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Evento público na Faculdade de Direito do Recife se posiciona contra atos antidemocráticos

Nesta segunda-feira (9), o alunos, professores e sociedade civil se posicionaram contrários aos atos

Evento público na Faculdade de Direito do Recife se posiciona contra atos antidemocráticos - Ed Machado/Folha de Pernambuco

Um evento público reuniu professores, alunos, magistrados e sociedade civil, na Faculdade de Direito do Recife (FDR) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), para prestar solidariedade aos órgãos públicos brasileiros que foram atacados por radicais bolsonaristas. Organizado pela direção da Faculdade juntamente com professores, na noite desta segunda-feira (9), o encontro destacou a gravidade dos atos antidemocráticos e a defesa do Estado Democrático de Direito.

A sessão pública foi aberta pelo diretor da FDR, Francisco Queiroz, que ressaltou o repúdio da direção da faculdade aos ataques contra as instituições. “O encontro aqui serve para demonstrar nossa revolta e solidariedade com os órgãos e a democracia brasileira. Os atos de ontem serviram de grande alerta para o que teremos de luta nos próximos meses, se medidas não forem tomadas e a sociedade civil não estiver aparelhada e disposta para lutar contra todos esses atos”, registrou o diretor na sessão, que aconteceu no Salão Nobre da FDR, localizada no Centro do Recife.

Diversos alunos também estiveram presentes no encontro público e aplaudiram as falas em defesa da democracia. A presidente do Diretório Acadêmico, Fernanda Pontes, representando os estudantes, relembrou que a classe estudantil já tinha denunciado o movimento político do ódio em outras oportunidades.

Evento público na Faculdade de Direito do Recife se posiciona contra atos antidemocráticosEvento público na Faculdade de Direito do Recife se posiciona contra atos antidemocráticos. Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

“Em 11 de agosto do ano passado, esta mesma faculdade se reuniu para defender a democracia. Algumas pessoas podem ter achado exagero, perda de tempo, bobagem, até campanha política disfarçada de ato. Todavia, da forma mais triste possível, o dia de ontem iluminou a cegueira daqueles que insistiam em duvidar que a democracia brasileira estava sob ataque nos últimos quatro anos”, contou Fernanda.

O desembargador Eduardo Sertório também manifestou seu total repúdio aos atos terroristas aos Três Poderes. “Não sejamos condescendentes com quem elogia torturador. Espero que as pessoas que financiaram já tenham condições de serem identificadas e quem está cuidado desse caso consiga dar o devido tratamento”, registrou o desembargador.

O ex-presidente Jair Bolsonaro já declarou que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra – reconhecido pela Justiça como torturador da ditadura militar – é um “herói nacional”. Inclusive, na votação na Câmara dos Deputados, em 2016, na decisão do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Bolsonaro defendeu a memória ao torturador, dizendo que Ustra foi o "pavor de Dilma Rousseff".

A vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco (OAB-PE), Ingrid Zanella, disse que 24 horas após os atos antidemocráticos não se deve mais chamar a manifestação de “pacífica”, como muitos defenderam. “Nós acordamos alerta porque hoje foi o basta de tentar legitimar o ilegitimável. Nosso direito ao voto jamais será tirado. Vamos seguir para garantir a democracia no nosso País”, destacou. 

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