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2º turno após 16 anos; DEM e PSDB se unem

Por Renata Bezerra de Melo
Da Coluna Folha Política

Desde 2000, a disputa pela Prefeitura do Recife não ia para 2º turno. Naquele ano, o petista João Paulo concorreu com Roberto Magalhães, saindo vitorioso e invertendo a tendência original. Este ano, o petista, mais uma vez, teve papel determinante na prorrogação. Obteve 23,76% (207.529) dos votos. Os outros dois candidatos que contribuíram para um segundo turno, Daniel Coelho (18,59%) e Priscila Krause (5,43%) devem tomar, hoje, posição conjunta sobre qual postura adotarão nessa nova etapa. Detalhe: a soma dos percentuais dos dois ultrapassaria o obtido pelo petista. A união de Daniel e Priscila chegou a ser sugerida pelo tucano antes do pleito, sem sucesso. Se a unidade não foi possível antes, hoje, PSL, DEM e PSDB decidirão, de forma conjunta se apoiarão um candidato e qual deles será. Foi simultaneamente, também, que PSDB e DEM foram convidados a deixar a gestão do governador Paulo Câmara em função da eleição do Recife. Tendo sido a aliança rompida no Estado, ontem, o prefeito Geraldo Julio, que obteve 49,34% dos votos (430.997), perguntado se buscaria apoio do DEM e do PSDB, não confirmou. Saiu pela tangente, dizendo que estaria “de braços abertos” para “todos aqueles que acreditam no nosso projeto”. No PSB, o 2º turno com João Paulo, desde o ínicio, era visto como o mais confortável. Há o entendimento comum, entre socialistas, de que os votos do PSDB e DEM migram, automaticamente, para Geraldo. E essa confiança, talvez, justifique o fato de o prefeito não ter sido incisivo na busca do voto dos concorrentes.

O volume de votos nulos (77.261) foi maior que o de Priscila (47.399)

Tá tranquilo, tá favorável
Um palaciano, ontem, ainda na hora do almoço, contava estar tranquilo, mesmo diante da perspectiva de 2º turno e ainda que, hoje, socialistas não contem mais com Eduardo Campos para dar uma força. Por uma razão: “Com João Paulo, vai ser tranquilo. Em 2012, a gente tremeu porque, se desse 2º turno, era com Daniel Coelho”.

Mea culpa 1 > Assim como no Recife, em Jaboatão, também deu 2º turno, entre Anderson Ferreira e Neco. O prefeito Elias Gomes, que apoiava Heraldo Selva, à coluna, reconhece que responsabilidade pela derrota é sua. “A demora em escolher o candidato foi um erro. Não diria capital, porque tiveram outros”, admite.

Mea culpa 2 > Elias prossegue: “Era para ter lançado um ano antes. Eu achava - e isso ingenuidade minha - que essa questão não era importante com o Brasil em chamas. Eu fui, digamos assim, um pouco utópico e sonhador. Erro meu, responsabilidade total minha nesse erro”.

Aproximação 1 > Fazia poucos minutos que o único debate de TV, promovido pela Globo Nordeste, tinha acabado quando o deputado Silvio Costa, que acompanhava João Paulo, pediu uma palavrinha com Priscila Krause.

Aproximação 2 > Ele a puxou para a entrada dos camarins. E iniciou: “Olha, Priscila, nós somos de gerações diferentes. Nunca tive o privilégio de conversar um minuto com você. Nunca ouvi um discurso seu, mas eu não tenho outra palavra para lhe definir. Você é brilhante!”. Então, arrematou: “A política precisa de gente como você”. Ela, impressionada, agradeceu.

Lembrança > O governador Paulo Câmara guarda seu título de eleitor num porta título ainda da campanha de vereador de Danilo Cabral, que ele coordenou em 2004. Paulo foi chefe de gabinete de Danilo na Câmara do Recife.

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