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Câmara aprova requerimentos para sinalizar locais de repressão durante regime militar

Proposta é de autoria da vereadora Liana Cirne

Vereadora Liana Cirne aprova projeto que cria oVereadora Liana Cirne aprova projeto que cria o - Divulgação

A Câmara Municipal do Recife aprovou nesta segunda-feira, 14 de abril, uma série de requerimentos apresentados pela vereadora Liana Cirne (PT), que indicam à Prefeitura do Recife, a instalação de placas informativas em locais que foram utilizados como centros de repressão e violação de direitos humanos durante a ditadura militar de 64.

“A instalação de placas memoriais em locais onde ocorreram atos de repressão política configura-se como ação concreta e imprescindível para preservar a memória e afirmar a verdade histórica”, justifica Liana. 

Para a vereadora, essas marcas simbólicas “atuam como instrumentos de educação e reflexão, homenageando as vítimas, resgatando histórias silenciadas e alertando as futuras gerações sobre os riscos do autoritarismo. São, portanto, fundamentais para a consolidação de uma cultura democrática baseada na dignidade, na justiça e no respeito aos Direitos Humanos”.

A proposta surgiu com uma articulação ao lado da Associação Pernambucana de Anistiados Políticos (APAP), entidade que há 25 anos atua no Estado de Pernambuco em defesa do direito à memória, à verdade e à justiça, no contexto das graves violações de Direitos Humanos ocorridas durante a Ditadura Militar brasileira. 

As placas deverão ser instaladas nos seguintes pontos da cidade:

Sede da Polícia Civil de Pernambuco, na Rua da Aurora, nº 405, bairro da Boa Vista – antigo prédio da Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS), onde opositores da ditadura foram presos e torturados.

Os locais são:

Quartel da Base Aérea do Recife, na Avenida Maria Irene, bairro Jordão;
Hospital Geral do Exército de Recife (HMAR), também associado à repressão durante o período;
Casa da Cultura, na Rua Floriano Peixoto, que já funcionou como Casa de Detenção;
Ministério Público de Pernambuco, na Avenida Visconde de Suassuna, nº 99 – local onde funcionava o antigo quartel da 2ª Companhia de Guardas.

Também foram aprovados apelo ao ministro da defesa para que proíba comemorações do Golpe de 1964 por parte da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e o pedido de instalação de dois bustos em homenagem aos estudantes Jonas José de Albuquerque Barros e Ovan da Rocha Aguiar, ao lado do Memorial Vítimas da Ditadura na Av. Dantas Barreto, no bairro de São José.

Votaram contra a iniciativa os vereadores Felipe Alecrim, Alef Collins, Ana Lúcia, Tadeu Calheiros e Eduardo Moura.

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