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Ainda indefinida, bancada independente é novidade na Assembleia Legislativa

Deputado Renato Antunes aposta que ela será a maior da Alepe e articula sua liderança

Priscila Lapa diz que a bancada independente representa "um conforto" para o parlamentar - Melissa Fernandes

A Alepe inicia nesta segunda-feira (6) a 20ª legislatura com uma novidade: a possibilidade, aprovada em regimento durante as sessões extraordinárias, de ter oficialmente uma bancada independente. Formada por deputados nem de oposição nem da base do Governo, ela ainda não se concretizou, mas a liderança é articulada pelo deputado Renato Antunes, do PL

 "A gente não quer ser coadjuvante. A gente quer cooperar com o Governo, mas não quer simplesmente colocar 'sim' ou 'não', a gente quer discutir ideias. E o PL tem boas ideias para Pernambuco", frisa Antunes, lembrando que o candidato do partido ao Governo do Estado, Anderson Ferreira, ficou em terceiro lugar nas últimas eleições.

"Creio que a bancada independente vai ser a maior nesse primeiro momento", aposta Antunes, acreditando que o Solidariedade e o União Brasil possam se juntar ao PL. 

Para a cientista política Priscila Lapa, a ideia de uma bancada independente traz um certo conforto para o parlamentar, evitando ser taxado de incoerente ou agindo com infidelidade partidária. "Um parlamentar de oposição tem muita dificuldade de manter esse perfil, porque a divisão de recursos é muito desproporcional entre quem é Governo e quem é oposição", analisa, acrescentando que "ser de oposição é quase morrer à míngua". A cientista observa ainda que participar da base do Governo também tem seu preço.

"Perante a opinião pública, diante de algumas situações, não é confortável estar na base do Governo. Uma bancada independente é uma proteção para o deputado que quer acessar os recursos quando lhe é conveniente e quer se posicionar como oposição também quando lhe convém", explicita.

Priscila Lapa avalia que a proposta desse tipo de bancada pode ser vista como uma tentativa de conciliar um país que mostrou as dificuldades surgidas diante da polarização em nível nacional. "A gente teve um ciclo agressivo de direita, rapidamente interrompido por um novo governo do PT. Muitos deputados se incomodam e veem que esse caminho do radicalismo não foi profícuo e acabou trazendo algumas mazelas, acentuando alguns problemas", registra.

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