Confira como foi o debate entre candidatos ao Governo de Pernambuco

Encontro foi organizado pela Rádio Liberdade de Caruaru e contou com transmissão simultânea da Rádio

Debate realizado com candidatos a candidatos a governador de Pernambuco - reprodução/vídeo

Os candidatos ao Governo de Pernambuco cujos partidos têm representação no Congresso Nacional participaram, na manhã desta sexta-feira (26), de debate da corrida eleitoral. O encontro foi organizado pela Rádio Liberdade de Caruaru e contou com transmissão simultânea da Rádio Folha FM 96,7. O debate foi mediado por Sócrates Filho.

Participaram do debate os candidatos Anderson Ferreira (PL), Danilo Cabral (PSB), João Arnaldo (Psol), Miguel Coelho (UB), Raquel Lyra (PSDB) e Wellington Carneiro (PTB). A candidata Marília Arraes (SD) também foi convidada, mas informou que não participaria - a assessoria informou que ela tem agendas no Recife e em Serra Talhada, o que inviabilizou sua ida.

Assista:

Blocos
O debate foi dividido em cinco blocos e teve duração total prevista de duas horas e meia. No primeiro bloco, cada candidato se apresentaou ao eleitor. No segundo e no quarto blocos, os postulantes trocaram perguntas entre si de livre escolha do tema.

Já no terceiro bloco, eles responderam a perguntas formuladas pelos jornalistas. E no quinto e último bloco, os candidatos deixaram uma mensagem final.

O debate começou às 9h com cada candidato se apresentando aos eleitores. O local destinado à candidata Marília Arraes (SD) ficou vazio. 

Anderson Ferreira:

"Eu sou um jovem determinado, focado e fui convocado pelo povo de Pernambuco. Convocado pelo presidente Bolsonaro para fazer diferente. Governei uma cidade difícil de governar e apresentamos resultados. Os resultados não apenas transformaram a vida da população, mas reconhecimento internacional da ONU em gestão pública. Está aqui quem sabe apresentar resultados. Pernambuco se encontra no chão, com a autoestima baixa. Vamos fazer um governo diferente da turma do PSB".

Danilo Cabral

"Eu tenho uma longa militância política e experiência administrativa. Cargos no executivos e no Tribunal de Contas. Tenho 35 anos de vida dedicada a Pernambuco. Quero colocar a experiência à disposição para que possamos construir um novo tempo em Pernambuco. Lamento apenas que a candidata Marília Arraes desistiu do debate. é um ato de desespero ao povo de Caruaru. Isso reflete um ato de despreparo ou arrogância com o povo".

Raquel Lyra

"É muito bom começar a série de debates por minha cidade, onde fui prefeita e pude fazer muito. Há 6 anos, quando assumi faltava vaga de creche, o atendimento da saúde era péssimo e conseguimos realizar muitas mudanças. Por isso, quero ser a próxima governadora do nosso Estado".

João Arnaldo

"Eu nasci no Sertão e fui ao Recife porque passei na Casa do Estudante, onde pude ter chance de ter acesso a comida e moradia para estudar. Política pública que faz as pessoas terem oportunidade de transformar vidas. Tive a honra de fazer parte do governo Lula como superintendente do Ibama. Me tornei servidor concursado e sou defensor de direitos humanos. Represento o PSOL porque é um partido que tem coerência pra defender Lula sem fazer disputas de cargos por acordo eleitoreiro".

Miguel Coelho

"Tenho 31 anos, advogado, fui deputado estadual e prefeito de Petrolina, onde tivemos a oportunidade de transformá-la na melhor cidade para se viver no Nordeste. A cidade com a melhor cobertura de água e saneamento. E é com essa experiência que eu me apresento como um pernambucano apaixonado e que está revoltado com o que fizeram com o nosso Estado. A gente precisa de um governador que seja líder e que tenha coragem e atitude para governar para todos os pernambucanos".

Pastor Wellington

"Nossa candidatura é a única nova no Estado. Todos os meus adversários já estiveram juntos em Pernambuco. Sou advogado e conheço os problemas de Pernambuco. E tenho propostas para resolver cada um deles".

 

2º bloco - Os candidatos fizeram perguntas entre si. A escolha foi por sorteio e houve réplica e tréplica

Anderson Ferreira para Danilo Cabral - “Qual a sua proposta para o IPVA”

Danilo - “Nós vamos empreender um novo saldo de qualidade. Nos últimos anos, Pernambuco vem sendo tratado como inimigo pelo Governo Bolsonaro que o senhor representa. Ele é o presidente que mais perseguiu Pernambuco. Nós voltaremos a ter os bons tempos quando Lula era presidente e Eduardo Campos era governador. Vamos fazer uma política tributária que será a menor do Nordeste.

