Deputado Sileno Guedes diz que interferência política na troca do comando das polícias preocupa
Presidente do PSB reagiu à declaração do deputado Meira, aliado da governadora, em entrevista à Rádio Folha FM
O líder do PSB na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Sileno Guedes, afimou ter ficado preocupado com a informação de que indicações políticas podem ter influenciado na troca do comando das Polícias Civil e Militar.
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O parlamentar argumenta que a segurança pública não pode estar sujeita a essas interferências e que falta maior envolvimento da governadora Raquel Lyra (PSDB) na definição de metas e na cobrança por resultados para a área.
“Em entrevista recente, um deputado aliado da governadora atribuiu a ele a coragem de pedir que o comando da Polícia Militar e a chefia da Polícia Civil fossem substituídos, e a mudança nesses postos, de fato, ocorreu. Isso abre um precedente perigoso. Se uma troca dessa envergadura ocorreu nos mais altos cargos dessas corporações após o pedido de um deputado, significa dizer que, de agora em diante, as chefias de batalhões e de delegacias serão indicadas por políticos locais?”, questiona Sileno.
Em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, na última terça-feira (23), o deputado federal e coronel Luiz Meira (PL) declarou que a mudança no comando da Polícia Militar e da Polícia Civil foi consequência de pedido feito por ele à governadora Raquel Lyra.
Ainda segundo Sileno Guedes, a redução dos números da criminalidade em Pernambuco não é uma questão de currículos, mas de ações concretas.
“Nós temos bons policiais em todas as operativas. Não conhecemos nada que desabone as chefias que saíram e as que estão entrando. O que falta é a governadora se envolver no processo, definir metas, cobrar resultados e estar atenta aos problemas reais, como a demora para licitar as câmeras de monitoramento. Os pernambucanos e pernambucanas vão passar o Carnaval sem 358 câmeras à disposição da segurança pública por falha deste governo”, completa o deputado.
Insegurança
Lançado pelo Governo Raquel Lyra em novembro, após Pernambuco passar quase um ano sem uma política para o setor, o Juntos pela Segurança vem acumulando resultados negativos. Em 2023, houve aumento de 5,98% no número de mortes violentas na comparação com o ano anterior.
A atual gestão tem o objetivo de reduzir o quantitativo de crimes dessa modalidade em 30% até 2026, mas não apresentou metas periódicas para aferição dos números, o que afeta a transparência em relação aos dados, dificulta o acompanhamento pela sociedade e desestimula as polícias na busca por resultados.
Em agosto, apenas oito meses após o início do governo, a cúpula da segurança enfrentou sua primeira baixa, com a saída da secretária de Defesa Social, Carla Patrícia Cunha, substituída pelo delegado federal Alessandro Carvalho.
Já na segunda-feira (22), a governadora exonerou a delegada Simone Aguiar da chefia da Polícia Civil e o coronel Tibério César do comando-geral da Polícia Militar. Seus postos foram assumidos, respectivamente, pelo delegado Renato Leite e pelo coronel Ivanildo Torres.