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"Errou feio", diz Teresa Leitão sobre deslizes do ministro das Comunicações

Senadora petista foi a entrevistada desta quinta-feira (2) da Rádio Folha FM 96,7

Reprodução

A senadora pernambucana Teresa  Leitão (PT)  foi a convidada da manhã desta quinta-feira (2) do programa Folha Política, da Rádio Folha FM 96,7. Em entrevista, por videochamada, ao âncora do programa, Jota Batista, e a subeditora de Política da Folha de Pernambuco, Carol Brito,Teresa falou, entre outras coisas, sobre a CPI dos Atos Antidemocráticos, a polêmica da Transnordestina e aliança do PT com o prefeito.

CPI dos Atos Antidemocráticos 
É uma disputa de narrativas que não tem mais fim. Na verdade, o que essa CPI pretende não é investigar, é atrapalhar as investigações que estão sendo feitas Há investigações em curso, investigações profundas, isentas, de fato, tanto por parte do Executivo como por parte do Judiciário. Nós, do Poder Legislativo, devíamos apoiar essas investigações que estão sendo feitas. Nós fomos alvos também dos atos do dia 8 de janeiro. Não há assinaturas suficientes, mas faz tempo que isso está sendo coletado.  O colégio de líderes deve se reunir, já se reuniu no Senado ontem, para avaliar.  A disputa política a gente vai fazer. Já está sendo dito, inclusive, que a CPI é para contrapor as ivnestigações do Executivo e do Judiciário. Vamos aguardar.

Transnordestina
Nos comprometemos (com a governadora) a marcar uma reunão com o ministro Rui Costa. Tivemos uma reunião de traballho, eu e o senador Humberto Costa, para levantar tecnicamente todos os dados para embasar melhor a nossa defesa política de que o traçado original é o melhor: ele está mais adiantado, o que torna a obra mais ágil e mais barata; o território até Suape tem condições de melhor acesso aos outros estados do Nordeste; e não impede que o outro seja feito. Posteriormente, tanto a parte do Ceará como a do Piauí podem ser concluídas. O importante é que a gente não estabeleça nenhuma disputa territórial entre governos por conta disso.

Metrô do Recife
A questão do metrô tem própria  deteriorização física dos trens. Tira de um e bota no outro, o que faz com que a quantidade de trens diminua, as viagens fiquem mais difíceis e o usuário prejudicado. Existe também um problema de dúvida sobre o modelo de gestão. Nós dissemos a governadora que tem alguns modelos implementados pelo PT que dão certo, como por exemplo o modelo da Bahia. O importante é a gente ter um  modelo que seja sustentável e de qualidade para o usuário. Não fechamos nenhuma posição em relação ao metrô, não ser a concordância de que é um assunto que precisa ter um olhar prioritário e envolvendo o estado.

O governo
Todo governador tem acesso livre ao nosso governo. Nosso governo não é um governo de retaliação, é um governo de diálogo. O governador que chegar lá, com projeto ou não, que apresentar viabilidade pra o seu projeto, diga o que é que precisa da União que será atendido. O nosso foco é o bem do povo, é o atendimento às demandas, às necessidades e, sobretudo, os direitos da população

Segundo e terceiro escalão do governo
O PT não perdeu a esperança de forma nenhuma, até porque as conversas que tivemos durante esse processo são conversas bastante alvissareiras. Nós temos um problema que é oao mesmo tempo solução: ter um governo de frente ampla. Então, acomodar todos os partidos, todos os interesses leva tempo. Ao mesmo tempo, algumas cabeças ainda estão por serem definidas. Sem definir a cabeça, ficamos com dificuldade de descer para as expressões estaduais. Estamos agindo coletivamente por orientação da Secretaria de Relações Institucionais, reuniões já foram feitas para sondar interesses, para não haver choques de interesses.. Este mês de março é um mês definidor, não dá para passar deste mês. As coisas precisam funcionar, como no âmbito dos ministérios. Agora, depois de algumas conversações nacionais, vamos começar a ver as indicações nos estados. Não é só Pernambuco que está com essa pendência, outros estados também estão.