Réplica - "O candidato partiu para a agressão. Nós vamos baixar o IPVA congelando a tabela FIP, o que Pernambuco não fez em 8 anos. Agora agride o presidente Bolsonaro que foi quem mais mandou recursos para Pernambuco. Fica se escorando em Lula"

Tréplica - Acho que deveria estudar melhor as contas que apresenta. Pernambuco exige respeito. Você representa Bolsonaro em Pernambuco. Não é com esse tipo de conduta que vamos discutir o Estado.

 

Danilo Cabral para Raquel Lyra - Infelizmente a candidata Marília Arraes desistiu do debate. Isso representa um desrespeito a Pernambuco. Não farei nenhum tipo de ataque pessoal. Todos aqui temos uma experiência administrativa. A ausência dela mostra um despreparo ou de arrogância. Qual a sua opinião sobre a ausência?

Raquel - Estamos aqui promovendo do primeiro debate para permitir que as pessoas que vão eleger o próximo governador avalie os compromissos. Tive a oportunidade de ser prefeita de Caruaru por dois mandatos. E nós conseguimos reduzir em quase 50% os índices de homicídio. Batemos recordes de geração de empregos e vamos levar essa experiência para o Palácio. Eu quero que você fale sobre o déficit habitacional do Estado nos últimos 8 anos. Como o senhor justifica isso?

Réplica - Esperava que você falasse de Marília, mas não falou nada. Nós temos um momento de muita responsabilidade com Pernambuco. O Brasil paga um preço muito caro com a eleição de Bolsonaro.

Tréplica - O importância de um debate é ter a possibilidade de eleger a primeira mulher governadora de Pernambuco. É importante estar aqui, mas não adianta fingir que não é continuidade desse governo. Pernambuco quer mudar.

 

Raquel Lyra pergunta a Miguel Coelho -“Há 14 meses tenho andado por Pernambuco e vejo um problema grande que atinge as mulheres do Estado que é não ter maternidades. Em Caruaru, fiz uma nova maternidade. O senhor não fez isso em Petrolina, por que?

Miguel - Fui o primeiro a construir a grande maternidade da nossa cidade. Inclusive fizermos outras ações e fomos premiados pela política para a primeira infância. O que queremos é construir 8 maternidades e terminar o Hospital da Mulher de Caruaru que está há oito anos parados. Vamos restaurar os hospitais que já existem.

Réplica - Centro de parto normal com 5 leitos não é maternidade. Em Caruaru, fizemos uma maternidade com 60 leitos. Nossa proposta é construir ao longo do Estado de Pernambuco cinco novas maternidades.

Tréplica - Não é distorcendo os fatos que vamos chegar em qualquer lugar. O Ministério da Saúde reconhece que casa de parto é maternidade. Precisamos mudar a política da cesárea e garantir o parto humanizado até para reduzir a procura por leitos de alto risco.

 

Miguel Coelho pergunta a João Arnaldo - Uma das preocupações de todos nós é o meio ambiente. Em Pernambuco, temos um grande problema, que é a Compesa. Além de não garantir água e colocar 6 milhões sem acesso a água ou ao esgoto, ela se torna a maior responsável pela poluição dos rios. Qual a sua visão sobre o meio ambiente?

João Arnaldo - A pergunta tem que estar no centro do debate político. Pernambuco tem um dos piores índices de abastecimento de água. Quase 60% das casas têm alguma irregularidade. A compesa tem sido sucateada para fragilizar o serviço público, que deveria trabalhar com qualidade e excelência. A Europa já começou a reestatizar, pois os serviços pioraram para a população. É o que está acontecendo com as empresas públicas. Vamos fortalecer a Compesa, fazer um projeto de captação de recursos junto ao BNDES. A privatização já aconteceu, mas a culpa é da Compesa. Precisamos entender que as políticas essenciais precisam ser estruturadas pelo Estado. Isso é possível e é o que vamos fazer ao universalizar o abastecimento de água até o final desta década com investimento robusto do BNDES. O que está sendo feito é a politicagem e o controle do Estado de forma distorcida.

