"Bolsonaro é um mau perdedor", diz Luciana Santos

Futura ministra de Lula foi a entrevistada da Rádio Folha FM desta sexta-feira (30)

De acordo com Luciana, Lula, para governar, vai precisar de uma frente bem mais ampla - Reprodução

A vice-governadora de Pernambuco e futura ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos (PCdoB), disse, nesta sexta-feira (30), em entrevista ao programa Folha Política, da Rádio Folha FM 96,7, por videochamada, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) é um mau perdedor. “Não se conformou ainda com a derrota das urnas, apesar de ter exaustivamente usado a máquina a serviço da sua candidatura”, reclamou.

Luciana criticou o que ela chama de “pacote eleitoreiro sem uma visão estrutural do conjunto de bondades” feito pelo presidente. “Entre elas (as bondades), está o próprio Bolsa Família, que embora tenha dito que ia reajustar em R$ 600, a gente teve que fazer uma PEC para poder garantir que esse dinheiro chegue ao bolso do povo brasileiro mais vulnerável”, acrescentou.

Para a futura ministra, o presidente tem responsabilidade nos atos antidemocráticos que vêm ocorrendo no Brasil depois do resultado das eleições por manifestantes bolsonaristas inconformados. “Ele estimulou as ameaças à democracia. Isso que está acontecendo na frente do quarteis é estimulado por ele por não reconhecer até hoje (o resultado das) eleições”, acusou.

Ao fazer um balanço parcial do ministério que vai comandar, Luciana trouxe dados nada animadores e falou em retomar as prioridades da ciência e tecnologia. “Esse negacionismo e essa tentativa de desqualificar nossa base cientifica foi revelada nos números. Pelo recurso discricionário do Ministério da Ciência e Tecnologia, houve uma redução de R$ 11,5 bilhões para R$ 2,7 bilhões e os recursos nacionais de ciência e tecnologia foram reduzidos de R$ 5,5 bilhões, que tinha em 2010, para R$ 500 milhões”, explicou.

"Vivemos tempos tenebrosos em que prevaleceu o negacionismo, a tentativa de desqualificação dessa base científica pujante que temos no país, as universidades foram tratadas como espaço de balbúrdia", lembrou.

Uma das primeiras coisas que o grupo de transição detectou,  segundo Luciana, foi a necessidade da recomposição dos recursos do orçamento para políticas de ciência e tecnologia. “Com a PEC da transição, que também é a PEC do Bolsa Família, foi retirado do teto de gasto os recursos do Bolsa Família e liberou o orçamento para poder garantir os investimentos em diversas políticas públicas”, revelou. 

Com isso, disse ela, o Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia retomou a base de R$ 5 bilhões de investimentos. “Dentro do pacote de revogaço que está previsto pelo governo Lula, pautamos o presidente de pedir a devolução da Medida Provisória 1136, que contingenciou os recursos do Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia até 2026”, contou. 

Quanto às declarações do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, de que a legenda não será base de Lula, mesmo com ministérios, Luciana disse acreditar em um consenso a partir de diálogos. “Luciano é um homem de diálogo e certamente vamos poder abrir um processo de maior entendimento, mas a posição do União Brasil já na PEC transição foi de apoio. Eu acho que é um processo de construção, e a gente vai estabelecendo diálogos. Tenho esperança que a gente vai avançar nesse entendimento com o presidente Luciano Bivar”, afirmou.

Quanto às perspectivas para o novo governo, Luciana disse que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai precisar, para governar, de uma frente bem mais ampla do que a que ganhou as eleições. “Acho que não foi uma engenharia política simples, foi complexa”, afirmou.

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