“A construção política se faz no momento em que vão surgindo novos episódios", diz Sileno Guedes

Em entrevista à Rádio Folha, deputado eleito do PSB falou sobre possível aliança com o PT em 2024

Guedes: "A gente não tem como negar avanços e legado do PSB a quem está chegando” - Melissa Fernandes/Folha de Pernambuco

O presidente do PSB em Pernambuco e deputado estadual eleito Sileno Guedes, disse, em entrevista ao Programa Folha Política, da Rádio Folha FM 96,7, que uma possível reaproximação entre os socialistas e petistas, em 2024, visando a reeleição do prefeito João Campos (PSB) vai depender dos diálogos travados a partir do próximo ano.

“Eu acredito na capacidade de diálogo do prefeito João Campos, do senador Humberto Costa, da senadora Teresa Leitão e dos dirigentes partidários, sejam do PSB ou do PT, para que a gente possa se acordar e avaliar esse novo momento e criar uma construção coletiva”, explicou Guedes.

Para o dirigente local do PSB, não faz sentido estar em um processo de reconstruir o país juntos e fazer de conta que isso não estar acontecendo no Recife, em Pernambuco. “Acho que o PT e o PSB têm um papel de bastante relevância para reconstrução do Brasil e isso passa pelas discussões do Recife”, completou.

Guedes lembra que houve um conjunto de fatores de reaproximação de ambos os partidos, porque, inclusive, se não houvesse, o PT teria mais dificuldade de fazer uma construção nacional que garantisse a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Não quero dizer que o PSB foi responsável pela vitória do presidente Lula, mas que tudo contribuiu para que ele tivesse sua vitória, inclusive a unidade com o PSB", esclareceu. Ele destacou, ainda, o movimento que o PSB fez naquele momento e esforço do PT para poder ter a abertura de receber os socialistas.

“Tanta gente que fez um esforço tão grande em nome de um projeto maior, a começar pelo presidente Lula, não vai ser a gente aqui no Recife ou qualquer outro município que vai criar dificuldades para se tocar esse projeto”, deduziu.

Quanto ao fato de o prefeito João Campos, quando eleito em 2020, ter dito que não nomearia ninguém do PT para sua gestão atrapalhar agora uma aliança para 2024, Guedes foi incisivo.

 “A construção política se faz no momento em que vão surgindo novos episódios. A gente não pode está preso a uma eleição de 2020, que foi um momento de extrema radicalização entre o PT e o PSB numa expectativa de poder que se tinha”, lembrou.

Para ele, a situação é diferente hoje. “O PT voltou para a Frente Popular ainda no governo do estado, o prefeito João Campos entrou na campanha do PT na eleição do presidente Lula, da senadora Teresa Leitão”, acrescentou.

Novo governo
Quanto à mudança de lado a partir do próximo ano, quando passa de governo à oposição, Sileno Guedes afirmou que altera pouco, mas fez uma ressalva. “Vai ser inarrendável a defesa do legado do PSB. A gente não tem como negar os avanços e o legado do PSB a quem está chegando”, disse ele, antes de listar as ações do partido, em várias áreas, nos 16 anos de governo da legenda em Pernambuco.

O deputado eleito disse que vai torcer para que a governadora eleita Raquel Lyra (PSDB) tenha um sucesso. “Tomara que ela tenha boas ideias, consiga formular uma equipe - que a gente não conhece ainda –, porque ninguém faz nada sozinho, no grito, sem somar”, explicou.

Sileno Guedes lembrou que o PSB terá a maior bancada da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), com 14 parlamentares. “Mas vamos procurar garantir a unidade para não atrapalhar a governadora, como muita vezes fomos atrapalhados por quem hoje vai compor o futuro governo”, afirmou.

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