Réplica - Fico feliz que você também defende que a Compesa possa se tornar uma melhor empresa. Mas não se tornando mais inoperante do jeito que é e só servindo para colocar afilhado político lá. Defendemos a concessão - que não é privatização. A concessão dura 25, 30 anos, o patrimônio é do Estado e ele vai ter o papel regulatório de poder cobrar para que possam fazer os investimentos necessários. Para que Pernambuco possa universalizar água e esgoto até 2035, que é o novo marco do saneamento, precisa investir R$ 15 bilhões. No ritmo do PSB, só se investe R$ 300, R$ 400 milhões por ano. Não adianta ficar com muita ideologia e pouca objetividade

Tréplica - A bem da verdade, empresa privada não faz investimento em política social. Empresa privada quer lucro. Se é para ter dinheiro público para fazer a obra e depois vender o serviço, por que a captação não pode ser feita pela Compesa? Quem deixa a empresa ineficiente é a má gestão. Temos que ter uma empresa eficiente, organizada e bem gerida, diferente da lógica de que, quando se faz PPP para escolher empresa amiga da gestão, é para colocar um amigo por 20 anos e fazer a política coronelista.

 

João Arnaldo para Wellington Carneiro – Desde o impeachment de Dilma, o Brasil vive um retrocesso civilizatório. O nosso desafio é retomar o caminho dos avanços civilizatórios. Mas o seu partido defende a violência e o uso de armas. Esse é o seu objetivo para Pernambuco?

Welligton – Não há interesse nenhum do PTB em defender a violência. Mas que a posse de arma seja um direito do cidadão do bem. Em qualquer lugar do mundo, a posse garante a segurança das pessoas. Pernambuco é o pior estado em segurança pública. O presidente Bolsonaro retomou o país.

Réplica – O Brasil era a 6ª economia do mundo ao final do ciclo do PT, avançou na saúde, educação, habitação, entre outros. Com Bolsonaro, tudo piorou. A arma está matando as pessoas e não dando segurança

Tréplica – A verdade deve ser dita. Não se zerou o social porque está se pagando o maior auxílio de todos os tempos. O custo do governo do PT é mentiroso e irresponsável. O dinheiro do contribuinte é investido no Brasil e não em republiquetas comunistas.

 

Pastor Wellington para Anderson Ferreira - Eu acredito que a verdade deve prevalecer. Penso que o eleitorado precisa ter as informações corretas. Hoje, o povo tem cobrado uma postura firme de qual posição você defende. Sua história política mostra que você nasce na Frente Popular. Em 2020, você estava com Marília Arraes e agora com Bolsonaro. O povo quer saber: onde você estará daqui a dois anos?

Anderson Ferreira - Vou entender porque a inexperiência toma conta do seu currículo político. Todos que estão aqui, tirando João Arnaldo, foram do PSB. Não me misture com essa turma. Meu candidato na eleição do Recife foi Mendonça Filho. Eu acho que você sabe, mas se faz de desinformado. No segundo turno, o Recife colocou dois candidatos da esquerda. E eu fui muito claro: eu sou contra o PSB. Quando você fala lá atrás, da nossa história, quando Eduardo estava no seu segundo mandato, quase todos os partidos estavam em uma única aliança. Quando ele faleceu e colocou dois despreparados para estar à frente dos governos. Você pensa que governar o Estado é fácil? Se você não tem experiência, não desce pro play. Tem que ter experiência pra dar resultado. Sou o candidato do presidente Bolsonaro e tô vendo você querendo pegar carona nessa moto. Mas eu acho bacana porque você reconhece o grande trabalho que o presidente fez, diferentemente de Danilo Cabral, que não reconhece.

Réplica - Minha maior experiência é não fazer mal ao povo. Nunca tive oportunidade em administrar um município e você teve. Jaboatão foi o município mais afetado nas últimas cheias. Você disse que eu quero pegar carona com o presidente, mas em 2018 eu fui candidato a federal sem estrutura nenhuma. Tive alguns votos, mas experiência eu quero mostrar administrando Pernambuco com seriedade e transparência.

Tréplica - Aqui não dá para fazer laboratório. Você tem a mesma sensibilidade social que eu tenho. Sabe que eu iniciei transformando vidas de pessoas através de projetos sociais. Ganhei dois mandatos de deputado federal. Conheci o presidente Bolsonaro, mas não tive que fazer a minha história agarrado em presidente. Queria responder ao Danilo também: foi Auxílio Emergencial, foi Auxílio Brasil. Nós fizemos e muito. O presidente ajudou os pernambucanos e o povo é grato.

