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Viva São Pedro

Viña San Pedro, no Chile - Divulgação

Não, ainda não endoidei (se bem que estou à beira disso, com as coisas que acontecem no Brasil de hoje). Sei que antes vem São João. E no âmbito das festas juninas, começando por meu Santo Antonio (nasci na véspera do dia dele; não é promessa pra casar não!), que comemoramos dois dias atrás. Mas há motivos pra dar vivas ao “barbudo”. Primeiro, como protetor dos pescadores, vê se olha por nós, meu santinho. Que o mar “não está para peixe” (tristemente, está pra enchente!). É muita coisa fora do prumo, nessa nação – outrora dita do futuro. Não esqueça também de fechar as porteiras das chuvas, antes que Recife e vizinhanças também fiquem inundadas. Olho atento, prefeitos! 

Mas tem outro São Pedro nessa conversa. Conhece a vinícola com esse nome, Viña San Pedro, lá do Chile? Não? Então vou lhe falar um pouco da bebida do santo. Ela nasceu em 1865 e é um dos maiores e mais antigos produtores e exportadores de vinhos daquele país. É parte do grande grupo vinífero VSPT (dê uma “glooglada” e veja dados sobre ele). Seu portfólio inclui vinhos como Altaïr, Cabo de Hornos, Sideral, Kankana del Elqui, Tierras Moradas, 1865, Castillo de Molina, Gato Negro y 9 Lives (ainda bem que não é fingers!). Dias atrás fomos convidados a degustar safras do Altair. Vinho tinto do topo de gama dos produtos da San Pedro, é oriundo de vinhedos especiais do Vale de Cachapoal, mais precisamente Cachapoal Andes. Como o nome indica, leitor, situado aos pés da Cordilheira. 

Atualmente, a elaboração do Altair está sob os cuidados do Gabriel Mustakis, enólogo de vivência internacional, com passagens por vinícolas de Nova Zelândia, Estados Unidos e Espanha. O projeto desse vinho icônico, em colaboração com o Château Dassault, de St-Emilion, Bordeaux, foi implementado em 2002. Pude degustar o 2003, que se mantinha saborosamente “vivo”. Uma façanha, para um tinto sul-americano com 21 anos de garrafa. Seguiram-se, na degustação, as safras 2017 e 2021, que também agradaram muito. O corte de uvas do Altair é feito com Cabernet Sauvignon (predominante) e Cabernet Franc. Em muitas safras, com a adição de Syrah e Carmenère. O estágio em carvalho francês é bem prolongado. Resultando em um vinho denso, robusto, bem balanceado e elegantemente frutado. O único porém é que sua carteira – ou seu pix – vai ficar mais magrinha, amigo. O preço do Altair fica na faixa dos R$1.000,00! Mas, o que não está caro nesse mundo de meu Deus? 

Falando nele, relembrei São Pedro. Dê uma olhadinha aqui embaixo, santinho, e como guardião da chave dos céus, veja se leva praí um pessoal que já passou dos limites, aqui na nossa Terra Brasilis. Pode oferecer uma grande recepção, Seu Simão, desde que leve logo! Já pra você, leitor amigo, desejo boas festas juninas. Com bons vinhos.
Até final de julho. Vou esticar as pernas e desopilar a mente. Tim, tim, brinde à vida. 
 

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