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Criticas de Malafaia expõe fragilidade de liderança de Bolsonaro

Análises sugerem que as tensões na direita são naturais

O Pastor Silas Malafaia ao lado de Jair Bolsonaro - PR/Isac Nóbrega

O pastor Silas Malafaia, um dos mais proeminentes apoiadores de Jair Bolsonaro, manifestou sua decepção com o ex-presidente, acusando-o de covardia e omissão durante as eleições municipais de São Paulo, realizadas no último domingo (6). Malafaia destacou a falta de posicionamento de Bolsonaro em relação ao candidato que apoiou, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), e a aliança feita com ele.

O descontentamento de Malafaia reflete uma possível crise de liderança dentro do grupo de apoiadores de Bolsonaro. Segundo Elton Gomes, professor e cientista político, essa ausência de apoio explícito para candidatos evangélicos pode alienar a base de eleitores que valoriza lideranças fortes e decididas.

“Malafaia, ao criticar Bolsonaro por sua falta de liderança, está agindo de acordo com suas preferências, com seus objetivos, que eles incluem, inclusive, a manutenção da influência sobre os eleitores evangélicos e essa crítica pode ser vista como uma tentativa de reposicionar o Malafaia como um líder mais autêntico e proativo no campo da chamada direita”, afirma Elton Gomes.

Por outro lado, Gomes não acredita que as críticas de Malafaia indiquem um racha profundo na direita brasileira. “Essas tensões são naturais em um cenário onde a rivalidade e a diversidade de opiniões prevalecem”, afirmou. Ele sugere que o ex-presidente pode ainda buscar se reafirmar nas eleições futuras, especialmente em São Paulo.

Roberto Leandro, advogado eleitoral e consultor da FGV, acredita que as críticas de Malafaia revelam uma fragilidade na liderança de Bolsonaro.

“Essa aliança é uma concha de retalhos, e a crítica de Malafaia mostra que a situação não está tão amarrada quanto o ex-presidente tenta demonstrar”, disse.

Com a possibilidade de Bolsonaro permanecer inelegível até 2026, Malafaia já cogita apoiar o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o que poderia indicar uma mudança nas alianças dentro da direita. Essa mudança, embora significativa, pode não ser uma ruptura definitiva, dado que Bolsonaro ainda possui influência considerável no cenário político.

Para o futuro da direita brasileira, as opiniões divergem. Leandro prevê um cenário de “muitas alianças e traições” enquanto a disputa pelo legado de Bolsonaro continua, enquanto Gomes sugere que as críticas podem ser um reflexo de uma insatisfação crescente com a liderança do ex-presidente.

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