 

Neste 3º Bloco, os candidatos responderam perguntas feitas por jornalistas e, em seguida, as respostas foram comentadas pelos outros candidatos.

A primeira pergunta foi do apresentador da Rádio Folha FM 96,7, Jota Batista. 

Jota Batista - para Anderson Ferreira e comentário de Danilo Cabral

Qual o compromisso de vocês para que esta eleição não seja sangrenta, comprometendo o eleitor?

Anderson Ferreira - Estamos, a cada dia, debatendo Pernambuco. É isso que eu faço todos os dias. As pessoas perguntam sobre posicionamento. O meu sempre foi claro: sou, sim, o candidato do presidente Bolsonaro. Ele, que fez o Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família), que, na pandemia, deu a vacina; o que deu Auxílio Emergencial. Com certeza este alinhamento de Anderson Ferreira e Bolsonaro vai atrair mais investimentos para Pernambuco. Aqui em Caruaru, por exemplo, temos um aeroporto que precisa passar por uma requalificação. O ministro Gilson conseguiu atrair essa atenção para a requalificação. E com a garantia de ter um governante competente, que entregue. O do PSB está aí, agora, se agarrando com o PT. Há dois anos eu vi o Recife, com o prefeito João Campos, agredindo Lula. Hoje tá tudo junto. O povo de Pernambuco quer posicionamento e eu sou muito claro: sou contra o aborto e contra a legalização das drogas.

Danilo Cabral - Quem assistiu aos debates que nós tivemos com os candidatos à Presidência observou muito clara a diferença de posições. Sobre o respeito às urnas, Bolsonaro teve que ser perguntado três vezes para, no fim, admitir que vai respeitar o resultado das eleições. Uma postura completamente diferente da que teve o ex-presidente Lula. Nós não temos uma eleição qualquer: o que está em jogo é a democracia brasileira. Nós vimos recentemente o presidente sair para agredir uma pessoa por estar fazendo interação nas redes sociais. Nós vamos fazer uma campanha da paz. É isto que representa Lula para os brasileiros. O povo quer a democracia formal, mas quer habitação, saúde e nós vamos caminhar com Lula.

 

Jornalista Carine Paixão para Miguel Coelho e comentário de João Arnaldo - Seu pai foi secretário de Roberto Magalhães e depois foi vice de Miguel Arraes. Anos depois, foi ministro de Dilma e líder do governo Bolsonaro no Senado. Durante a sua convenção, o senhor se emocionou e disse que será governador para realizar o sonho do seu pai, que nem conseguiu disputar. Alvo de investigações, Fernando Bezerra algumas vezes teve a visita da PF. Como o senhor pretende aplicar a transparência no seu governo e o combate à corrupção?

Miguel Coelho - Enquanto prefeito, colocamos Petrolina entre as 10 cidades mais transparentes. Essa operação da PF na prefeitura durante a minha gestão começou por uma dispensa de licitação feita pelo prefeito Geraldo Julio e que hoje já foi dado, por sentença judicial, que todos os contratos de Petrolina foram legais. É importante separar o joio do trigo. Sobre o senador, ele tem mais de 40 anos de vida pública. Não vamos juntar uma coisa com a outra porque do governo Roberto Magalhães a vice de Miguel Arraes foram mais de 10 anos de distância. Foi uma construção política que o levou para isso. Quem conhece a história dele sabe como foi importante em 2006 para ajudar em Eduardo virar governador. Tenho muito orgulho da história do meu pai e eu serei governador pela vontade do povo. Se isso vai realizar uma ambição pessoal do meu pai, ótimo. Mas eu irei realizar os sonhos dos pernambucanos que estão frustrados pela falta de água, comida na mesa e emprego. Até pelo medo de vivermos em um dos estados mais violentos do Brasil. Quem está no nosso ramo não pode temer ser investigado. Todo mundo está sujeito a isso. Os órgãos de controle devem fazer suas investigações: Tribunal de Contas, Ministério Público, Polícia Federal, Polícia Civil - que, inclusive, sofreu muito quando tiraram a delegacia contra a corrupção e se criou a Draco, que age com no mínimo uma suspeita.

João Arnaldo - Tem uma coisa que marca o perfil das principais candidaturas: o oportunismo eleitoral. Não é só o pai do candidato Miguel Coelho que tem esse perfil, mas é importante destacar como é evidente esse oportunismo para se manter no poder. Essa turma que, eventualmente, estão em disputa, faz a mesma política, que é de divisão de cargos, arranjos financeiros. Isso precisa acabar. Precisamos transformar Pernambuco em uma república, e não em uma capitania hereditária.

