Vinhos bons e vinhos ruins

Fatores podem afetar a bebida de forma negativa, como a vedação

Partes da garrafa - Divulgação

Sempre existiram, em todos os planos. Clássica dicotomia. No humano, a nos pautarmos pela nossa história mais antiga, desde Abel e Caim. Da mesma família. Vige, como isso é comum! Portanto, não é de bom tom generalizar. Um mês atrás escrevi um artigo intitulado “Sonho Californiano”. Não viu? Leitor infiel! Então lhe explico. O tema foi inspirado numa degustação de grandes vinhos da Califórnia e no final dei uma grande estocada na classe política brasileira.

Afinal, ela merece reprovação, não é amigo? Cada dia mais. Dentre milhares, basta o exemplo do “picolé de chuchu derretido” de amores e braços dados com Lula, ambos jogando na lama todo o passado deles. Não só de crenças filosóficas antagônicas, mas também de acirrado confronto em anteriores disputas eleitorais. E não me venham com mi mi mi de “superação de desavenças, realinhamento político e outras embromações”. É puro – e tão somente – espúrio interesse pessoal.

E falta de seriedade, de dignidade, de escrúpulo mesmo! Mas... como tudo na vida, há exceções para essa regra de maus políticos. Eis que – já explicando todo esse texto – uma dessas raras exceções me abordou, dias atrás, protestando contra minha generalização. Tem razão, companheiro velho. De pronto me lembrei de uma campanha difamatória contra a classe médica, décadas atrás, acusada de “máfia de branco”. Havia (e há) mafiosos na nossa classe, mas generalizar, foi injusto. Portanto, me desculpem os (poucos) bons políticos. Foi mal!

Saindo dessa para a esfera de Baco, todo mundo sabe que há vinhos bons e ruins. Embora aí se aplique uma grande subjetividade de gostos. Que o que é bom para uns, não é para outros. E vice-versa. Aliás, não apenas no plano enofílico, mas em todo âmbito de sabores. Talvez nada tão subjetivo no ser humano. Tem até gente que não gosta de cozido e feijoada. Como pode, meu Deus? Até aí, tudo definido pelas nossas papilas gustativas e cérebro. Porém, no vinho, tal qual nas comidas, temos uma outra situação a lidar: conteúdo estragado.

Muitas vezes só uma garrafa, numa mesma caixa de outras boas. Nem sempre armazenamento inadequado. Rolha acometida por fungos ou sem conseguir selar adequadamente é um dos motivos. Mas como então fugir desse atropelo de abrir um vinho ruim? Tarefa árdua, tantas vezes frustrante. Mas há sinais que podem alertar. Por exemplo, o nível do líquido no pescoço da garrafa, aquela parte superior mais fina, antes do gargalo. Deve ficar na metade dele, ou pouco menos disso, mas nunca abaixo. Local dos ombros, aquele segmento quando a garrafa começa a alargar, até compor o bojo. Se o nível estiver baixo, o líquido evaporou, indicando má vedação. A cápsula frouxa não costuma ser bom sinal. E, sendo a garrafa clara, a cor do vinho é outro indício. Amarelo escuro, no branco, e amarronzado, no tinto, sugerem inadequado envelhecimento.

Mas tudo é relativo. E complicado. Tal qual no ser humano, nem toda “velhice” é ruim. Vivas a mim! Tem mais uma dica: igual a todos os gêneros perecíveis, procurar um fornecedor confiável é da maior importância. Até porque os bons e sérios aceitam a devolução de garrafa estragada, mesmo depois de aberta. Concluo falando das falsificações. Comum no mundo do vinho, como em quase tudo. Então, se liguem. Comecem treinando na próxima eleição, identificando os muitos falsos políticos e elegendo os poucos verdadeiros. Um dia, nosso Brasil, quem sabe... Tim, tim, brinde à vida.

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