"Estamos falando em promover mais água para a população pernambucana", diz Alex Campos
O Senado Federal aprovou, por unanimidade, o pedido de empréstimo de R$ 1,1 bilhão para a Compesa
Com a relatoria do senador Fernando Dueire (MDB), na terça-feira (3), o Senado Federal aprovou, por unanimidade, o pedido de empréstimo externo de US$ 202 milhões (R$ 1,1 bilhão) da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). O recurso será sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista à Folha de Pernambuco, o presidente da Compesa, Alex Campos, fala sobre a importância do empréstimo para o abastecimento de água no Estado; quais as áreas prioritárias que receberão o recurso, além da possível concessão da Compesa, a partir de estudos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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IMPORTÂNCIA DO EMPRÉSTIMO
A governadora Raquel Lyra está se empenhando desde o início do seu governo no sentido de buscar recursos federais e empréstimos internacionais. Essa foi uma missão que ela delegou a toda a sua equipe, no sentido de dar suporte aos desafios que nós temos na área de infraestrutura do Estado. Esse empréstimo, no valor de R$ 1,1 bilhão, quando foi apresentado, tinha um objetivo bem claro em relação a melhorar a eficiência da entrega de água em Pernambuco e o abastecimento. Estamos falando de prover mais água para a população pernambucana, melhorar o abastecimento e em várias cidades de Pernambuco eliminar ou reduzir racionamentos. Muitas das obras que estão encartadas nesse projeto têm como objetivo central melhorar o abastecimento da água em Pernambuco.
ÁREAS DE ATUAÇÃO
Foi definido no primeiro instante o eixo de atuação. O eixo é de eficiência na utilização da água, melhorar as nossas redes, melhorar os sistemas de adução, instrumentalizar ações de tratamento da água, e construir estações de tratamento de água, sobretudo, no campo do abastecimento. Várias cidades pernambucanas estão no campo de alcance desse financiamento. A Região Metropolitana do Recife (RMR) e áreas que sofrem hoje com racionamento são objeto de várias intervenções. É uma quantidade grande de intervenções, voltada para melhorar o abastecimento. A gente deu como contrapartida nesse projeto a melhoria do saneamento básico em Porto de Galinhas, que é um ponto turístico importante do nosso Estado, um cartão de visita e que já tinha uma dívida do Estado com essa melhoria. Foi dado como contrapartida da própria Compesa, do próprio Estado de Pernambuco, no sentido de honrar as expectativas e as contrapartidas que os bancos exigem para o financiamento. Estamos falando de obras que vão acontecer na Região Metropolitana, no Agreste e no Sertão de Pernambuco.
EMPRÉSTIMO E CONCESSÃO
Esse dinheiro não se confunde em nada com os estudos que estão em curso. [...] A Compesa demonstrou capacidade financeira para assumir a amortização desse empréstimo, isso foi demonstrado ao longo de todo o processo de avaliação do empréstimo, inclusive junto ao Ministério da Economia. Isso mostra que a empresa está em condição de assumir compromissos desse porte, demonstrando a importância da Compesa em qualquer eixo de avaliação, de modelagem, dentro do Marco do Saneamento. Em nada se confunde as discussões sobre o futuro da Compesa, o futuro das modelagens, com a capacidade da Compesa, com os projetos que acontecem, até porque tem uma coisa que já está declaradamente pronunciada na voz da própria governadora que é a decisão do Governo de não privatizar a Companhia, isso está fora de questão. Aliás, se a gente fosse privatizar a Companhia, não faria muito sentido assumir um empréstimo dessa monta, é um empréstimo muito grande para você falar em privatização. Esse é um verbo com o qual a gente não dialoga.
ESTUDOS DIRIGIDOS PELO BNDES
Estudos estão sendo dirigidos pelo BNDES que apresentará um cardápio ao Governo de Pernambuco sobre quais estratégias são mais interessantes, mais inteligentes, para o Governo do Estado avaliar. A Compesa é um patrimônio do Estado de Pernambuco. Sobretudo os serviços, as competências e as nossas obrigações com fornecimento de água em Pernambuco, é o interesse da população. Quando os estudos vierem ao conhecimento do Governo, forem finalizados, esse debate vai vir a público, vai ser discutido com transparência. Essa discussão vai balizar decisões que vão ser tomadas em favor do resultado. O resultado é a melhor entrega de serviço para a população pernambucana. Os estudos devem ser apresentados ao Governo de Pernambuco em janeiro ou fevereiro e a partir disso vamos estabelecer uma discussão de qual a melhor modelagem, a concessão é uma delas, e está descartada a privatização.