Decisão por "exclusão" e movimento rumo a 2018
Da Coluna Folha Política
Se a questão nacional não balizou a pauta da campanha eleitoral no Recife, teve papel determinante no caminho que o DEM e o PSDB adotaram em relação ao 2º turno. Pouco após a totalização das urnas, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, dava um recado, no seu twitter: "Nesse domingo, de forma democrática, o eleitor disse não à tese do golpe". Referia-se ao resultado das urnas, que apontou o enfraquecimento do PT. Mensagem semelhante fora postada, no mesmo horário, pelo ministro da Educação, Mendonça Filho: "Em todo o País, o eleitor respondeu, ao PT, com um não para a mentira, a má gestão e à corrupção institucionalizada do modo petista de governar". Não por acaso, ontem, pela manhã, os dois estavam reunidos na casa do tucano, no Recife, na presença de Daniel Coelho e Priscila Krause, além do presidente estadual do PSDB, Antônio Moraes. Definiram, ali, o caminho que adotariam. A neutralidade oficial fora desconsiderada diante do papel que ambos os titulares da Esplanada assumiram na articulação pró-impeachment. Levando em conta que o adversário do prefeito Geraldo Julio, no 2º turno, é o petista João Paulo, a decisão, registrada em nota conjunta, como a coluna cantara a pedra, foi tomada, como se tachou nos bastidores, "por exclusão". Antes de anunciar o apoio à "candidatura do PSB", sem citar, inclusive, o nome de Geraldo Julio, o texto avisa: "O PSDB e o Democratas tornam pública a posição contrária à candidatura do PT no Recife". Mas, além da definição em relação ao pleito municipal, a movimentação sinaliza para uma aproximação entre o DEM e o PSDB, capaz de resultar em reposicionamento de olho em 2018.
A reunião já ia acabando, quando chegou Betinho Gomes e as conversas se estenderam
Sem subir no palanque
Detalhe: a deputada estadual Priscila Krause, ao ser indagada, ontem, em entrevista na rádio CBN, deixou claro que não subirá no palanque. Daniel Coelho externou que, pessoalmente, se manterá neutro. Em outras palavras, PSDB e DEM, recém-convidados a deixar a gestão Paulo Câmara, deram sinais de que não farão esforços maiores em prol de Geraldo Julio, a despeito do posicionamento oficial.
Capital 1 > O deputado federal Anderson Ferreira, que vai disputar o 2º turno em Jaboatão, contabiliza três nomes do seu grupo eleitos para Câmara de Vereadores do Recife. O cunhado, Fred Ferreira, foi o terceiro mais votado, com 14.277 votos.
Capital 2 > Além de Fred, integram o time do republicano ainda o vereador Wanderson Florêncio, que obteve 8.701 votos e Ricardo Antunes, que elegeu-se com 4.261. Todos do PSC, partido comandado no Estado pelo deputado estadual André Ferreira, por duas vezes o vereador mais votado do Recife, em 2008 e em 2012.
Capital 3 > Esse capital eleitoral dos Ferreira, no Recife, pode ser contabilizado na hora de o PSB, que tem Geraldo Julio no 2º turno, decidir a posição que adotará na prorrogação do pleito em Jaboatão.
Do PSB... > Reeleita para seu terceiro mandato, a vereadora Marília Arraes foi a campeã de votos da coligação PT/PRB/PTB/PTdoB e PTN. Teve 11.872. Filiada ao PT, desde março, ela vinha atuando na oposição a Geraldo Julio desde 2014, quando rompeu com o PSB, fundado pelo seu avô, Miguel Arraes.
...para o PT > Apesar do desgaste sofrido pelo PT, Marília teve um crescimento no total de votos. Em 2009, obteve 9.533 votos e, em 2012, foi reeleita com 8.841 votos. No ranking geral, em 2016, foi a sexta candidata mais votada.
Na mosca > Horas antes do encerramento da votação, no domingo, o deputado Jarbas Vasconcelos cravava que o seu partido obteria 18 vitórias neste primeiro turno. E o número foi, de fato, o atingido, levando-se em conta a ida de Tony Gel ao 2º turno e a eleição de Marcílio Cavalcanti, em Cabrobó, pleito que ainda aguarda uma definição do TRE. “O PMDB de Pernambuco saiu maior e mais fortalecido dessa eleição” avalia.