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Congresso elege novo comando. Confira os reflexos das possíveis mudanças para governo e oposição

Neste sábado, deputados e senadores vão escolher novo presidente das Casas

CongressoCongresso - Marcello Casal JrAgência Brasil

O comando das duas Casas do Congresso Nacional está em disputa neste sábado. Deputados e senadores escolhem os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que comandarão o Legislativo entre 2025 e 2027. As votações, realizadas de forma secreta, ocorrerão às 10h no Senado e às 16h na Câmara. 

Os favoritos para os cargos são o senador Davi Alcolumbre (União Brasil) na Casa Alta e o deputado  Hugo Motta (Republicanos) na Câmara, ambos com forte apoio político. No entanto, a disputa conta com outros candidatos. No Senado, Marcos Pontes (PL-SP), Soraya Thronicke (Podemos-MS), Marcos do Val (Podemos-ES) e Eduardo Girão (Novo-CE) tentam ameaçar o favoritismo de Alcolumbre. Já na Casa Baixa, os deputados Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Marcel van Hattem (Novo-RS) correm por fora.

A escolha dos novos líderes marca o fim dos mandatos dos atuais presidentes Arthur Lira (PP-AL), na Câmara, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no Senado. Além disso, abrem novas perspectivas para o cenário político nacional, com implicações para o Governo Lula e oposição.

Governo

Segundo o cientista político Adriano Oliveira, a tendência é que a relação do Governo Lula com os novos líderes do Congresso seja harmoniosa, sem grandes sobressaltos no curto prazo. O especialista destaca que Lula deve utilizar sua capacidade de articulação política e a reforma ministerial para manter um bom relacionamento com Motta e Alcolumbre, caso o favoritismo dos postulantes prevaleça na disputa.

"Tende a ser uma relação harmoniosa, em que Lula vai dialogar e utilizar a reforma ministerial para ter um bom relacionamento com eles", avalia.

No entanto, ele pondera que uma eventual crise econômica grave poderia abalar essa relação e levar os novos presidentes da Câmara e do Senado a adotar uma postura menos favorável ao Planalto.

Bolsonaro

Um dos temas que orbitam o Congresso é o Projeto de Lei que anistia os presos do 8 de janeiro. O intuito da oposição é pavimentar a aprovação de uma proposta para derrubar a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à inelegibilidade e facilitar que ele concorra na próxima eleição.

 No entanto, Adriano Oliveira acredita que essa possibilidade é remota.

"O STF e todas as instituições não confiam em Jair Bolsonaro. Consequentemente, o Congresso iria contra o Supremo Tribunal Federal (STF), gerando um conflito institucional. Por isso, não acredito na anistia", explica.

Oliveira ainda ressalta que um cenário de anistia só poderia surgir em meio a uma grave crise econômica, o que forçaria o Congresso a buscar soluções para reduzir a tensão política. Contudo, ele enfatiza que essa hipótese é remota.

Pauta

A pauta de votação do Congresso para 2025 já está cheia. O primeiro desafio será a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA). Além disso, 30 Medidas Provisórias e 55 vetos do Governo Federal a projetos de lei aprovados pelos parlamentares aguardam votação. Outros projetos, como a segunda parte da regulamentação da reforma tributária, também devem entrar em votação ainda no primeiro semestre.

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