Agenda de Temer x segundo turno
Da Coluna Folha Política
Diante de pedidos de aliados, o presidente Michel Temer deixou passar o 1º turno para por em pauta a Reforma da Previdência. Impopular, o debate poderia desgastar, nas urnas, candidatos da base. Mas o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, já avisou que o texto será encaminhado ao Congresso antes do 2º turno. A PEC do teto de gastos, não menos polêmica, também vai à votação. Resultado: o debate eleitoral, na prorrogação, não está livre de ser contaminado pelos temas. No Recife, o embate se dá entre João Paulo, do PT, e Geraldo Julio, do PSB. O petista adverte que a agenda do governo Temer, se não houver mobilização popular, será de “retirada das conquistas do povo, do trabalhador e dos mais pobres”. Avalia que, no 2º turno, “com processo de avanço no Congresso, isso volta para sociedade como um todo”. À coluna, conclui: “Acho muito difícil essa coisa não vir para o campo da política, mesmo municipal”. Entende que o PSB “vai ter dificuldade de explicar participação no governo Temer, a votação que deu no processo impeachment”. O deputado federal Tadeu Alencar, do PSB, no entanto, sublinha que o teto de gastos, “é uma coisa necessária, inclusive porque é um debate que a própria Dilma Rousseff ensaiou, mas não teve foi força política para bancar”. Tadeu avança: “Ela veio, logo no começo de 2015, com uma série de medidas provisórias de ajuste, mexeu na previdência, em benefícios”. E prossegue: “Então, agora, jogar toda conta dos desacertos da economia no governo que está iniciando também não é razoável . Ninguém vai ficar ouvindo isso calado”. E aposta: “É curioso que essa situação econômica desastrosa ela tem uma assinatura. Então, esse debate, se interferir na campanha municipal, é em nosso favor, porque a conta do descalabro na economia, evidentemente, não pode ser debitada em quem não estava governando o Brasil”.
João Paulo realça que “o que Dilma propôs”, nessa linha, foi rejeitado pelo PT
Musculatura
No início da campanha, Tadeu Alencar contava com três prefeitos aliados. Terminado o pleito, o socialista contabiliza 11 gestores eleitos com seu apoio.
Dois em dois anos > Esse time já o apoiava em 2014, mas todos tiveram um incremento na representatividade. A disputa municipal é uma prévia das eleições de 2018, que, por sua vez, serão uma prévia de 2020. E a eleição acaba ocorrendo de dois em dois anos, na prática, mesmo para quem não está, literalmente, na disputa.
PMDB apoia Tonca > Antônio Campos garantiu o apoio do PMDB, que teve Ricardo Costa na disputa do 1º turno, em Olinda. Falou com Jarbas Vasconcelos, que já lhe hipotecou o compromisso do partido com ele no 2º turno.
Tamo junto > Antes de anunciar o apoio do PMDB a Anderson Ferreira, ontem, Jarbas falou, por telefone, com o candidato à Prefeitura de Jaboatão. O republicano esteve, pessoalmente, com Raul Henry.
Fermento > No restaurante da Câmara, ontem, Henry e Jarbas almoçaram juntos. Fizeram balanço da eleição e amarraram a participação no 2º turno.
Intervalo > João Paulo aproveitou a terça-feira para resolver questões pessoais no Rio de Janeiro ontem. Hoje, segue para Brasília, onde participa de reunião da executiva nacional do PT.
Destaque > Aline Mariano foi a sexta colocada entre os candidatos do chapão - formado pelo PMDB/PSB/ PDT e Rede. Somente dez parlamentares conseguiram votação acima dos dez mil votos.
No 2º turno > Aline foi convidada por Geraldo Julio para se juntar ao time dos coordenadores de sua campanha. “Só saio da rua quando reeleger o prefeito. Será sapato, saliva e suor, do mesmo jeito que foi para me eleger”, avisa a vereadora.