Dissidentes do PSDB reagem contra intervenção no partido

Lideranças políticas reagiram, ontem, ao processo interventivo na direção do PSDB em Pernambuco. No dia anterior, um grupo, formado pela vice-governadora Priscila Krause (sem partido) e diversos prefeitos, anunciou a saída da agremiação em protesto. Por meio de nota, o bloco de dissidentes classificou a medida da direção nacional tucana como uma "violência".

Por meio de suas redes sociais, ontem, a vice-governadora Priscila Krause se pronunciou logo após oficializar sua desfiliação. Ela afirmou que a intervenção "não dialoga com a democracia, que marcou a história da sigla". E destacou que permanece seguindo a liderança da governadora Raquel Lyra (PSD).

“Nesse momento, mais importante é a certeza de que todo o nosso grupo político segue ainda mais firme e unido - compondo o time da mudança -, sempre sob a liderança e condução da governadora Raquel Lyra”, afirmou.

Saídas

Ainda ontem, o ex-prefeito de Petrolina por dois mandatos e ex-deputado federal Guilherme Coelho também anunciou sua saída do PSDB. Liderança de longa data no município e no Sertão do São Francisco, o ex-gestor presidia o partido municipalmente.

“Agradeço ao PSDB, partido que me concedeu todas as credenciais para uma eleição exitosa como vice-prefeito de Petrolina, e legenda pela qual exerci o mandato na Câmara Federal. Ao longo dos últimos anos, militei pelo partido fielmente, mas chegou a hora de concluir esse ciclo, sobretudo por motivo de discordância das decisões praticadas pelo Diretório Nacional do Partido em relação aos caminhos da legenda em Pernambuco. Seguiremos para novos desafios!”, afirmou Coelho.

Uma das gestoras municipais que deixou o partido, prefeita de Igarassu, Elcione Ramos, agradeceu o período em que esteve filiada ao PSDB, mas ponderou que segue o compromisso firmado com sua aliada Raquel Lyra.

No mesmo sentido, a vice-prefeita de Caruaru, Dayse Silva, anunciou que seguiu os passos do prefeito da cidade, Rodrigo Pinheiro, e se despediu do PSDB.  “Rodrigo Pinheiro está na Colômbia, em uma missão buscando avanços para Caruaru, e ele é meu maior líder. Então, quando ele voltar, vou conversar com ele para discutir os próximos passos e definir o melhor caminho a seguir”, disse.

Reação

Uma das mais contundentes defensoras de Raquel Lyra na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) a deputada estadual Débora Almeida, que permanece no PSDB, criticou a falta de comunicação do comando nacional do partido sobre o processo interventivo em Pernambuco.

Em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, o presidente da Alepe e da comissão interventora do PSDB, Álvaro Porto, disse ter comunicado à parlamentar de que assumiria a direção do partido em Pernambuco, inclusive tendo a convidado para participar do diretório estadual. “Dizer que não tinha conhecimento é estar faltando com a verdade”, enfatizou.

Débora rebateu que não recebeu aviso do comando nacional. “Essa afirmação do deputado Álvaro Porto reflete a opinião dele. Me estranhou muito essa situação não ter sido comunicada pela direção nacional, assim como ele foi, até por ser a deputada estadual mais votada pelo partido nas últimas eleições”, disse.

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