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Bolsonaro: é difícil fazer acordo com candidato que faz discurso independente do Governo Federal

Reprodução/Youtube

Geralmente afastado do debate sobre eleições nos contextos locais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deu algumas sinalizações sobre seu posicionamento na disputa estadual. O dirigente sinalizou que almeja um entendimento entre o presidente estadual do PL e prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, com seus aliados no Estado. Cotado para disputar o comando do Palácio das Princesas, Ferreira integra o Movimento Levanta Pernambuco com a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, que preside o PSDB em Pernambuco - legenda que faz oposição ao mandatário federal.

Durante entrevista à TV Nova, nesta quinta-feira (6), Jair Bolsonaro fez elogios a Anderson Ferreira. "Fui colega do Anderson por algum tempo como deputado federal e acho ele uma excepcional pessoa, um excelente nome para Pernambuco", defendeu.

Contudo, o presidente da República ponderou que a tentativa de emplacar uma candidatura independente do Governo Federal dificulta o diálogo. "Agora, é aquele negócio, muitas vezes, o colega quer vir candidato ao cargo majoritário no Estado, no caso de governador, e ser independente, não ter qualquer vinculação com o governo. Aí fica difícil fazer um acordo nessa linha", enfatizou.

Em seus discursos, Anderson Ferreira evita a nacionalização do debate eleitoral e defende que a discussão seja feita sobre os desafios de Pernambuco.

Sem aliança com esquerda

Outro ponto que foi enfatizado por Jair Bolsonaro na entrevista foi que seu partido não fará alianças com sigla de esquerda. Segundo ele, o candidato que quiser formar alianças com agremiações do campo progressista não terá legenda. 

"Agora, o que acertamos com o partido, o partido não vai ter coligação com nenhum partido de esquerda pelo Brasil. Então, qualquer candidato, de qualquer estado pelo partido, isso pode ser conversado. Mas se ele quiser se coligar com PT, PCdoB, Psol, esses partidos de esquerda, ele não vai ter sucesso para conseguir legenda", ponderou.

Durante a entrevista, o presidente ainda aproveitou para voltar a alfinetar os governadores e prefeitos. "Você de Pernambuco, por exemplo, está satisfeito com as medidas restritivas do seu governador? Do seu prefeito? Fecha tudo. Tem que ter cartão vacinal. Se não vacinar seu filho, não tem vaga na escola. Cadê a liberdade de escolha?", questionou.

Apesar de não se envolver com o contexto das eleições locais, Jair Bolsonaro chegou a defender alguns nomes colocados na disputa eleitoral como o do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, cotado para disputar o Governo de São Paulo nas eleições de 2022.

Combustíveis e ataque aos adversários
Com críticas ao Governo do PT e em defesa da sua administração, o presidente Jair Bolsonaro também abordou a política de preços da Petrobras. Segundo o chefe do Executivo, faltou investimento dos seus antecessores na estatal. 

“Reduzimos R$ 100 bilhões da dívida da Petrobras, pagos no ano passado, que o PT entregou a partidos políticos. A falta de investimentos reflete no reajuste dos combustíveis”, afirmou.

Outro alvo do chefe do Executivo foram os governadores. Jair Bolsonaro voltou a atribuir os preços ao ICMS cobrado pelos gestores estaduais. De acordo com Bolsonaro, o imposto “mais que dobrou” e há uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o ICMS seja único. No entanto, o chefe do Executivo defendeu que existe “um lobby” dos governadores para barrar.

Imunização de crianças
O chefe do Executivo federal voltou a criticar a vacinação de crianças contra a Covid-19. O gestor sugeriu haver interesses por trás da aprovação da imunização infantil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, além de chamar os técnicos do órgão de "tarados por vacina".

"A Anvisa lamentavelmente aprovou a vacina para crianças entre 5 e 11 anos de idade. A minha opinião, quero dar para você aqui, a minha filha de 11 anos não será vacinada", afirmou. "O que está por trás disso? Qual é o interesse da Anvisa por trás disso aí? Qual o interesse daquelas pessoas taradas por vacina? É pela sua vida? É pela sua saúde? Se fosse, estariam preocupados com outras doenças no Brasil, que não estão", questionou.

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