 

Jota Batista para João Arnaldo – O senhor estava na chapa de Marília Arraes em 2020. Por que não continuou nessa parceria?

Em 2020 fizemos uma parceria inédita para defender um projeto de esquerda para o município. Agora, Marília fez uma aliança com os piores aliados do PSB que, inclusive, votam com Bolsonaro como André de Paula e Sebastião Oliveira. Tanto Marília quanto Danilo estão brigando por esses nomes que representam o atraso.

Raquel Lyra – Pastor Wellington, eu nunca fiquei de braço cruzado observando o Governo dar as costas para Caruaru. Fui atrás de recursos para os projetos da mesma forma que farei para Pernambuco.

 

Edvaldo Magalhães para Welligton Carneiro e comentário de Miguel Coelho – Durante a campanha, tudo é muito bom, promessas, guias, etc. Mas como podemos ter a segurança de que, quando acabar a eleição, tudo não vai continuar como antes?

Wellington Carneiro – Os projetos na hora de executar, não saem do papel. Não existem propostas sem haver recursos. Para isso, é preciso ter o enxugamento da máquina. O site do Governo de Pernambuco está fora do ar há meses. Na aparência, a folha de pessoal estaria dentro da lei. Mas e os terceirizados? O governo é totalmente incompetente.

Miguel Coelho – Melhor do que o discurso é o exemplo. Eu como prefeito de Petrolina nos últimos 5 anos. Tenho muito orgulho do que fizemos na cidade que hoje é a melhor para se viver, hospital da criança, da mulher, vagas em creches, entre outros. Por isso, deixamos a Prefeitura com 90% de aprovação.

 

Neia Gonçalves para Danilo Cabral e comentário  de Anderson Ferreira - O que o senhor pensa, enquanto projeto inovador, para impulsionar a economia no Estado e principalmente no Vale do São Francisco? 

Danilo Cabral - Vamos fazer, nos próximos 4 anos, um investimento na ordem de R$ 15 bilhões. O Estado se encontra equilibrado, com a conta fiscal em dia, com capacidade de alavancar mais recursos tanto de receita própria quanto de operação de crédito. Essa é uma conta que eu fiz e conheço de administração pública. Esse momento exige pessoas que tenham conhecimento da máquina. Sou um filho do interior e as oportunidades que chegam na RMR devem chegar no interior. Teremos oportunidade de ter um ambiente de captação de recursos como tivemos enquanto Lula presidente. R$ 90 bilhões foram investidos no Nordeste e R$ 50 bilhões aqui. Vimos a transposição do São Francisco sair do papel. Duas ações eu considero importante: concluir a Transnordestina. É uma obra estratégica e importante para o Estado. E a duplicação da BR-232. Essa nós vamos fazer até Serra Talhada e com mais uma terceira faixa, até Salgueiro, para que a gente possa integrar todo o Estado. A rodovia possibilitou o crescimento de várias cidades do interior e esse movimento precisa ir adiante.

Anderson Ferreira - É triste. Ele fala que é auditor e que vai duplicar. Está aí o governo com oito anos em queda livre. Teu governo é fraco e inoperante. A transposição quem fez foi o presidente Bolsonaro. Passaram dois governos do PT e não fizeram. Bolsonaro chegou lá e fez. Eu, sim, vou fazer um trabalho de requalificação da malha viária. As rodovias estão todas esburacadas. Precisam ser requalificadas para impulsionar a economia.

 

3º bloco - Os candidatos fizeram perguntas entre si. A escolha foi por sorteio e houve réplica e tréplica

Danilo Cabral para Anderson Ferreira - Seu candidato a presidente, entre tantas perversidades que fez contra o povo, o mais grave foi colocado o Brasil de volta no mapa da fome. Lula tinha tirado lá atrás e, agora, temos 40 milhões de pessoas que não têm o que comer. A política de proteção social do presidente foi uma tragédia. Qual a sua proposta para o enfrentamento da fome no Estado?

