Especialistas discutem o ano de 2024 e suas implicações políticas locais e nacionais
Em entrevista ao programa Folha Política, da Rádio Folha FM 96,7, nesta terça-feira (02), especialistas compartilharam suas análises sobre o que esperar neste ano eleitoral.
Hely Ferreira, cientista político, destacou a importância única das eleições municipais, em que a preocupação do eleitor se concentra no vereador, figura próxima que impacta diretamente o cotidiano.
“As eleições municipais têm algumas características próprias. Existe uma maior preocupação do eleitor porque, em tese, o vereador é o parlamentar mais próximo dele. Ele está preocupado com o prefeito da sua cidade porque é quem vai gerir, é quem vai administrar onde ele mora” afirmou Hely Ferreira.
De acordo com o cientista político, essas eleições também servem como termômetro para as futuras disputas estaduais e nacionais, indicando sinais através das alianças políticas em formação. “As eleições municipais servem de termômetro para as eleições estaduais e no cenário nacional. Não é uma comparação, mas é um termômetro”, pontuou Ferreira.
Sandro Prado, economista, trouxe uma perspectiva ao citar as prévias eleitorais em Belo Horizonte. Ele ressaltou a dicotomia entre extremos, exemplificada por candidatos que polarizam com causas polêmicas, refletindo a divisão nacional entre extrema direita e centro esquerda.
“Quem está em primeiro colocado para prefeito de Belo Horizonte é aquele garoto, deputado federal Nicolas Ferreira do PL, que faz toda aquela balburdia, aquela gritaria, que tudo faz para aparecer e quem está em segundo lugar empatada tecnicamente é Duda Salabert, que é uma professora trans também de um outro extremo político”, afirmou Sandro Prado.
Para o economista, a competição não se limita à gestão municipal, mas serve como um palco para visibilidade de figuras nacionais.
“Todos os deputados e senadores estão interessados em saírem candidatos a prefeito para ter visibilidade pras próximas eleições”, argumentou Prado.
Antônio Henrique, cientista político, enfatizou que 2024 será um ano histórico com o maior número de eleições em todo o mundo. Ele ressaltou a relevância de observar as movimentações políticas em escala global, ao mesmo tempo em que destaca o teste de popularidade do prefeito João Campos em Recife.
“Esse ano vai ser bastante interessante para a gente observar como é que vai ficar a movimentação das forças políticas ao redor do globo e para as eleições municipais aqui no Recife. Vai ser bastante interessante observar o teste de popularidade do prefeito João Campos, assim como também ver qual é a força que a oposição tem”, pontuou o cientista político.
De acordo com Antônio, o resultado local não apenas influencia a cidade, mas também molda o cenário para a sucessão estadual.
“Atualmente João Campos lidera as pesquisas para o pleito do Recife, mas, obviamente, sabemos que próximo das eleições tudo pode acontecer. Então é interessante a gente ficar atento a todo esse processo, como é que em grande medida vai ser colocado porque já vai ser dada a largada também para a sucessão estadual”, argumentou Antônio Henrique.
De acordo com os entrevistados, o ano de 2024 será crucial para observar as dinâmicas políticas, especialmente com a possível candidatura de deputados e senadores nas eleições municipais, buscando visibilidade para futuros pleitos. Outrossim, o aumento do orçamento da governadora Raquel Lyra e seu papel na sucessão estadual adicionam camadas adicionais a um ano eleitoral já complexo.
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