Favoritismo não reduziu ritmo de campanha

Desde o início, João Campos figurou como favorito nas pesquisas com ampla vantagem. Ainda assim não tirou o pé do acelerador

Victor Marques e João Campos celebram vitória histórica no Recife - Foto: Rafael Melo / Folha de Pernambuco

Desde que a campanha começou oficialmente, no dia 16 de agosto, o prefeito do Recife e candidato à reeleição, João Campos (PSB), manteve índices de intenção de votos acima dos 70%.

Nas projeções realizadas pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE) em parceria com a Folha de Pernambuco, em agosto, setembro e outubro, eles foram de 76%, 77% e 74%, respectivamente.

Cinco meses antes do pleito, todos os cenários apontavam seu favoritismo. Além disso, em julho, o Instituto Datafolha revelava ser a sua gestão a que tinha o maior índice de aprovação entre todos os gestores da história do Recife: 69%.

Ritmo intenso
Os números favoráveis também poderiam tê-lo deixado mais descansado. Ou empreendido um ritmo menos acelerado. Mas não foi isso o que aconteceu. Participou de todas as sabatinas para as quais foi convidado. Cerca de 15. Organizou caminhadas e carreatas por quase todos os bairros, especialmente nos fins de semana.

Prestigiou candidatos a vereador, novatos ou em tentativa de reeleger-se, em inauguração de comitês ou atos políticos. Reuniu-se com segmentos como o de mulheres, movimento brega, movimento cultural.

Fez uma campanha envolvente, como propôs desde o início. Mobilizou crianças, jovens, adultos, idosos. Foi uma campanha alegre, vibrante. Respeitosa. Embora os outros sete oponentes juntos não tenham atingido um terço da preferência do eleitorado, ainda segundo a Folha/IPESPE, não desdenhou de ninguém.

Mas também não deixou barato nenhuma denúncia. Acionou juridicamente o postulante do PL, Gilson Machado. Deixou o guia eleitoral dele uma semana fora do ar. Também teve direito de resposta no guia de Daniel Coelho (PSD), o candidato da governadora.

Agora com a reeleição garantida, promete focar na governança do Recife. Mas sem pestanejar, é possível dizer que, muito mais que antes, 2026 está na sua mira.

Construção
Com a popularidade em alta, João Campos teve autonomia para escolher seu candidato a vice. Utilizou-se do caminho livre com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e articulou diretamente a indicação, ignorando a aposta do Partido dos Trabalhadores.

O PT do Recife chegou a abrir inscrições para os dispostos a colocar-se na disputa: o deputado federal Carlos Veras, de um lado, com o apoio do senador Humberto Costa. Do outro, o ex-vereador da capital e assessor do Ministério de Relações Institucionais, Mozart Sales, com o apoio da senadora Teresa Leitão.

Prevaleceu mesmo o nome do ex-chefe de gabinete Victor Marques, com quem mantém relação estreita desde a universidade e que se tornou seu braço direito na Prefeitura do Recife. Caso a perspectiva de sair candidato ao Governo de Pernambuco em 2026 se concretize,

Victor Marques terá um papel estratégico na Frente Popular e será o sucessor legítimo de João Campos. A cidade será administrada por uma pessoa de sua extrema confiança.

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