Comissão da Alepe discute possível concessão de serviços da Compesa à iniciativa privada
Novo modelo prevê que atividades de distribuição e tratamento de esgoto passem para o setor privado
A Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) recebeu o presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Alex Campos, nesta terça-feira (05), para discutir a possível concessão de parte dos serviços prestados pela empresa à iniciativa privada.
O modelo está sendo avaliado em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e é inspirado em experiências semelhantes em outros estados, como Alagoas e Rio de Janeiro.
Atualmente, a Compesa, uma sociedade de economia mista com o Estado como maior acionista, gerencia quatro áreas principais: captação de água, tratamento, distribuição e o processamento de esgoto. O novo modelo em estudo prevê que a empresa continue responsável pelos serviços de captação e tratamento de água, enquanto as atividades de distribuição e tratamento de esgoto seriam transferidas para o setor privado.
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Investimentos
De acordo com Alex Campos, a principal justificativa para a mudança seria a necessidade de ampliar os investimentos na infraestrutura de saneamento básico para melhorar a qualidade do serviço prestado à população. O presidente da Compesa ressaltou que Pernambuco possui um dos piores índices de intermitência no abastecimento de água no Brasil, com rodízios longos que afetam diretamente a população.
“Temos um problema grave porque não temos água de fácil operação. Para levar água do Rio São Francisco para Caruaru, por exemplo, nós percorremos 300 quilômetros entre canais e adutoras”, explicou.
A falta de recursos suficientes, segundo ele, tem dificultado a manutenção e a ampliação da rede de distribuição de água e esgoto no Estado.
“Vamos manter 100% das cotas. Não estamos negociando ações. Estaremos fazendo apenas a concessão dos serviços”, frisou, reforçando que o principal objetivo é ampliar os investimentos para atender melhor a população.
O presidente da Comissão, deputado Joaquim Lira (PV), propôs a criação de uma frente parlamentar com representantes de diferentes regiões e partidos, para acompanhar o processo e garantir a participação da sociedade e dos trabalhadores na discussão. A ideia é que essa frente ajude a definir os melhores caminhos para a implementação do novo modelo de gestão.
Além de Lira, diversos outros parlamentares se manifestaram durante a reunião, como os deputados Antônio Moraes (PP), Dani Portela (PSOL), Edson Vieira (União), Eriberto Filho (PSB), Jarbas Filho (PSB), Jeferson Timóteo (PP), Luciano Duque (Solidariedade) e Romero Sales Filho (União).
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