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Álvaro Porto critica “tentativas de interferência do Executivo”. Aliados rebatem

Presidente da Alepe condenou o que chamou investidas governistas contra eleições das comissões

Álvaro Porto (PSDB), presidente da AlepeÁlvaro Porto (PSDB), presidente da Alepe - Lucas Patrício/Divulgação

Após retornar de licença nesta segunda-feira (24), o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Álvaro Porto (PSDB), usou a tribuna para criticar as queixas da bancada governista sobre o processo de eleição das comissões parlamentares.

Segundo Porto, houve “perigosas tentativas de interferência” do Executivo, o que teria fragilizado a relação entre os poderes.

“Durante o recente processo de composição das comissões permanentes e eleições para a presidência destes colegiados, assistimos com estarrecimento e indignação as descabidas investidas do Executivo sobre a nossa atividade”, afirmou.

Em seu discurso, o deputado ainda chamou de “perigosas tentativas de interferência” as manifestações realizadas pelo grupo.

Segundo o presidente, os embates foram “investidas desrespeitosas, inconvenientes e que só contribuíram para a indesejada fragilização das relações entre os poderes”.

A fala do presidente da Alepe gerou reação imediata entre parlamentares da base da governadora Raquel Lyra (PSDB). Os deputados Antônio Moraes (PP) e João Paulo (PT) subiram à tribuna para defender o governo e contestar as acusações de Porto.

Moraes apontou falhas no processo eleitoral das comissões e questionou a condução da presidência da Casa.

“Recebemos um ofício do então presidente, delegado Rodrigo Farias, informando que até as 18h os documentos deveriam ser encaminhados. Cumprimos esse prazo rigorosamente, e às 18h da quinta-feira o material foi enviado. No entanto, na sexta-feira, às 6h da manhã, fui informado de que uma edição extra do Diário Oficial da Casa havia sido publicada, alterando o conteúdo já protocolado e convocando a eleição para sexta e sábado – sendo que, pelo regimento, sábado não é dia de deliberação. Houve um atropelo no processo”, argumentou.

O deputado também rebateu a crítica sobre interferências externas, afirmando que a composição política da Alepe envolveu diversos atores.

“Não venham com a pureza de dizer que não há interferência teve interferência do prefeito do Recife, de Bolsonaro e de outras figuras”, declarou Moraes.

Já João Paulo (PT) ressaltou a importância da governadora Raquel Lyra para a representatividade feminina na política e rejeitou qualquer acusação de interferência indevida do Executivo na Alepe.

“Quero deixar claro que não aceitaria interferência de nenhum governo nesta Casa. Este é um momento de reflexão. Precisamos repensar o papel da mulher na sociedade e reconhecer a importância de termos uma governadora, não apenas pela gestão, mas pelo simbolismo que isso representa na luta pela independência e equidade das mulheres”, afirmou.

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