Álvaro Porto volta a criticar gestão da saúde de Pernambuco

Parlamentar considera situação "caótica e insustentável". Secretária diz que "segue trabalhando"

Presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB) - Foto: Amaro Lima/Alepe - Divulgação

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB), voltou a cobrar o Governo do Estado melhorias na área da saúde, a qual ele classificou como "caótica e insustentável". O parlamentar foi à tribuna, nesta segunda-feira (27/05), e questionou a assistência dada aos pacientes, além de citar o episódio do Hospital Barão de Lucena do último domingo. Na unidade, localizada no bairro da Iputinga, no Recife, uma criança recém-nascida foi atingida de raspão na cabeça por uma bala perdida no interior do hospital. A criança estava internada na ala pediátrica, no quinto andar, e foi baleada quatro horas após o nascimento.

"Estamos assistindo de maneira complacente uma tragédia que é reflexo da falta de planejamento e da incapacidade na gestão da saúde por parte do atual Governo. Isto é uma vergonha. A sociedade amanheceu estarrecida, hoje, com o caso da recém-nascida atingida dentro do Hospital Barão de Lucena. Isso é um descaso e uma desumanidade sem tamanho. Nem no Rio de Janeiro, que é a cidade campeã mundial de bala perdida, já se viu uma história como essa", declarou o presidente da Alepe. Álvaro Porto faz parte do mesmo partido da governadora Raquel Lyra, o PSDB. No entanto, dos dois têm apresentado relação difícil desde o início da gestão tucana. Dessa forma, o parlamentrar vem sendo uma das maiores vozes de oposição na Alepe. No final de abril deste ano, o deputado convocou audiência pública para tratar da questão de crianças com microcefalia que precisavam de cirurgias e encontravam dificuldades em Pernambuco.

Para Álvaro Porto, o Barão de Lucena é "o retrato da ausência de gestão do (Poder) Executivo". O parlamentar destacou que desde 18 de janeiro deste ano o hospital enfrenta interdição pelo Conselho Regional de Medicina (Cremepe), devido à falta de insumos básicos. O deputado lembrou ainda a crise na pediatria e citou os cortes financeiros na área da saúde.

"Em um Estado onde mais de dez crianças morreram à espera de um leito nos deparamos com um sistema que falhou em seu dever mais básico: proteger os mais vulneráveis. Ao cortar R$ 1,2 bilhão da saúde essa gestão revelou a falta de compromisso e de respeito com a população de Pernambuco", enfatizou Porto.

Versão do Estado

O discurso do presidente da Alepe foi precedido por uma entrevista da secretária de Saúde do Estado, Zilda Cavalcanti, à Rádio Folha FM 96,7, na manhã desta segunda-feira. Sobre as críticas que sua gestão tem recebido, ela afirmou: "sigo trabalhando". A respeito do episódio do Hospital Barão de Lucena, Zilda Cavalcanti disse que "o susto foi grande na hora, mas graças a Deus está tudo bem, o bebê está bem, a Polícia Militar chegou logo em seguida". Ainda segundo a secretária, a Polícia Civil esteve no local fazendo a investigação para entender o contexto.

Na noite de ontem, o secretário executivo de Gestão Estratégica e Coordenação Geral da Secretaria da Saúde, Anderson Oliveira, conversou com a colunista de Política da Folha de Pernambuco, Betânia Santana. De acordo com ele, não houve corte de recursos na saúde. O valor de R$ 1,2 bilhão saiu de funções hospitalares para outras subfunções dentro da pasta. Segundo Anderson Oliveira, em 2023 o Estado investiu R$ 8,8 bilhões na área, 2% a mais que no ano anterior (R$ 8,6 bi). Oliveira ainda disse que, de acordo com a porcentagem estabelecida pela União (12%), Pernambuco foi o quinto Estado do país que mais investiu em termos percentuais, 17,59%.

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