Diretas Já: Faísca em Abreu e Lima incendiou o país e tornou a redemocratização irreversível

Quarenta anos do primeiro ato público muitos desconhecem o fato

Recife ganha Memorial da Democracia de Pernambuco - Edson Holanda/Prefeitura do Recife

Quatro décadas depois, muita gente ainda não sabe que o movimento pelas Diretas Já começou em solo pernambucano.

No dia 31 de março de 1983, em Abreu e Lima, Grande Recife, quatro vereadores se reuniram e fizeram, na Praça da Bandeira, o primeiro ato público em defesa da redemocratização do Brasil.

O problema, aos olhos do advogado e professor Manoel Moraes, está na forma desenvolvida no Brasil para repassar conhecimentos.

"Educar para o 'Nunca Mais' exige uma pedagogia que não é a do esquecimento. É preciso qualificar a democracia como valor na sociedade", aponta o coordenador da Cátedra Unesco/Unicap de Direitos Humanos Dom Helder Camara, uma das instituições participantes do evento que às 10h de hoje, no Memorial da Democracia, em Casa Amarela, homenageia os ex-parlamentares. "Nós alimentamos a cultura do não refletir", lamenta Manoel Moraes.

Para o promotor José da Costa Soares, coordenador do Núcleo de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Ministério Público de Pernambuco, as entidades responsáveis pelo Estado Democrático de Direito têm a obrigação de ressignificar a data.

"O cidadão comum precisa reverenciar esse dia. Ele foi uma faísca que em pouco tempo incendiou o restante do Brasil. Logo em seguida, houve atos públicos em várias capitais", pontua, ressaltando que a campanha das Diretas Já teve uma participação popular efetiva.

As manifestações se espalharam pelas principais cidades do país e culminaram com mobilizações, como a da Cinelândia, no Rio de Janeiro, e depois a da Praça da Sé até o Vale do Anhangabaú, em São Paulo que chegou a reunir mais de 1,5 milhão de pessoas, e passou a ser considerado o maior ato público para fins políticos.

O promotor vislumbra ser importante que a sociedade se aproprie do fato histórico e participe do ato de hoje. Que as organizações "joguem luzes na data" para que a sociedade comece a relacionar o 31 de março não ao início de um período de autoritarismo, mas ao começo da redemocratização do país.

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