Paulo Câmara no BNB x lei das estatais
O convite foi efetivamente feito. Nós do PT acolhemos com muita alegria esse movimento do presidente Lula. Paulo Câmara tem perfil, tem a confiança política do presidente. Essa questão está sendo tratada tanto por ele como por nós, porque a Lei das Estatais não se refere só a Paulo Câmara, há outras situações que também serão tratadas e beneficiadas com essa alteração da lei. O projeto está sendo negociado entre o líder do governo, Jackson Wagner, e presidente (do Senado) Rodrigo Pacheco para que seja uma coisa que traga soluções não pontuais ou fulanizadas, mas que possam servir para todas as estatais. A discussão feita no Senado está levando isso em consideração. Não vai se mexer no mérito, mas em alguns aspectos.  

Independência na Alepe
Para nós do PT, as coisas são mais dificeis porque a gente está experimentando um relacionamento partidário novo, que o relacionamento da federação (PT, PV e PCdoB).  Eu não posso criticar nossos colegas, embora ache que as urnas nos botaram na oposição, mas ser independente não signifca que alisar o governo ou se calar diante de alguma questão que se julgue ruim. O líder da federação, deputado João Paulo, foi um dos primeiros a criticar o atraso no pagamento das merendeiras. Doriel (Barros)  criticou, eu critiquei, mas a posição do líder foi uma posição que demarcou o campo em que o PT se situa.

Mesa Diretora da Alepe
Eu achei desnecessária aquela disputa, que poderia ter sido tudo consenso, uma vez que o próprio presidente e o primeiro secretário, que são os cargos principais da Mesa Diretora, apresentaram uma chapa do concenso, e a disputa foi ustamente no nosso campo: o PT com o PSB para a segunda vice-presidência, que retirou o PT da Mesa; e uma disputa entre PSB e PSB, que retirou Simone Santana, que seria a segunda mulher a ocupar a primeira vice-presidência da Mesa. Muitas vezes, as disputas são entre partidos aliados ou o mesmo partido. O ideal é que se respeite proporcionalidade e os pleitos. Tudo isso pode ser ajustado.

Federação em 2024
A federação tem um regimento que precisa ser observado. Essas coisas são novidades na política. Agora, para o PT, essa posição é uma posição nova porque nunca foi murista,sempre teve posição de sim ou de não. (Quanto a Olinda) Faço minha as palavras de Luciana Santos: o tempo é de conversa e nós estamos conversando na federação e no nosso campo. O nosso campo não se restringe à federação, também é formado pelo PSB, pelo PSOL, pelo PDT´. Lá em Olinda, a conversa está rolando. É uma eleição que nos interessa. Não sou eu, como pessoa que tenho uma presença, mas a presença do PT, que é muito forte na cidade. Olinda sempre foi muito aberta a candidatos do PT. Vamos conjulgar esforços para o campo que elegeu o presidente Lula seja também vitorioso nas eleições municipais das cidades onde a gente possa se apresentar contra o bolsonarismo, as forças reacionárias e as forças do retrocesso.

Aliança PT com João Campos
Não foi um conversa aligeirada. Foi uma conversa com iniciativa do prefeito e do presidente Lula logo após  as eleições, tendo em vista a participação efetiva do PSB na aliança que elegeu Lula. O PSB é o partido do vice-presidente. Foi uma decorrência da aliança nacional as conversas que começaram a existir aqui em Pernambuco com as lideranças. Eu mesmo tive uma conrvesa com o prefeito. Houve acordo com nossos vereadores, mesmo sabendo que uma pauta ou outra pode ser questionada. Está em debate nossa participação no governo também. Essa aliança e política e se coaduna com a aliança nacional .O PT também tem interesse em ter apoio nas cidades onde governa. O PT é forte, pode se apresentar dentro desse arco de alianças que compõem o governo Lula. É  nessa linha que vamos trabalhar 2024.

Ministro das Comunicações
Errou feio, não tenha dúvida. Essa avaliação não tem como não acontecer. Ele ia para uma missão e desviou de rota.É sempre muito constrangedor tanto para ele, que fez,  como para nós, que somos do governo.  Imagino como está sendo delicado para o presidente Lula tratar disso. Vamos aguardar uma solução que não interfira porque é uma área muito sensível, estratégica para o governo, é a área em que as fake news precisam ser combatidas, é a área onde a gente precisa trabalhar a democratização da comunicação, das mídias. Não estou fazendo uma cobrança pública, não me compete, mas sei que internamente esta questão está sendo tratada. Espero que seja tratada da melhor maneira.

Confira o podcast na íntegra:

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