Deputado Carlos Veras afirma que PT não será emparedado por pessoas consideradas aliadas
Em entrevista à Rádio Folha deputado diz que Codevasf é órgão importante para crescimento da sigla
O deputado federal Carlos Veras (PT) admitiu em entrevista à Rádio Folha que o Partido dos Trabalhadores tem uma preocupação "muito grande" em conseguir o comando da Companhia do Vale do São Francisco, por ser um cargo estratégico, especialmente no interior do Estado. E que administrar a Codevasf é fundamental para assegurar o crescimento do partido em Pernambuco. Disse que o PT não vai admitir que pessoas consideradas aliadas escanteiem, excluam ou emparedem a sigla no Estado.
"Que tipo de aliados são esses? que tipo de aliança é essa que você constrói? E temos colocado que não pedimos o cargo, ele nos foi oferecido foi posto para o PT de Pernambuco. Aí aliados vêm pra cima, pra exatamente tomar esse espaço. Não vamos aceitar ser colocados às margens da política pernambucana", avisou o deputado federal, lembrando também que o Partido dos Trabalhadores elegeu uma senadora com mais de dois milhões de votos, tem dois senadores, um deputado federal eleito com mais de cem mil votos. Tem três deputados estaduais e faz parte de uma federação (com PV e PCdoB), formando uma bancada com sete deputados.
"Nós temos uma responsabilidade, uma inserção política muito grande nos movimentos sociais, nos movimentos populares. Nós não vamos aceitar que um aliado, num momento desses, tente algum movimento para tirar a participação expressiva que o PT de Pernambuco terá no Governo do presidente Lula", enfatizou.
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Carlos Veras declarou que o PT de Pernambuco gostaria de ter ocupado um dos ministérios - inclusive o nome dele chegou a ser lembrado - mas abriu mão em nomve da governabilidade. "Entendemos que naquele momento não era possível o ministério. Aceitamos a indicação de ocuparmos a Codevasf. De lá para cá, houve algumas movimentações que têm colocado em risco a indicação do PT na Codevasf", desabafou, recordando que nos outros dois governos do presidente Lula, e no governo de Dilma Rousseff, o PT ocupou a presidência da Codevasf "A gente está nesse debate, e, se ele não for bem feito, bem discutido pode gerar consequências e problemas políticos graves para o presente e para o futuro", alertou.
O deputado observa que o espaço do PT no Governo Lula está muito aquém da importância que o partido teve na aliança nacional, garantindo a chapa Lula-Geraldo Alckmin. "Mais uma vez retiramos a possibilidade de candidatura própria ao Governo do Estado - com o nome do senador Humberto Costa - para apoiar a candidatura do PSB. E a gente dizia que o melhor cenário, seria com o PT, mas retiramos a candidatura para viabilizar a eleição. O PT de Pernambuco tem crédito com a direção nacional do PT, com o Governo do presidente do Lula. E para o tamanho desse crédito, o PT de Pernambuco deveria estar mais bem posicionado", reconhece.
Para Carlos Veras, a disputa pela Codevasf se dá porque o órgão em capacidade de dialogar com todos os prefeitos de Pernambuco e com as lideranças pernambucanas.
"O PT tem quatro prefeitos. Para o PT não crescer, tentam tirar os espaços do partido aqui, mas independentemente da quantidade de prefeitos que vamos fazer em 2024, o PT de Pernambuco continuará sendo grande. O partido tem presença para a disputar eleições, seja na capital seja no Estado para 2026", vislumbra.