Carlos Veras defende a federação

Deputado diz que união pode ajudar na governabilidade de Lula caso ele seja eleito

Divulgação

O deputado federal Carlos Veras (PT) avaliou que a formação de uma federação com outras siglas pode reduzir as chances do PT eleger um número maior de deputados em alguns, mas que é preciso pensar na melhor estratégia para o projeto nacional da sigla. Segundo o parlamentar, sem a federação há a possibilidade real do PT eleger três deputados federais em Pernambuco, podendo chegar ao quarto. Contudo, ele pondera que a união com legendas como PSB, PCdoB, PSOL e PV  pode ajudar na construção de uma política no campo de esquerda mais unificada, caso o ex-presidente Lula seja eleito. 

“A gente tem que estar muito atento porque às vezes a gente vota em um deputada ou deputado contrário ao presidente, aí acontece o que aconteceu em 2016 com a presidenta Dilma. Por isso, a gente precisa construir uma bancada grande e unificada para dar sustentação à gestão do presidente Lula, para fazer as mudanças necessárias que o Brasil precisa. Então, eu acho que para a política, a gente ter uma ação organizada dos partidos de esquerda, a federação ajuda,” afirmou, nesta quinta-feira (13), o deputado federal petista, Carlos Veras, durante entrevista para a Rádio Folha 96,7 FM. 

Divergências com Alckmin 

Assim como nas eleições de 2002, Lula está em busca de um vice para complementar a chapa majoritária e ganhar a simpatia da elite brasileira. Por isso o nome do ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido), candidato de centro-direita. segue cotado para o posto, mesmo com as diferentes opiniões entre Lula e o gestor paulista sobre temas como a reforma trabalhista. 

Mesmo com os benefícios, uma ala do PT não vê essa chapa com bons olhos. No fim de dezembro, petistas e simpatizantes do PT, contrários à possível escolha do ex-tucano Geraldo Alckmin promoveram um abaixo-assinado na plataforma Avaaz para impedir a continuidade das tratativas. O texto do Manifesto Contra a Chapa Lula/Alckmin, afirma que a parceria é inviável pois o ex-tucano apoiou o golpe contra Dilma em 2016, enfatizando também, que  os governos do político em São Paulo foram marcados por atos contrários aos trabalhadores, aos servidores públicos, à saúde e à educação. Carlos Veras, no entanto, minimiza as divergências.

“Com José de Alencar (vice-presidente de Lula no Governo Federal de 2003 a 2010) também houve isso. Teve um momento até que ele foi vaiado em um dos encontros e depois mostrou para toda militância do PT, e para toda sociedade brasileira, que foi um excelente vice do presidente Lula. Ele ajudou a governar o Brasil, a tirar 40 milhões de cidadãos da extrema pobreza, gerar emprego, desenvolvimento e controlar a inflação que agora está extremamente descontrolada. Debates internos são naturais e a gente vai vencendo aos poucos, vai construindo e vai dialogando. O que nós queremos é construir uma chapa majoritária, com capacidade de ganhar as eleições e com capacidade de gestão, porque eu tenho certeza que o presidente Lula vai pegar o Brasil em janeiro de 2023, pior do que pegou em janeiro de 2003,” enfatizou. 


Petistas e reforma trabalhista

Carlos Veras afirmou que, com Geraldo Alckmin sendo vice ou não para as eleições do Planalto, a revogação da reforma trabalhista e criação de outras  reformas são assuntos que o PT não vai abrir mão. “Para gerar emprego, não precisa precarizar as relações de trabalho e os direitos dos trabalhadores. Nós precisamos gerar emprego com qualidade. Nós precisamos, por exemplo, fazer além da revogação da reforma trabalhista, uma reforma tributária solidária em que quem ganha muito pague mais e quem ganha menos pague menos,” declarou.


Viabilidade da terceira via

Menos de nove meses para as eleições e as pesquisas apontam uma polarização clara entre o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e o ex-presidente Lula (PT). Segundo o deputado petista, a chamada terceira via não representa uma ameaça para o cenário eleitoral atual. “É um crescimento de um ponto, dois pontos que fica flutuando para cima e para baixo. Não tem ambiente político, na sociedade brasileira não há tempo, não há nada que pudesse fazer com que a terceira via substituísse Bolsonaro nessa disputa com Lula. Ele mantém um público ali de 20 a 28% da população que o segue sem pensar, que o segue sem analisar as consequências, que acaba alimentando o ódio e a intolerância, ” finalizou.

Entrevista completa no podcast Folha Política: 


 

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