Dani Portela diz que que é preciso valorizar a Guarda Municipal antes de armá-la
Dani quer utilizar a estrutura da Guarda para auxiliar combate à violência contra a mulher
Na tarde desta sexta-feira, 13, a candidata à prefeitura do Recife, Dani Portela (PSOL/Rede), opinou que o discurso de armar a Guarda Municipal tem sido usado por candidatos de centro, direita e extrema direita e explicita um pensamento militarista, de que a arma protege todo mundo e passa a sensação de segurança.
“É um discurso muito fácil, enquanto esses Guardas Municipais recebem um dos salários mais baixos do país, em torno de R$2.200 a 2.400. Nos dias de folga, aumentam esse salário fazendo plantões de 06h/12h. Então, antes de armar uma parcela da guarda, é preciso valorizar esses profissionais, qualificar, dar condições de trabalho. Segurança pública não se resolve só com arma, porque essa arma estará sempre apontada para a juventude, juventude negra e de periferia.” enfatizou Dani Portela.
Durante a entrevista, Dani Portela disse que pretende promover medidas de valorização dos profissionais da Guarda Municipal do Recife, que garantam uma progressão funcional, com realização de capacitações, de novos concursos públicos, a incorporação das “vantagens” ao salário e à aposentadoria.
A candidata quer utilizar a estrutura da Guarda Municipal para auxiliar na garantia de direitos de mulheres vítimas de violência doméstica, bem como no cumprimento de medidas protetivas através do fortalecimento e ampliação da frota da Patrulha Maria da Penha.
Responsabilidade
Dani Portela ainda disse que as forças armadas Federal, Polícia Federal, Polícia Civil e Militares são de responsabilidade do Estado e que a Guarda Municipal age na questão do patrimônio e não tem o papel de polícia.
“As pessoas confundem ao ver todo mundo fardado, na rua, e acham que são policiais. As atribuições da guarda são importantíssimas, tanto que tem a Patrulha Maria da Penha que é uma ação específica da Guarda Municipal, voltada a atender chamados de mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. E os números das ocorrências no Recife são bem altos dessas mulheres em situação de relacionamentos violentos, abusivos ou que sofrem violência. Também por isso, acredito que antes de pensar em armar a Guarda, é preciso pensar em outros meios de promover segurança. É preciso pensar em políticas públicas efetivas para a cidade.”, enfatizou a candidata.