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Bolsonaro visita Pernambuco sob tensão política após denúncia da PGR

Ex-presidente participa de agendas no Recife, Carpina e Vitória de Santo Antão

O ex-presidente brasileiro Jair BolsonaroO ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro - Nelson Almeida / AFP

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desembarcará no Recife na próxima segunda-feira (24) em uma visita organizada em meio a um cenário político conturbado para a oposição.

A viagem acontece poucos dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar Bolsonaro e mais 33 aliados por tentativa de golpe de Estado.

Na capital, a agenda do ex-presidente inclui um café da manhã com aliados e uma entrevista de rádio.

Em seguida, Bolsonaro deve seguir para uma visita à Usina Petribu, em Carpina, no interior de Pernambuco, onde participará de um almoço.

No final da tarde, ele vai até Vitória de Santo Antão, onde receberá o título de cidadão do município antes de retornar a Brasília.

Apesar da gravidade da recente acusação, a base bolsonarista em Pernambuco minimizou o impacto da denúncia.

Para os aliados, que reforçam o discurso de perseguição política, a visita, pré-agendada, não deve sofrer impactos dos acontecimentos recentes e também não faz parte de nenhuma articulação política intencional.

Apoio político

A viagem de Bolsonaro foi anunciada pelo ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, e ganhou contornos políticos significativos diante da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-presidente é acusado de liderar uma organização criminosa para tentar permanecer no poder, mesmo após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

Em resposta, Bolsonaro recebeu apoio da bancada pernambucana em Brasília.

Deputados estaduais e federais do PL estiveram com o ex-presidente nesta semana para demonstrar solidariedade.

Para o deputado estadual Alberto Feitosa (PL), a denúncia da PGR não passa de uma retaliação ao crescimento da oposição.

“Estamos juntos porque temos a certeza de que nada pode abalar nosso líder. Também temos certeza de que tudo o que está acontecendo tem um nome: perseguição”, afirmou Feitosa.

O deputado estadual Joel da Harpa (PL) reforçou o discurso ao dizer que Bolsonaro está sendo alvo de uma tentativa de enfraquecimento.

"Em um momento onde a perseguição política se intensifica, é essencial nos mantermos firmes e solidários. O ex-presidente Bolsonaro segue sendo perseguido pela PGR, mas sabemos bem o que é isso: uma tentativa de enfraquecer aqueles que não se dobram ao sistema corrupto".

Já o deputado federal Pastor Eurico (PL) negou qualquer articulação política na visita e afirmou que a agenda já estava planejada antes da denúncia.

“O presidente está fazendo uma visita de cortesia atendendo a um pedido do Dr. Jorge Petribu, dono da Usina Petribu. A agenda já vinha sendo organizada e não tem relação com o que aconteceu recentemente.”

Popularidade 

Mesmo com a denúncia da PGR e a grande repercussão nacional do caso, aliados cravam que a visita de Bolsonaro a Pernambuco não será uma forma de medir a força da popularidade do ex-presidente. Isso porque, para o grupo de apoiadores, o ex-gestor federal não precisa provar sua força política.

“Não precisamos fazer esse tipo de visita para medir nada. Bolsonaro lidera as pesquisas por onde passa e não precisa disso. Quanto mais divulgam essas acusações absurdas contra ele, mais ele se torna vítima. E o povo latino-americano adora uma vítima”, declarou o deputado estadual Coronel Feitosa (PL).

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