcool! Ah, o teor alcoólico também não deve ser alto, amigo. Complicado, viu? (ainda bem que não falei “tal qual suas consumidoras”, senão era hoje que eu apanhava!!!).
Piadas a parte, tem alguns bons exemplares disponíveis por aí. Vou resgatar as conversas de whatsapp com minha filha, expert no tema. E fico devendo a indicação. Agora vou parar por aqui, pois o trabalho médico está pesado e me convoca à responsabilidade. Em breve darei dicas sobre onde encontrar vinhos gluglu – que, por sinal, se harmonizam muito bem com o peru natalino. Isto é, se o Xandão deixar! E eu, com essas “notinhas”, ainda estiver solto! Tim, tim, brinde à vida.