Anderson Ferreira - Eu vou debater Pernambuco, mas o candidato insiste em falar do meu presidente. Quero dizer que vamos gerar 600 mil empregos. Vamos atrair novas empresas, requalificando as estradas e trazendo água para chegar na torneira da população e no polo têxtil. Transposição do Ramal Leste, que seu governo não fez, nós vamos fazer. Temos muitos projetos que, de fato, vão gerar empregos. O maior programa social é o emprego. Simples assim. O presidente Bolsonaro de fato colocou a comida no prato daqueles que mais precisam. O seu presidente, que você tenta se agarrar com ele, pagava um Bolsa Família de R$ 140/média. O presidente Bolsonaro colocou para R$ 600. O presidente baixou os impostos da gasolina, do gás e você vem falar que ele não tem cuidado do povo? O povo pernambucano é grato e vai saber agradecer o presidente Bolsonaro pelo momento mais difícil que se passou no País. E com Anderson Ferreira no governo é que Pernambuco cresce.

Danilo Cabral - Quem botou comida no prato da mesa do brasileiro foi o presidente Lula e não o PIX eleitoral que o presidente tá propondo. Um auxílio que ele não queria nesse valor e que tem prazo para acabar no dia 31/12, como se a fome fosse acabar no dia seguinte. Nós vamos priorizar o enfrentamento à fome no Estado. Estaremos lançando o programa Comida na Mesa. Vamos garantir, em todas as cidades do Estado, equipamentos da cozinha comunitária que vai servir 200 refeições diárias. Nas cidades com mais de 100 mil pessoas, vamos instalar restaurantes populares, como já foi instalado no Recife. Ao todo, serão 50 mil refeições. Além disso, vamos trabalhar a descentralização da Ceasa para que o produto tenha um preço melhor.

Anderson Ferreira - É engraçado ver o candidato só dizer que o candidato é Lula. Se esquece que o padrinho dele é Paulo Câmara. Não estou aqui para botar o Estado para baixo, mas para cima. Mostrando que temos capacidade de entrega. Vejo muitos ex-prefeitos falarem das suas cidades, mas eu sou candidato a governador.

 

Anderson Ferreira para Raquel Lyra – Quando assumi Jaboatão, a cidade tinha 4 creches. Elevamos para 23. Colocamos reconhecimento facial nas escolas. A merenda é feita de acordo com as necessidades do aluno. Na área de educação, o que você pretende fazer?

Raquel Lyra - A principal demanda das mulheres e mães foi com as creches. Em Caruaru, creches com 5 refeições, vacinas, entregas de óculos e capacitação das mães para ingressarem no mercado de trabalho. Essa é uma proposta de combater a desigualdade. Meu compromisso sempre foi com as futuras gerações. Hoje, fazemos busca ativa. Queremos 60 mil vagas de creche e não digam que não é responsabilidade do Governo. Vamos fazer isso até as prefeituras poderem bancar.

Réplica - Você prometeu aumentar o número de vagas, mas esse é um número com base em estudos. Eu não. Vou sair do script do marketing e prometer obras. Quero ir pra as ruas e saber o que o povo quer. Se forem mais vagas ou menos, assim será. Porque o que a população quer é usar os equipamentos que já existem

Tréplica - Andei o Estado inteiro e conversei com os invisíveis como na época que assumi Caruaru, onde a zona rural recebia os restos do centro da cidade. A necessidade mesmo é de 100 mil creches. Mas 60 mil são para começar a avançar.

 

Raquel Lyra para João Arnaldo - Pernambuco é um dos estados mais violentos do Brasil. Subimos em quase 10% o índice de homicídios. Precisamos reestruturar a segurança pública. Qual a sua proposta para a área?

João Arnaldo - A política de segurança pública está em desencontro com a necessidade da população. Não foi só o Pacto pela Vida quem perdeu os rumos. Precisamos redefinir a forma de investimento. Sabia que existe uma gratificação para PMs que distorcem os objetivos de promoção à segurança? Por exemplo, um PM que não aumentar o número de batidas para encontrar drogas com alguém recebe menos. Em vez de ter um trabalho para evitar um contato com o crime organizado, eles são jogados para o presídio. Temos que reinvestir em uma nova cultura: a da paz. Queremos trazer uma nova lógica de planejamento territorial, onde as polícias farão parte da prevenção da violência. O governo, na nossa gestão, passará a articular isso com uma atenção especial às mulheres.

Raquel Lyra - Com 17 dias de governo, lançamos o plano Juntos pela Segurança. Eu assumirei pessoalmente a liderança do projeto de segurança pública. Vamos reunir todos para trabalhar repressão qualificada e prevenção social. Foi assim que eu fiz em Caruaru. Vamos reestruturar as forças operacionais da Polícia e dar condições de trabalho. Vamos completar os complexos de Polícia Científica, que estão com obras inacabadas no Estado inteiro e garantir que os pernambucanos tenham, de fato, o direito de ir e vir.

