Daniel Coelho defende debate sobre reforma da Previdência
"Esses debates se misturam. Não dá para você defender aumento de despesas com saúde e educação e ser contra reforma, senão você é um sabotador da República. Então a parcela do parlamento que defende a pauta de ser contra a reforma e a desvinculação (do orçamento) e ainda dizer que pretende aumentar investimentos em saúde e educação quer destruir o Brasil, porque sabe que está forçando uma situação impossível de acontecer, pois não tem como aumentar nossas despesas sem aumentar a receita, isso seria aprofundar o nosso caos", comentou.
A crítica de Daniel Coelho pode ser estendida à parte da oposição ao governo, a exemplo do PT, que se declarou contrário às duas propostas, como tem se posicionado, por exemplo, o líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT). O deputado vê complexidade na discussão da Previdência e cobra que o assunto seja amplamente debatido. "É uma matéria difícil, sem nenhuma dúvida, uma matéria polêmica. Existe um ambiente na sociedade de um pouco mais de convencimento sobre a necessidade da reforma. Os argumentos utilizados no ano passado da não necessidade e de que não existe déficit começam a ficar cada vez mais insustentáveis. Agora, o modelo e o conteúdo das propostas da reforma vai passar por debate", disse.
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Pontos mais sensíveis e que geraram maior críticas como o corte do Benefício de Prestação Continuada (BPC), segundo o parlamentar, já foram superados e não devem prosperar. "Já está muito evidente que o BPC não será mexido, vejo isso com clareza pelos depoimentos das bancadas e declarações do próprio presidente é muito evidente que não vá mexer no BPC e o foco vai ser outro. Mas é um projeto difícil e precisa de muito convencimento da sociedade, que será decisivo no caso da Previdência. Avançar um pouco mais no esclarecimento e no combate às notícias falsas que são divulgadas sobre o assunto", argumentou.
Daniel Coelho informou que a bancada federal do PPS tem uma reunião agendada com o ministro da Economia Paulo Guedes nesta terça-feira (12). "Nós temos participado de todas as reuniões e nossa conversa é institucional, o que o PPS quer discutir é conteúdo. O PPS tem como princípio que precisamos fazer a reforma e que ela tem que proteger os mais pobres. Na lógica de que toda reforma precisa ter sacrifício e quem pode mais vai ter que fazer esse sacrifício. Dentro desse princípio vamos fazer a discussão", antecipou.
No entanto, Daniel criticou a postura de alguns parlamentares. "O Congresso é uma foto do Brasil, tem todo tipo de pensamento. Tem gente defendendo corporativismo com servidor que ganha R$ 35 mil e quer se aposentar cedo. Tem todo tipo de defesa. Não é a postura nossa. A gente está preocupado com quem está na base da pirâmide. Quando eu falo de até dois salários mínimos estou falando de 84% da população. E os outros 16% cria mais tumulto que os 84", afirmou.
"A massacrante maioria da população ganha até dois salários mínimos e você vê a reação de segmentos que poderiam fazer sua dose de contribuição para que a gente equilibre as contas", criticou Daniel.
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