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FBC é denunciado pela PGR por recebimento de propina

Atualizada às 21h15

O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal através do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pelo recebimento de propina de pelo menos R$ 41,5 milhões das empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa, contratadas pela Petrobras para a execução da Refinaria Abreu e Lima. Outras duas pessoas foram denunciadas pelo magistrado de serem os operadores que viabilizaram o repasse da propina.

A acusação de Janot, através do Inquérito 4005, pede a condenação do parlamentar e dos outros envolvidos. Eles foram acusados de praticarem crime de lavagem de dinheiro por, no mínimo, 77 vezes. Outro pedido é pela condenação de Aldo Guedes e FBC por corrupção passiva qualificada. O empresário João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho também foi acusado de ser um dos operadores do esquema.  O PGR também quer a decretação da perda em favor da União e a reparação dos danos no valor total de R$ 41,5 milhões.

A acusação é na época em que Bezerra Coelho exercia os cargos de secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape entre os anos de 210 e 2011. De acordo com Janot, o pagamento da propina foi feito pelas construtoras dentro do esquema de corrupção relacionado à Petrobras, intermediadas pelo então diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. Para o procurador, boa parte da quantia foi destinada à campanha de reeleição do ex-governador Eduardo Campos, no ano de 2010.

As investigações descobriram 17 operações disfarçadas de doações eleitorais "oficiais". Os contratos de prestação de serviços superfaturados com as empresas Câmara & Vasconcelos - Locação e Terraplanagem Ltda e Contrutora Master Ltda, sucedidos por transferências bancárias das empreiteiras às empresas supostamente contratadas, pelo saque dos valores em espécie e pela posterior entrega do dinheiro aos destinatários finais, como estratégia de lavagem dos recursos, também foram verificados.

Segundo Janot, a existência do grupo de pessoas e empresas de Pernambuco responsáveis pela operacionalização da propina veio à tona com o falecimento de Eduardo Campos. Para o procurador, o processo de compra e utilização da aeronave adquirida pelo ex-governador, o Cessna C560, caracterizam financiamento ilícito de campanha. O ex-gestor faleceu quando estava a bordo do mesmo avião, em agosto de 2014, na cidade de Santos (Sp), durante sua campanha à Presidência da República.

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