João Arnaldo - A mudança de concepção tem que compreender o papel de gerenciamento que o Estado tem. Isso não tem acontecido, mas é preciso entender que o diálogo tem que ser feito com a gestão local. A política geralmente despreza a participação da sociedade da realidade do território. Um dos desafios que trazemos é de fazer o planejamento territorial. A escola precisa ser um espaço de articulação entre sociedade e juventude. Trazer um agente de mediação de conflitos (igual ao conselheiro tutelar) é importante para que eles, que compreendem a comunidade, mediem antes que o conflito ocorra.

 

João Arnaldo para Miguel Coelho - Recentemente, o Ministério da Saúde produziu um relatório dizendo que Petrolina tem um dos piores índices no quesito da atenção básica. O marketing quer passar uma imagem de tudo está ótimo, mas a realidade é diferente

Miguel Coelho - Esse relatório do qual você está falando refletem os dados de preliminares porque o Ministério mudou a forma de avaliação. Mais os fatos é que, hoje, temos uma cobertura de 95% da atenção básica. Construímos novos postos de saúde, implantamos o plano de cargos e carreigas agentes de saúde  O Estado cruza os braços e diz que os postos de saúde não são de responsabilidade dele. Vamos instalar os 12 centros de diagnóstico para o atendimento

Réplica - A política do Governo é muito parecida porque todos os outros candidatos saíram do prórpio PSB . Defendemos a restauração de todos os hospitais regionais que foram abandonados. Casas de parto em todas as cidades de Pernambuco.

Tréplica - Construímos 25 novos postos de saúde. O próprio Ministério da Saúde classificou Petrolina como a melhor atenção básica de Pernambuco, a segunda do Nordeste e a oitava do Brasil. Mas vamos fazer mais no Governo, sem esquecer o que está abandonado pelo Estado. 

 

Miguel Coelho para Pastor Wellington - Percebemos uma briga pra ver quem consegue puxar mais sardinha pra Bolsonaro ou Lula. O Brasil tem uma média de 20 a 23% da população em situação de pobreza. Pernambuco tem 52%. Não podemos ter um governador refém ideologicamente falando. Precisamos de um governador forte.

Pastor Wellington - Tenho dito que quem vai governar PE não é Lula ou Bolsonaro. Essa tentativa de nacionalização só prejudica o Estado. Você tem que ter um poder de diálogo, independentemente de quem seja o presidente, você tem que ir em busca de solucionar os problemas. PErnambuco é um caos em todas as áreas. A esquerda conseguiu transformar aquele que um dia foi conhecido como Leão do Norte como gatinho afugentado. Nossa proposta é de resgatar Pernambuco do fundo do poço. É tirar os projetos do papel. Mas não tem varinha mágica: sem falar em enxugar a máquina e fazer com que a economia gire, ninguém vai conseguir fazer nada. Vemos hoje uma gestão totalmente irresponsável. É só vitrine. O candidato do governo vem aqui dizer que vai fazer e em oito anos o governador dele não conseguiu fazer nada.

Replica - Para que Pernambuco possa sair do ostracismo, precisa de um líder que saiba onde quer ir. Quero ser um governador para poder gerar empregos, acolhimento e inclusão social. Para que a gente possa fazer do nosso Estado um ambiente mais competitivo para que novas empresas possam se instalar e também para diminuir o custo de vida do cidadão. Por isso que vamos isentar o IPVA de quem tem carro acima de 10 anos e quem tem moto até 160 cilindradas e o ICMS do micro e pequeno empreendedor para que elas possam crescer, pois Pernambuco cresce junto

Tréplica - Eu não tenho dúvidas que o povo pernambucano deseja um projeto novo, e não o poder pelo poder. Precisamos olhar para Pernambuco com responsabilidade. Como cristão e pastor, quero falar para você que sofreu perseguição nos últimos dois anos. Nós, cristãos de um modo geral, tivemos os templos fechados durante a pandemia. Qual político aqui que defendeu as nossas bandeiras? Mesmo sem mandato, como advogado, entrei com dezenas de mandados de segurança para que os templos permanecessem abertos. Você, que sofreu com isso, observe quem de fato está ao lado das bandeiras que você defende.

 

Pastor Wellignton para Danilo Cabral - Que mágica é essa? Você é o candidato do governo do caos. O seu governador jogou Pernambuco nos piores índices. Como você diz agora que vai fazer tudo diferente? O legado de Paulo Câmara é o arrocho tributário.

