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Familiares e amigos se despedem de Antônio Carlos Figueira

Ex-secretário de Saúde está sendo velado na manhã deste domingo (24), no Imip

Familiares e amigos se despedem de Antônio Carlos Figueira - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

O médico e ex-secretário de Saúde, Antônio Carlos dos Santos Figueira, está sendo velado na manhã deste domingo (24), na capela do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no Recife. Figueira morreu no último sábado (23), aos 63 anos. Ele enfrentava um tratamento de câncer desde 2021. 

O sepultamento será às 15h, no Cemitério de Santo Amaro. O momento será restrito para familiares. Antônio deixa um legado de suas atuações em diversos governos e presidindo instituições importantes da medicina pernambucana. 

Familiares e amigos estão presentes no velório e se despedem de Figueira. O irmão de Antônio, Fernando Figueira, destacou a importância do IMIP para a saúde pernambucana. 

“Antônio Figueira recebeu o legado do professor Fernando Figueira, do meu pai, e retransformou o IMIP nesse maior hospital filantrópico 100% SUS do Brasil, com mais de 1 mil leitos. E esse legado vai estar vivo em cada paciente que é atendido aqui, cada profissional que aqui trabalha, sob a ótica de poder sim fazer um sistema de saúde inclusivo, equitativo e integral. Ele conseguiu transferir muito do que existe da visão do SUS para dentro do IMIP. Por isso, eu tenho certeza que o IMIP é um grande presente para o povo de Pernambuco e a responsabilidade de mantê-lo é de todos nós”, disse Fernando. 

A presidente do IMIP, Silvia Rissin, afirmou que Antônio Carlos Figueira foi um continuador da obra que o pai deixou como legado para os que trabalham no local e para a população que é assistida.  

“Além de aumentar o hospital, ele conservou as tradições, ele implementou e ele ainda criou a Faculdade Pernambucana de Saúde. É de uma importância ímpar e a gente costuma dizer que ninguém é insubstituível, mas no caso dele não tem outra pessoa para substituí-lo, de jeito nenhum”, pontuou. 

O ex-secretário de Saúde do Estado e diretor-presidente da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS), André Longo, comentou que Antônio Carlos Figueira foi um dos maiores gestores públicos da saúde que o Brasil já teve. Ele também destacou que o médico deixa um grande legado para a saúde pernambucana. 

“Pernambuco perde uma grande figura humana, perde esse exime gestor que conseguiu transformar o legado do seu pai num legado ainda maior. O IMIP hoje é o maior hospital 100% SUS do Norte/Nordeste, um dos maiores hospitais dedicados ao SUS no Brasil e Antônio Carlos Figueira conseguiu impulsionar essa grande obra deixada pelo seu pai para os pernambucanos”, disse. 

O ex-governador de Pernambuco e presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, pontuou que a sociedade perdeu um grande homem público que contribuiu para a saúde pernambucana, e para a melhoria das políticas públicas do Estado. 

“Entendemos o ciclo da vida, mas a saudade e os bons exemplos ficam. É sempre importante seguir os bons exemplos e os de Antônio Carlos Figueira vão ficar para sempre na minha cabeça, nas minhas ações e com a certeza que ele contribuiu muito para um Estado melhor. Ele deixa um legado importante, salvando muitas vidas. São esses exemplos que devemos seguir para sempre”, destacou. 

A vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão (PDT), falou sobre a importância de Antônio Carlos Figueira para a sociedade. “Figueira acima de tudo era um amigo muito querido e ele vai deixar uma lacuna gigante, uma saudade grande, porque a relação de amizade era grande. Ele foi um homem muito importante para Recife e para Pernambuco, todos os espaços que ele ocupou como conselheiro político, mas especialmente no ambiente da saúde”, disse. 

Figueira foi uma pessoa que dedicou a vida à saúde de Pernambuco, além de ser um homem público que, ao lado de outras lideranças, realizou muitas ações pelo Estado, afirmou o presidente do Sport, Yuri Romão. 

“Antônio Carlos Figueira deixa uma lacuna grande para a gente, para a política, para a sociedade, para a medicina, mas tenho certeza que o legado dele terá novos avanços com a chegada de outras lideranças políticas que possam levar adiante tudo que ele fez por nós. Deixo aqui o meu abraço a toda a família, e a todos os amigos”. 

De acordo com o senador Humberto Costa (PT), a morte de Figueira representa uma perda irreparável para a saúde pública e para a política do Estado. 

“Era uma pessoa por quem eu tinha um enorme afeto. E no ponto de vista da sua capacidade de gestão era um visionário. O IMIP já era uma instituição forte quando ele assumiu e quando ele saiu o IMIP sem dúvida já tinha sido transformado no mais importante serviço de prestação da assistência de saúde do nosso Estado”, afirmou. 

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), também compareceu ao velório. Ele destacou que Figueira deixa um grande legado de amizade, liderança, espírito público e defesa da saúde. 

“Antônio Carlos era uma grande figura humana. Eu tive o privilégio de ter uma forte amizade com ele, mesmo com a diferença de idade muito grande, eu com 30 e ele com 63 hoje, a gente tinha uma relação de grandes amigos. Ele foi um grande servidor público, uma das pessoas que eu mais vi defendendo o SUS, que garantiu a obra do IMIP, essa grande instituição de saúde pernambucana por muitos anos e teve a sua também oportunidade de contribuição com a política e foi assim que eu o conheci”. 

Outros políticos e personalidades estão presentes na despedida de Figueira, como o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes; o secretário nacional do Artesanato e do Microempreendedor Individual, Milton Coelho; o secretário-executivo de Representação Institucional da Prefeitura do Recife, Aluísio Lessa; o ex-prefeito do Recife, Geraldo Júlio; a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP); e o deputado federal Pedro Campos (PSB). 

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Perfil de Antônio Figueira 
Antônio Figueira nasceu no Recife, no dia 19 de outubro de 1960. Graduado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com pós-graduação em pediatria e mestrado em Saúde Materno Infantil pela Universidade de Londres e especialização em administração hospitalar pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), era filho do professor Fernando Figueira, fundador do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP).

Figueira atuou em várias secretarias do Governo de Pernambuco, desde o segundo governo de Miguel Arraes, do qual foi assessor especial, entre os anos de 1987 e 1990. Já na terceira vez que Arraes foi governador, Figueira foi secretário-adjunto de saúde, entre 1996 e 1998.

Foi secretário de Saúde no segundo mandato do ex-governador Eduardo Campos, entre os anos de 2011 e 2014. No início do primeiro mandato de Paulo Câmara (PSB), em 2015, ele foi nomeado secretário-chefe da Casa Civil, permanecendo até setembro de 2017, quando o governador promoveu uma reorganização no seu secretariado.

Também foi diretor presidente da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) - instituição que ajudou a idealizar e onde também atuou como acadêmico - e membro da Academia Pernambucana de Medicina. Presidiu o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - IMIP, onde comandou o ambicioso projeto de restauro do Hospital Pedro II.

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