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Governança: Augusto Nardes, ministro do TCU, realiza palestra na ACP

Evento reuniu nomes da área jurídica, autoridades e acadêmicos

Ministro Augusto Nardes na ACP - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Com o título “Desafios da governança no setor público”, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes foi o palestrante, na manhã desta quinta-feira (15), de encontro promovido pela Associação Comercial de Pernambuco (ACP).

A palestra reuniu advogados, autoridades políticas, acadêmicos e entusiastas do setor.

O presidente da ACP, Tiago Carneiro, falou da relevância do assunto: “o evento de hoje aborda um tema crucial: a governança pública. Esse assunto é de extrema importância para os municípios, pois garante a segurança tanto para os gestores públicos quanto para os empresários que contratam com os municípios”, comentou.

Carneiro também pontuou sobre o convite feito a Nardes para conduzir a conversa. “A escolha do ministro como palestrante se deu por ele ser um grande defensor dessa pauta, além de estar fortemente envolvido com o Instituto de Governança Pública, que tem promovido e difundido essa causa. Inclusive, o instituto já está realizando trabalhos em diversos municípios aqui em Pernambuco”, acrescentou.

À Folha de Pernambuco, o ministro do TCU contou sobre sua aproximação com o tema da governança e sua atuação nesses anos.  “Estou em Recife a convite da Associação Comercial para falar sobre um tema crucial para o Brasil: a governança. Desde 2012, lidero um movimento que estabeleceu regras de governança no Tribunal de Contas, visando a implementação em todo o país. Hoje, temos indicadores para toda a administração pública”, disse.

Trazendo ideias para e práticas de governança para Recife e Pernambuco, Nardes questionou sobre a situação da capital.

“Recife, por estar abaixo do nível do mar, corre o risco de ser inundada? Essa é uma pergunta para prefeitos e administradores. A governança oferece políticas preventivas que podem evitar catástrofes como as que ocorreram em Porto Alegre e em outras partes do mundo. Tenho alertado o Brasil e viajado por todo o País, e nos municípios onde implementamos a governança no Rio Grande do Sul, os impactos foram menores. Embora não possamos impedir tempestades e enchentes, melhorar a governança climática é essencial”, acrescentou.

A palestra

Apresentando o Programa Nacional de Governança Pública (Pronagov), o Diretor Financeiro e de Novos Negócios do Instituto Latino-Americano de Governança e Compliance (IGCP), Henrique Farinon, falou sobre como esse projeto já ajudou diversos municípios com a governança preventiva.

O programa tem como objetivo capacitar servidores e gestores públicos em 80% dos municípios brasileiros, formando Agentes de Governança em todos esses locais dentro de cinco anos. 

“Para atingir essa meta, o programa tem cinco iniciativas: Formação de Agentes de Governança Pública, Programa de Governança Municipal, Mentorias, Índice de Governança Municipal (IGovM) e o Prêmio Pronagov. Todo o treinamento pode ser realizado on-line, em qualquer lugar do Brasil e a qualquer momento”, pontuou.

Na ocasião, o prefeito de Bonito, no Agreste, Gustavo Adolfo, anunciou que o município estava se cadastrando no Pronagov para adotar práticas de governança na sua gestão.

Augusto Nardes iniciou a conversa ressaltando a importância de uma liderança imponente para que a governança seja implementada em qualquer setor.

Em seguida, desdobrou a  série de desafios que o Brasil enfrenta para concretizar as políticas públicas ideais nas áreas de educação, saúde, infraestrutura, mobilidade urbana, segurança, combate às desigualdades regionais.

“Todos esses desafios podem ser enfrentados, desde que a governança pública seja adotada como aliada da administração”, acrescentou.

Ainda na palestra, o ministro falou sobre os projetos que anda acompanhando pelo mundo, uma espécie de auditoria climática mundial, que já percorreu todos os continentes e capacitou diversos países, incluindo o Brasil.

Por fim, salientou que a governança é a esperança para a máxima eficiência dos estados. “A confiança é fundamental para viabilizar investimentos, mas é a governança que fornece a estrutura necessária para garantir a entrega de resultados. Tanto a governança quanto a esperança são essenciais nesse processo”, finalizou. 

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