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"Estamos em uma polarização tóxica. Extrema", diz ministra Marina Silva

A fala foi feita durante entrevista ao programa Folha Política Especial deste sábado (2)

Ministra de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva - Fotografia: Júnior Soares / Folha de Pernambuco

A ministra de Meio Ambiente e Mudança do Clima do Governo Lula (PT), Marina Silva, foi a entrevistada do programa Folha Política Especial, da Rádio Folha FM 96,7, deste sábado (2).

Durante a conversa, a dirigente da pasta falou sobre as ações realizadas em seu ministério para combater o desmatamento e a grilagem.

O cenário internacional, o ato realizado pelo ex-presidente Bolsonaro (PL), a relação com o presidente Lula, os impasses na federação Rede-PSOL e o lançamento da pré-candidatura de Túlio Gadêlha também foram assuntos.

Ações do Ministério
"O meu ministério talvez tenha sido o mais desmontado. A ordem era 'passar a boiada' e para isso foram cortados os recursos financeiros, foram perseguidos servidores, foram substituídos técnicos por policiais. Além de fazerem vista grossa para questões ligadas ao desmatamento. Foram interrompidos os processos de criação de Unidades de Conservação. Foi zero o número de unidades criadas durante o Governo Bolsonaro. Eu costumo dizer que tivemos que montar o avião voando depois que eu voltei."

Bolsonaro
"A partir de 2014 teve um processo de polarização que extrapolou. Isso não foi bom. Agora nós estamos em uma polarização tóxica. Extrema. Isso é muito ruim e prejudicial para o Brasil. [....] Agora nós temos um embate entre os que tem uma percepção da alternância de poder por vias democráticas e aqueles que querem assaltar o poder por meios autoritários. O ex-presidente Bolsonaro é um ingrato com a democracia. Só em uma democracia um capitão poderia ser eleito presidente da República. Na ditadura, era os generais que iriam ser os presidentes."

Mudanças no cenário internacional 
"O contexto mudou. Não só no Brasil, mas no mundo. [...] A primeira vez que eu e o presidente Lula estivemos com George W. Bush, em 2003, eu tive que fazer uma ginástica enorme para falar de clima e biodiversidade. Era quase uma blasfêmia. Agora nas conversas com o presidente Biden a maior parte é usada para debater a questão climática e o enfrentamento do desmatamento. Há portanto uma mudança no mundo e, hoje, o presidente Lula é quem está liderando essa agenda."

Relação com Lula
"Hoje eu sei que eu faço parte de uma rede ampla. O presidente Lula valorizou muito a Rede Sustentabilidade. O presidente Lula tem um apreço muito grande pela agenda da sustentabilidade. Ao longo desses 20 anos tem um amadurecimento político. E eu não digo que é um amadurecimento só meu, ou do Lula: é um amadurecimento do campo democrático brasileiro."

Federação Rede-Psol
"Tem sido muito positiva [a junção dos partidos]. Eu mesma foi eleita por São Paulo deputada federal. E a federação está sendo muito profícua em uma relação de crescimento recíproco. Agora eu estou apoiando a eleição de Guilherme Boulos, em São Paulo, por exemplo. Aqui [em Pernambuco] nós temos duas candidaturas: a de Túlio e a de Dani Portela. É legítimo que a gente coloque as nossas lideranças e vamos debater. Quanto mais estrela no céu, mais claro é o caminho"

Ato com Túlio
Antes de participar da entrevista, a ministra esteve no lançamento da pré-candidatura do deputado federal Túlio Gadêlha (Rede).

O parlamentar que também participou da entrevista na rádio, afirmou que convidou a deputada estadual Dani Portela (PSOL) para o ato. Ela é outro nome colocado para disputar a prefeitura do Recife.

"Assim como a Rede, o ecossistema do Psol também é bem complexo. Existem muitas forças ali, tendências, visões diferentes de mundo. Eu conversei com a deputada Dani essa semana, conversei todas as correntes. A gente tem construído consensos. Não dá para gente observar somente as nossas diferenças. A gente tem que olhar muito mais o que a gente tem em comum. Eu acho que seria extraordinário se houvesse prévias. Eu defendo isso. O estatuto permite."

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