Governo de Raquel Lyra e a composição da sua base aliada na Assembleia Legislativa
Tucana foi eleita com 58,70% dos votos e atuará para formar a sua base para ter governabilidade
Após uma semana da eleição que definiu o nome de Raquel Lyra (PSDB) para ficar à frente do Palácio do Campo das Princesas pelos próximos quatro anos, uma das dúvidas que paira é sobre a composição da base aliada da governadora eleita durante o seu mandato. Por isso, o desafio da governadora será solidificar a sua base de governo na Casa de Joaquim Nabuco.
Eleita com 58,70% dos votos, Raquel faz parte de uma federação que é organizada pelo PSDB, Cidadania (de onde vem a sua vice-governadora eleita, Priscila Krause) e do PRTB. Se fosse apenas por este grupo, ela teria o apoio de três deputados estaduais eleitos: Débora Almeida (que teve 51.324 votos), Álvaro Porto (reeleito com 46.026) e Izaias Regis (com 27.104 votos).
Leia Também
• "Raquel tem preparo e sensibilidade para guiar Pernambuco", afirma Guilherme Coelho
• Raquel Lyra conta, em entrevista, que já teve conversa preliminar com Geraldo Alckmin
• Raquel Lyra critica bloqueio de estradas e diz que País precisa "seguir em frente"
A curiosidade fica por conta do partido, pois todos fazem parte do PSDB, partido da governadora eleita. Ou seja, nem o Cidadania e nem o PRTB elegeram novos quadros para a próxima legislatura.
No entanto, com o início do segundo turno, Raquel obteve apoio de outros 21 deputados estaduais que foram eleitos no último dia 2 de outubro. A não ser que outros nomes integrem uma eventual bancada de apoio, a tendência é de, dos 49 representantes, ela terá 24 deputados na situação.
A necessidade de precisar buscar novos nomes para compor a base aliada é algo corriqueiro na política como um todo. Aqui no Estado, em 2006, a chamada Frente Popular de Pernambuco (composta pelo PSB, PL, PSC, PDT e PP) conseguiram colocar 13 nomes na Assembleia Legislativa, além de eleger Eduardo Campos para o cargo de governador em uma disputa contra Mendonça Filho.
O poder de aglutinação do PSB entre 2007 e 2010 foi tão grande que, na campanha que culminou na reeleição de Eduardo Campos, a coligação que apoiava o socialista contava com ao menos nove siglas, o que o ajudou a ter ampla maioria na Assembleia Legislativa.
No caso de Raquel, apesar de o PSB apoiar o nome de Marília Arraes (Solidariedade) no segundo turno, uma parte de deputados eleitos pela sigla apoiou o nome da tucana, como Jarbas Filho, Danilo Godoy, Franz Hacker e Rodrigo Novaes.
No caso do PP, um dos principais partidos da Alepe, oito nomes declararam estar com Raquel Lyra: Adalto Santos, Antônio Moraes, Claudiano Filho, Henrique Queiroz Filho, Jeferson Timóteo, Kaio Maniçoba, além dos pastores Cleiton Collins e Júnior Tércio.
Para a cientista política Priscila Lapa, Raquel Lyra representa um sentimento de mudança, seja no plano dos deputados ou do Executivo. "Pelo histórico, sempre tivemos uma maioria robusta de apoio aos governadores. Podemos vislumbrar uma pressão muito grande em pautas e talvez a sua dificuldade maior seja a definição das prioridades", disse.