Danilo Cabral - Todos os candidatos nos atacaram. Porque eles têm a certeza que nós vamos ganhar essa eleição e continuar transformando a vida do povo de Pernambuco. Tem uma turma aqui que tem vergonha do time que representa. O único que está mostrando o palanque é o candidato Anderson. Vamos fazer o reencontro de Pernambuco com o Brasil. Porque Lula será nosso presidente.

Réplica - Ele teve dois minutos para responder minha pergunta e não disse nada. Ele representa o atraso. Pernambuco não aguenta mais 4 anos de governo esquerdista. Esse candidato é o descaso com Pernambuco em pessoa.

Tréplica - Quero falar de emprego que interessa ao povo. Nós estamos apresentando um novo programa para estimular quem quiser contratar um novo trabalhador. Nós vamos dividir o salário com vocês para gerar mais oportunidade de emprego.

 

4º bloco - os candidatos têm um minuto e meio para fazerem as suas considerações finais.

Pastor Wellington - Quero agradecer a oportunidade e dizer que nossa candidatura é a única que, de fato, representa o novo para Pernambuco. Todos os demais são farinha do mesmo saco. Existe um discurso hoje e, na hora de se tirar do papel os projetos, nada acontece. Vou administrar o Estado com probidade e competência. Quero implantar um governo verdadeiramente cristão. Um governo assim representa o povo de fato, respeita a constituição e as liberdade. Nunca tentarei impor qualquer situação para o povo. Estarei buscando o diálogo com todos os setores e as melhores alternativas para os problemas que Pernambuco enfrenta. É assim que se faz.

Miguel Coelho - Esse momento do debate e da propaganda eleitoral é o ideal para vocês possam comparar quem fala e quem faz. Petrolina hoje é um exemplo para Pernambuco e para o Brasil. Quero ser governador para ser o melhor governador que o Estado já teve. Pernambuco não é acanhado e não pode ser apequenar por um grupo, uma família ou algo parecida. O governador de Pernambuco tem que ter sangue nos olhos e vontade de querer fazer mais pela população.

João Arnaldo - Me sinto na obrigação um detalhe na fala do candidato Danilo, onde só ele mostra o candidato a presidente. Pelo contrário, apoiamos Lula, mas nunca o traímos. Estivemos juntos com ele quando teve o impeachment de Dilma e com aquela armação política que levou à vitória de Bolsonaro. O PSOL tem coerência política e é por isso que queremos mudar Pernambuco para garantir o programa de renda básica de R$ 600 para cada família da extrema pobreza. Convido você para conhecer os nossos programas. Vem mudar Pernambuco pela esquerda porque queremos mudar as pessoas. Temos contas aprovadas e experiência, pois conheço a realidade do Estado.

Raquel Lyra - Sou a única mulher presente para debater num momento crucial da história de Pernambuco. Hoje o Estado só lidera rankings ruins. Tenho visto um sentimento de mudança muito forte. Tá na hora de Pernambuco virar o jogo. Eu administrei Caruaru e transformei ela numa cidade com mais saúde, educação, melhoria na segurança pública. E eu não estou só. Estou com Priscila Krause como minha vice e com uma chapa com a reputação ilibada porque sempre nos dedicamos ao Estado.  

Danilo Cabral - Quero agradecer e cumprimentar todos os candidatos. Esse ato é importante. Amanhã teremos a oportunidade de começar a veiculação do guia eleitoral. Vim me apresentar e contar a minha história, onde tive 35 anos de vida dedicada ao estado de Pernambuco. Nunca votei contra um trabalhador na Câmara e agora queremos construir um novo tempo no Estado. Estarei junto com Lula e Eduardo para revivermos os tempos que tivemos em Pernambuco. Gostaria de fazer um apelo, de forma muito respeitosa, à candidata Marília Arraes. Sei que às vezes temos dificuldade de agenda, mas queria deixar um convite: o horário que tiver livre na sua agenda e eu estarei junto para debater conosco.

Anderson Ferreira - O que a gente percebeu aqui não foi um debate e de agressões pessoais. O candidato Miguel Coelho me chamou de menino. Tenho orgulho do que o presidente Bolsonaro fez por minha cidade. Mas desde o início quis debater os problemas de Pernambuco e fui agredido porque sabia que seria assim. Não vamos colocar um plano de governo e sim um plano de ação.

 

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